Margarida Garcia, DIY
©Grão a Grão
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DIY: Os Macgyvers dos tempos modernos

Apresentamos-lhe sete gurus do "do it yourself" (faça você mesmo) – e sete desafios para os poder imitar sem sair de casa.

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Têm bicho carpinteiro ou um enorme talento natural, gente que faz das mãos a sua ferramenta principal para transformar este mundo e o outro. Falámos com sete pessoas com jeitinho para trabalhos manuais de todos os géneros – Madalena Villalobos, Margarida Garcia, Filipa Bibe, da Maria Modista, Mariana Costa Afonso, da Costa Atelier, Mariana Sousa, da Sous, Sofia Cotrim, autora do blog O Mundo de Sofia, e Sara Morais Pinto, da Zero Waste Lab – e lançámos-lhes um desafio: entreter os nossos leitores com um projecto de DIY. Chegou a sua vez.

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Macgyvers dos tempos modernos

Madalena Villalobos

Presença assídua nas televisões, Madalena Villalobos parece ter a solução para (quase) todos os problemas. Além de ser autora de um Solucionário para tirar nódoas, manchas e maus cheiros (2018), bíblia capaz de resolver alguns dos maiores dramas da vida doméstica só com produtos caseiros, é também especialista em dicas de cozinha, beleza, bricolage e decoração. Publicou-as em Dicas da Madalena (2019), com a promessa de revolucionar a vida dos leitores. “Comecei por ser colunista da revista Máxima nos anos 80”, recorda Madalena, cujo currículo não cabe no limite de caracteres ao nosso dispor. “Mais tarde abri um atelier de artes decorativas. Havia muitas trocas de receitas e eu ia escrevendo num caderno.” Hoje é mestre do faça você mesmo e continua a partilhar dicas simples nas redes sociais. “Nós, portugueses, somos óptimos na arte do desenrascanço”, remata.

Ideia de decoração para a cozinha
Material:
Caixotes de madeira, vindos da mercearia, por exemplo
Lixa
Tinta de uma ou mais cores à sua escolha, de preferência adequada para madeiras
Trincha

Passo a passo:
1. Lixar bem os caixotes, sempre no sentido dos veios da madeira.

2. Com uma trincha, aplicar a tinta pretendida, sempre no sentido dos veios da madeira.

3. Depois é só fazer furos numa parede da cozinha, colocar buchas de fixação nos buracos e fixar as caixas na parede, de forma a dar para guardar pratos, copos, taças, o que quiser.

@dicas.da.madalena

Margarida Garcia

Licenciada em Turismo, foi a trabalhar na organização de eventos que Margarida Garcia se apaixonou pela transformação de móveis. Mas, quando co-criou a oficina de reciclagem Once Upon a Trash em 2011, com Mariana Góis, estava longe de imaginar que a paixão se viria a tornar num projecto a tempo inteiro. “Começámos a fazer só para nós e para amigos. Por acaso, foi a Time Out que nos lançou para o resto do mundo”, lembra Margarida. “Entretanto, já se passaram mais de dez anos.” Além de muitos clientes satisfeitos, conta-se um livro e um regresso às origens. Margarida mudou- -se de Cascais para Moura no ano de lançamento do Fui eu que fiz! (2017). Agora, é na cidade raiana que leva a cabo os seus projectos de renovação com tintas, pincéis, lixas e amor.

Dar nova vida a uma peça de mobiliário de madeira Material:
Tábua de engomar antiga ou qualquer outro móvel em madeira
Lixa
Cera incolor
Cera de um tom à escolha, mas preferencialmente bastante mais escuro que a cor original da madeira
Trincha
Pano macio
Fita de pintor
Lápis
Fita métrica

Passo a passo:
1. Depois de lixar bem a peça (com uma lixa fininha e sempre no sentido dos veios da madeira), com a ajuda do lápis e da fita métrica, definir as linhas do desenho pretendido no móvel.

2. Com a fita de pintor, isolar as áreas que pretende escurecer.

3. Com uma trincha, aplicar uma camada homogénea de cera, apenas nas zonas seleccionadas e procurando seguir o sentido dos veios da madeira. Antes de secar, repetir o processo. Depois de passar a segunda demão, aguardar 30 minutos e passar com vigor um pano macio para retirar o excesso de cera.

4. Retirar a fita. Depois de bem seca, repetir o processo com a cera transparente em toda a peça.

@once_upon_a_trash

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Filipa Bibe/Maria Modista

É quem comanda o pelotão desta espécie de tropa de elite do corte e costura que é a Maria Modista. Filipa Bibe não dá ponto sem nó – deixou a contabilidade para se dedicar às agulhas, uma paixão que há muito lhe ocupava o coração. Na altura, foi uma oportunidade que agarrou, não só pelo hobby, mas pela falta de escolas de costura com programas de ensino modernos. De um pequeno estúdio na Alameda, a Maria Modista saltou para o Porto, Estoril, Leiria, Coimbra e Aveiro, galgando ainda o Tejo rumo a Almada e Setúbal. Em Lisboa e no resto do país, há algumas escolas já franchisadas por alunas. A tendência do DIY não é de agora: isto de aprender a transformar peças ou a fazê-las de raiz é o motor e o propósito da Maria Modista. Em tempos, Filipa contou-nos que a sua escola “é quase uma madrinha para muitas marcas que ainda hoje existem”, até porque muito boa gente começou a olhar para o que é handmade, para o personalizado, e até para o impacto da indústria maciça da moda no ambiente (já ouviu falar em upcycling?). Em tempo de desconfinamento, as escolas vão reabrindo com os cuidados de higiene e segurança reforçados, mas as aulas online mantêm-se (30/60min; 12,50€-22€) para quem quer ajuda a começar um projecto em casa. Enquanto isso, Filipa lança um desafio. Aceita? O molde está disponível aqui e no site da Maria Modista.

mariamodista.pt

Tapa-fraldas
Material:
60 cm x 150 cm de tecido exterior
60 cm x 150 cm de forro 100% algodão
75 cm de elástico de 0,5 cm
Um alfinete de ama pequeno para passar o elástico
Linha da cor do tecido
Moldes

Passo a passo:
1. Unir exterior e forro, direito com direito, e coser cavas das pernas.

2. Virar o tapa-fraldas para o direito e passar a ferro, vincando as costuras.

3. Unir as laterais do exterior, direito com direito. Fazer o mesmo com o forro, mas deixando uma pequena abertura num dos lados.

4. Coser a cintura, direito com direito, em chouriço: com a peça do direito, apanhar a cintura do forro e do exterior através da abertura do forro. Começar a coser a cintura na costura lateral, para ser mais fácil manter as duas partes alinhadas. Aponte esta dica: antes de coser, alfinetar ao longo de toda a cintura para ter a certeza de que bate tudo certo. É aqui que fica com a peça em chouriço.

5. Virar o tapa-fraldas para o direito pela abertura e passar a ferro.

6. Com a peça do direito fazer um canal nas cavas das pernas a 1 cm, deixando uma pequena abertura para passar o elástico. Inserir o elástico nos canais através da abertura do forro com a ajuda de um alfinete de ama.

7. Fazer um pesponto a 1,5 cm na cintura e outro pesponto a 1 cm para fazer o canal do elástico da cintura. Aplicar e finalizar o elástico da mesma forma usada nas cavas das pernas.

Opção: se não gostar do efeito de folho na cintura, fazer apenas um pesponto que será o canal para o elástico.

8. Por fim, fechar a abertura do forro com um pesponto na máquina ou um ponto à mão.

@mariamodista

Mariana Costa Afonso/Costa Atelier

Mariana Costa Afonso trabalha numa agência de comunicação, mas nunca a encontramos parada nas horas vagas. Além de estar a tirar uma especialização em design gráfico, é apaixonada por artes manuais, do desenho e bordado ao restauro e bricolage. “Este Natal queria fazer uma aguarela para a minha irmã, mas sabia que se a deixasse em casa, como ela é muito cusca, ia descobrir”, conta. “Então, levei para o trabalho e os meus colegas acharam tão engraçado que me perguntaram se podia fazer para eles.” Foi assim que nasceu o Instagram do Costa Atelier, onde partilha as suas criações artísticas e o resultado das encomendas que começaram entretanto a surgir. “É aventurar, porque no fundo também não tenho formação e vou experimentando, que é o que aconselho todos a fazer.”

