Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário
Museus e Monumentos de Portugal
Museus e Monumentos de Portugal

Melhores exposições documentais para ver em Lisboa

Colecções, arquivos, património natural e cultural, saber como funcionam as coisas? Bem-vindo ao cantinho das documentais.

Helena Galvão Soares
Publicidade

Há uma exposição sobre a dança em Portugal na Gulbenkian e outra sobre os mitos e realidades do colonialismo português no Museu de Etnologia. Raul Hestnes Ferreira está em destaque no piso 0 do MAC/CCB com uma exposição com curadoria de Patrícia Bento d’Almeida, Paulo Tormenta Pinto e Alexandra Saraiva. No Museu de Lisboa|Palácio Pimenta há toda uma nova ala para descobrir no primeiro andar, dando-se assim por concluída a reformulação do museu, iniciada em 2015. E no Pavilhão Preto, não perder "Lisboa em revolução 1383-1974". No Museu de História Natural e Ciência, não perca a excelente "Illustrare", sobre ilustração científica portuguesa.

 

Exposições documentais em Lisboa

  • Arte
  • Belém

Em ano de celebração dos 50 anos do 25 de Abril, o colonialismo português em África era um tema incontornável. Não tanto a contribuição de peso que a Guerra Colonial teve para a revolução, mas antes a história do discurso da ideologia colonial. A exposição "Desconstruir o Colonialismo, Descolonizar o Imaginário. O Colonialismo Português em África: Mitos e Realidades" contou com o trabalho de trinta investigadores e o contributo de várias instituições, nacionais e estrangeiras, que cederam a vasta documentação iconográfica apresentada nos painéis explicativos. A essa documentação acrescem as mais de 100 obras de arte africana expostas, das colecções do Museu Nacional de Etnologia. Leia a notícia completa aqui.

Avenida da Ilha da Madeira. Ter 14.00-18.00, Qua-Dom 10.00-18.00. Até 2 Nov 2025. 5€ (grátis ao abrigo das 52 entradas livres anuais para residentes em Portugal)

  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

O Museu de Lisboa começou a preparar a sua exposição comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril em 2022 e o resultado pode ser visto no Pavilhão Preto. Chama-se “Lisboa em revolução 1383 – 1974. 6 momentos que mudaram a nossa história. 1383, 1640, 1820, 1836, 1910, 1974”, é comissariada por Daniel Alves, do Departamento de História e Instituto de História Contemporânea da Nova-FCSH, e tem projecto expositivo de António Viana (espere rigor, beleza – e surpresa).

Além de ecrãs em que é feito um enquadramento histórico de cada um dos seis momentos revolucionários, vai encontrar expostos objectos extraordinários (como a reconstituição de um telégrafo visual e uma montagem do levantamento da planta de Lisboa de 1904-11, que junta as 249 plantas que o compõem e que cobre toda a parede que abre a exposição, apesar de estar em escala reduzida), e objectos nunca antes vistos, como o mapa de Portugal com o planeamento da operação militar do 25 de Abril, cedido por um dos capitães do Conselho da Revolução. A título de curiosidade, há ainda um desconcertante quadro que visto de um ângulo é um retrato de D. Miguel e de outro a cabeça de um burro.

 “Temos 135 peças expostas e só 40 são do Museu de Lisboa, o resto veio de fora. Foi uma exposição muito desafiante, tentámos ir ao encontro das escolhas do comissário”, diz Paulo Almeida Fernandes, investigador do Museu de Lisboa e coordenador da exposição. “Tenho que dizer que foi muito divertido fazer esta exposição, com esta equipa extraordinária, divertimo-nos muito. Espero que isso se note na exposição”, diz Daniel Alves. A parede que fecha a exposição, com frases surrealizantes da época, como “Nem mais um faroleiro para as Berlengas”, “Nem mais um anticiclone para os Açores”, dá certamente uma nota de humor. Mais subtil será o quadro de Salazar exposto sobre uma cadeira, composição a que António Viana chegou enquanto visitávamos a exposição ainda em montagem. A não perder.

