Ainda nem tínhamos começado a falar e já tínhamos o cartão de visita de outro novo espaço na mão. É assim o bairro: os negócios gostam de divulgar espaços vizinhos e Rosa, apesar de recém-chegada, já entrou no espírito. Após 12 anos de porta aberta junto ao Bairro Alto, a grande referência alfacinha na arte de tricotar mudou-se de novelos e bagagens para os Anjos. Um aumento brutal da renda apontou a Rosa um caminho que não a atraía especialmente. Ela que sempre foi da “Lisboa antiga”. Mas não demorou a ficar convencida. “Houve várias pessoas que nos vieram dar as boas-vindas, foi uma coisa muito bonita. E neste bairro mora imensa gente, essa é a grande diferença do Bairro Alto, que se transformou e descaracterizou”. A loja, maior do que a anterior, ocupa o piso térreo; o armazém e o escritório ficam no andar de baixo e está quase tudo pronto para arrancar com os workshops. Não perca o fio à meada na página de Instagram.
Aqui ainda mora gente. Este poderia ser um slogan dos Anjos, uma espécie de microcosmos multicultural da cidade onde se destaca o espírito de comunidade e a veia criativa de quem lá vive e trabalha. Do antigo se vai fazendo o novo, num território onde convivem os de sempre com os que aqui vão chegando com novos negócios, que brotam em cada esquina por estes dias. Em comum têm o amor ao bairro e dão as boas-vindas a quem chega, criando uma comunidade coesa, criativa e também saborosa. Quer saber porque é que os Anjos foram um dos grandes vencedores de 2021? Ora corra estas dez capelinhas.
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