Transformar uma jarra em candeeiro
Material:
Jarra ou uma garrafa de vidro
Broca para vidro ou cerâmica (conforme a escolha da base do candeeiro)
Rolha de cortiça
Cabo eléctrico com interruptor
Tubo roscado de 4 cm, 1 anilha e 1 porca
Casquilho com rosca para lâmpada
Lâmpada
Abajur

Passo a passo:
1. Fazer um furo na lateral da jarra e no meio da rolha de cortiça com a broca.

2. Colocar o tubo roscado no furo da rolha de cortiça e apertar com a anilha mais a porca.

3. Passar o fio pelos furos e fazer a ligação eléctrica no casquilho.

4. Apertar o casquilho do lado exterior e ajustar ou colar a rolha na boca da jarra.

5. Colocar o abajur no casquilho e voilá.

@costa.atelier

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Mariana Sousa/Sous

Foi a Madeira que viu nascer Mariana Sousa, designer de moda, e a sua marca, a Sous. É um rebento com sete anos que diz só ter começado a dar flores a sério no último ano, altura em que “as pessoas estão mais atentas ao que é local e compram menos para comprar melhor”, diz. Tem loja no Funchal, mas foi online – tanto no site como através do Instagram – que a Sous ganhou força, sobretudo agora, “com o abrandamento do consumo louco”. As colecções, intemporais e elegantes, são formadas por peças únicas, feitas no ateliê pela sua mãe e por artesãs na Madeira, tudo produção controlada e local. Só repete os básicos e as t-shirts tie dye, a prata da casa dos últimos tempos, que como são tingidas à mão nunca são iguais. “Acho que todos nós, a certa altura, temos a necessidade de reutilizar alguma peça que temos em casa, dar um toque nosso, sentir que fizemos algo com amor para nós”, refere.

www.sous.pt

T-shirt tingida
Material:
Uma t-shirt ou top num tom forte, de que já não goste ou que tenha alguma nódoa
Tinta para tecidos ou lixívia
Elásticos de cor (assim também ficam tingidos)
Luvas
500 g de paciência
500 g de dedicação

Passo a passo:
1. Amarrar a peça com os elásticos em vários pontos, não tem que ficar perfeito (são as mais giras).
2. Aplicar a lixívia nas zonas onde tem os elásticos e deixar alastrar um pouco, sem medo. Caso use tinta de tecido pode diluir um pouco de tinta (quanto mais tinta, mais intensa fica a mancha) num copo com água e aplicar do mesmo modo que a lixívia.

3. Deixar a lixívia actuar durante algum tempo. Assim que a peça mudar de cor, controlar se já atingiu um tom de que gosta. A tinta de tecido não muda de cor, terá de deixar secar durante algum tempo (ver no rótulo o tempo indicado).

4. Passado algum tempo, remover os elásticos, dar banho à peça e colocar a secar. Com a tinta de tecido não convém lavar logo a peça. No final, dar um nome. A sugestão de Mariana é: O amor mora aqui.

@sousby

Sofia Cotrim/O Mundo de Sofia

É uma espécie de fada madrinha do DIY – Sofia Cotrim é apaixonada por cores, padrões, papéis, tecidos, tudo o que implique transformar, tendo as mãos como ferramenta. Tem o seu blogue, que é também grande parte do seu mundo. Em O Mundo de Sofia partilha a vontade de mostrar a todos como podem criar, personalizar e dar uma nova vida a coisas que têm por casa, sozinhos ou em família. “Esta coisa do faça você mesmo acaba por ser muito terapêutica. Toda a gente sabe que os ecrãs são indispensáveis e até os mais novos já os envolvem nas rotinas, mas os trabalhos manuais são fundamentais para desenvolver a motricidade fina”, explica. “Usar tesouras, dar nós, pequenas coisas que ajudam e que o digital não nos dá.” Além das dicas e trabalhos de DIY que vai partilhando nas redes e no blogue, Sofia tem também uma loja online onde vende material que pode ser usado nessas andanças – ou até mesmo kits completos para reproduzir aquilo que faria num workshop presencial. E é nesta matéria que Sofia está a apostar agora, dando workshops online e enviando os respectivos conjuntos aos participantes. São vários os kits disponíveis, sendo o da agulha mágica (ou agulha fada do lar) um dos mais populares – é preciso estar atento para não deixar esgotar. E a pensar nos Santos Populares, que teremos de celebrar de forma caseira, Sofia lançou também um kit para construir o seu próprio trono de Santo António. Antes disso, sai um porta-lápis.

mundodesofia.pt

Porta-lápis de cartão
Material:
Cartão
Uma garrafa de plástico
Fita-cola de pintor
Cola e tintas (tintas acrílicas, por exemplo)

Passo-a-passo:
1. Recortar duas luas e uma grande tira de cartão com a largura ligeiramente superior ao diâmetro de uma garrafa.

2. Recortar a garrafa com a altura que quer e marcar um buraco a meio da tira de cartão. Depois, cortar o buraco com um x-acto.

3. Colar a tira a toda a volta da lua e utilizar cola e fita-cola para fixar.

4. Encaixar a garrafa e fixar com a fita de pintor e cola.

5. Fechar a outra lateral.

6. Cobrir toda a peça com fita de pintor para uniformizar a superfície e clarear.

7. Pintar a base, deixar secar e, por último, fazer riscas a decorar.

@sofiacotrim_mundo

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Sara Morais Pinto/Zero Waste Lab

A Zero Waste Lab (ZWL) nasceu em 2017 como associação sem fins lucrativos e estabeleceu-se na Mouraria, em Lisboa, para sensibilizar e educar os cidadãos acerca dos problemas relacionados com a produção de lixo e sustentabilidade. Um dos tentáculos da associação é a Academia Lixo Zero, que nasceu no âmbito do projeto BIPZIP/CML e que aposta na partilha de conteúdos dirigidos à comunidade escolar e agora, mais que nunca, a todos os que estão em casa. Fazem podcasts, conversas e vídeos com dicas Lixo Zero (partilhados no Facebook e no Youtube), para um consumo consciente e sustentável. Sara Morais Pinto é um dos rostos da ZWL e não perde uma oportunidade de se atirar ao trabalho e ajudar as pessoas a criar soluções sustentáveis lá para casa e com as próprias mãos. É o caso deste sabão líquido que fez com os filhos e que agora o desafia a reproduzir – tudo “para evitarmos embalagens, divertirmo-nos e pouparmos dinheiro”.

facebook.com/zerowastelabpt

Sabão líquido para as mãos
Material:
100 g de sabão azul e branco ou sabão sólido cremoso
750 ml de água a ferver
Taça
Ralador
Garfo
Panela para ferver a água
Pano de limpeza

Passo-a-passo:

1. Ralar o sabão numa taça. Enquanto isso, ferver a água na panela para o passo seguinte.

2. Depois de ralar todo o sabão, juntar à taça a água a ferver mexendo bem com um garfo, até derreter todos os bocadinhos do sabão.

3. Deixar arrefecer durante umas horas. Quando estiver pronto, colocar numa embalagem reutilizada e fazer uma identificação do frasco personalizada. E está pronto o sabão líquido de mãos.

4. Se ficar muito consistente, juntar um pouco mais de água.

@zerowastelab.pt

Coisas para fazer em casa

  • Coisas para fazer

Nada substitui um pão acabado de sair do forno. A satisfação de levar à boca um espécime ainda a fumegar, particularmente inundado em manteiga derretida, ou de o fazer percorrer um prato à procura de um molho saboroso, não tem precedentes. O pão é um alimento que nos deverá acompanhar sempre, seja em tempos de pandemia ou não. A pensar em todos os que anseiam por pão que lhes encha as medidas, ou nos que se têm detido na tentativa de uma experimentação caseira mais arrojada, pedimos ajuda a quem sabe para que, no conforto do lar, possa fazer o seu pão caseiro. 

  • Coisas para fazer

Há livros para ler e depois há livros para nos pôr a mexer. É o caso dos livros de trabalhos manuais, perfeitos para cultivar a criatividade através de uma ou mais técnicas criativas, desde a arte secular japonesa de dobrar papel até à terapia do tricot, passando também pelo poder criador da destruição. Sempre com desafios surpreendentes e muitas vezes até com instruções detalhadas e ilustrações ou fotografias, passo a passo. Mais fácil e divertido não poderia ser. 

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  • Coisas para fazer
  • Aulas e workshops

A formação online está longe de ser uma novidade, mas em tempos de pandemia assume uma importância reforçada. Nesta lista, em constante actualização, encontra uma mistura da oferta que já existia online, com novos cursos que surgem na sequência do isolamento social forçado pelo aparecimento do novo coronavírus. 

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