Pavilhão Preto, Palácio Pimenta, Museu de Lisboa, Campo Grande, 245. 26 Mai-05 Jan. Ter-Dom 10.00-18.00. 3€ (entrada livre ao domingo). Visitas orientadas pelo comissário, Daniel Alves: 9 Jun 11.00, 21 Set 15.00, 5 Out 11.00, 30 Nov 15.00, 8 Dez 11.00 (3€, inclui museu)

Publicidade
  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • São Sebastião

A exposição "Dança não dança” encerra um programa mais amplo, intitulado “Dança não dança – arqueologias da nova dança em Portugal”, que procura situar aquilo a que nos anos 1990 se chamou a Nova Dança Portuguesa, fazendo um levantamento das diferentes manifestações de dança desde o modernismo do início do século XX até ao início do XXI. A exposição resulta de um trabalho colectivo e agrega materiais de arquivo e registos de dança – audiovisuais, fotografias, cartazes, publicações – expostos ao longo de sete salas, num percurso que dá conta das transformações sociais e culturais e do discurso sobre o que pode ou não pode ser considerado dança. A Nova Dança veio desestabilizar o que se entende por dança e as próprias noções de corpo e da sua representação nos fins de 1980s, inícios de 1990s, e foi por isso o ponto de partida para este projecto com curadoria de João dos Santos Martins, Ana Bigotte Vieira, Carlos Manuel Oliveira e Ana Dinger.

Fundação Calouste Gulbenkian, Galeria do Piso Inferior. Avenida de Berna, 45 A. De 15 Nov até 13 Jan. Qua-Seg 10.00-18.00. Entrada livre

  • Coisas para fazer
  • Lisboa
Publicidade
  • Arte
  • Belém

Raúl Hestnes Ferreira está em destaque no piso 0 do MAC/CCB. Até 13 de Abril, pode visitar a exposição que se debruça sobre o processo de trabalho do arquitecto português, em particular sobre o desenho a carvão e pela constante experimentação da arquitectura. "Trata-se de um método profundamente disciplinar no qual as decisões de projecto emergem nas manchas carregadas dos traços firmes. Formas puras e tipologias clássicas enredam-se neste modo de fazer, sedimentando-se numa arquitetura robusta que explora as qualidades dos materiais na sua expressão natural, sem quaisquer filtros ou artifícios", pode ler-se no texto de apresentação. A exposição é organizada pela Fundação Instituto Marques da Silva e tem curadoria de Patrícia Bento d’Almeida, Paulo Tormenta Pinto e Alexandra Saraiva. Esta última fará uma visita guiada já no sábado, 19 de Outubro, às 16.00.

MAC/CCB. Praça do Império. Ter-Dom 10.00-18.30. 12€ / 7€ para residentes em Portugal (grátis ao Dom até às 14.00). Visita guiada 19 Out 16.00: gratuita, com inscrição no formulário e aquisição de bilhete de entrada do museu

  • Arte
  • Estrela/Lapa/Santos

Estas não são umas estampas quaisquer. A mais recente exposição do Museu do Oriente enaltece a relação entre duas das mais proeminentes artes japoneses, a xilogravura e o Kabuki, uma forma de teatro popular. A mostra exibe 91 estampas e 11 objectos do acervo da Fundação Oriente nunca antes mostrados, numa viagem pelos bastidores desta expressão cultural, desde meados do século XVIII ao início do século XX. A preparação dos actores, o estatuto de celebridade que tinham na época, a estrutura dos palcos, instrumentos musicais, trajes e adereços. Estão também previstas quatro visitas guiadas pelas comissárias da exposição, Hannah Sigur e Beatriz Dantas (27 Set, 25 Out, 15 Nov e 13 de Dez). 

Avenida de Brasília, Doca de Alcântara. De 27 Set até 29 Dez. Visitas guiadas: 27 Set, 25 Out, 15 Nov e 13 de Dez. Ter-Dom 10.00-18.00, Sex 10.00-20.00 (entrada gratuita das 18.00-20.00). 8€

Publicidade
  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Lumiar

Um edifício conta muitas histórias. Ainda mais quando esse edifício viveu umas quantas e fez subir ao palco muitas mais. Com curadoria de Tiago Bartolomeu Costa, a mostra tem fotografias, maquetes, trajes, desenhos e tudo o que se possa imaginar, e é uma oportunidade para ver curiosidades como os figurinos que fizeram parte da encenação de Auto da Alma, por Almada Negreiros, ou um cartaz com o desenho técnico da construção do fosso de 20 metros de profundidade onde foi instalado o palco giratório nas obras de 1964-78. 

Erigido em 1846, o Teatro Nacional D. Maria II partiu da ideia de criar um teatro para o país que apresentasse um repertório que reflectisse a identidade cultural e política de Portugal. A presente exposição parte da mais célebre deixa do teatro português, "Romeiro, romeiro, quem és tu?" para reflectir sobre tudo isto. Leia a notícia aqui.

Museu Nacional do Teatro e da Dança. 6 Jun-29 Dez. Ter-Dom 10.00-13.00, 14.00-18.00. Próximas visitas comentadas: 12 Out (Sáb) e 7 Dez (Sáb). 5€ (entrada livre ao abrigo dos 52 dias de visitas grátis)

 

  • Coisas para fazer
  • Exposições
  • Lisboa

Até ao fim do ano, oportunidade para ver esta exposição, criada no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, com fotografias do fotojornalista Eduardo Gageiro captadas entre Abril e Maio de 1974.

Biblioteca Orlando Ribeiro. Antigo Solar da Nora, Estrada de Telheiras 146. Seg-Sex 10.00-18.00. Entrada livre

Publicidade
  • Arte
  • Baixa Pombalina

Em "Para que servem as coisas?" – interpelação que não é para levar à letra – é proposta uma viagem por 120 anos de design através do acervo do Mude, nas vertentes da moda, produto, design gráfico e matéria documental. Hoje, o Mude conta com cerca de 17.000 itens e um conjunto de colecções transversais a muitas áreas do design, incluindo as de maior especificidade como o design gráfico ou o design de cena. Ao longo de 19 núcleos, distribuídos por mais de três mil metros quadrados, o visitante é levado a serpentear por entre décadas, movimentos, discursos e inovações. Observar a evolução do design desde 1900 até aos nossos dias é uma das leituras possíveis, tal como compreender a história através dos objectos, ver como as mulheres saltaram para a fila da frente as opções curatoriais ou ainda comparar o contexto internacional com o passo português, uma completa novidade na exposição que se quer como "coluna vertebral" do Museu do Design. No quarto piso, o Mude deu lugar ao processo a montante, com quatro casos práticos de como o design se relaciona de forma orgânica com áreas como a música, o cinema e o teatro.

Mude. Rua Augusta, 24. Ter-Qui e Dom 10.00-18.00, Sex, Sáb 10.00-20.00. 11€ (visita guiada +2€). Grátis Sex 17.00-20.00 e Dom 10.00-14.00 para residentes no concelho de Lisboa. Entrada livre até 3 Nov (Dom)

  • Coisas para fazer
  • Vida urbana

Do Marquês à Expo’98. Há 350 anos de história na renovada ala do Museu de Lisboa | Palácio Pimenta. Mais do que uma reabilitação do património edificado – que começou em 2015 no piso térreo e em 2021, com a reabertura deste, no andar de cima –, o discurso museológico foi reorganizado, reescrito e enriquecido. Numa linha cronológica, começa agora com os primeiros achados arqueológicos, do Paleolítico até ao século XVII, altura em que os visitantes são encaminhados para a nova ala – 11 salas onde a história de Lisboa é pormenorizadamente contada até ao final do século XX. Leia mais aqui e aproveite a entrada livre ao domingo para ir conhecer as novidades.

Museu de Lisboa| Palácio Pimenta. Campo Grande, 245. Ter-Dom 10.00-18.00. 3€ (entrada livre ao domingo)

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade