Beatriz Rodrigues esteve envolvida no movimento anarquista durante anos. A certa altura, afastou-se para arejar as ideias e ficou a pensar como poderia juntar o interesse pelo activismo social e político à paixão pela “ficção especulativa libertária, esperançosa e cozy”. Agora que descobriu a pólvora e fez nascer o Ursula Reading Club, a ambição é juntar pessoas para conversar sobre como a literatura feminista também é uma ferramenta para projectar futuros. A proposta é simples. Sempre que há um encontro é definido um tópico inspirado na obra de Le Guin e, a cada encontro (há sempre um online e um presencial, que se tem realizado na Tigre de Papel), apresentam-se textos de ficção-científica ou de não-ficção que se relacionem com o tema em discussão. Pontualmente, pode haver uma ou outra sugestão de contos ou ensaios curtos para reflexão conjunta. Para participar, basta estar atento ao site do clube, onde encontra mais informações, inclusive sobre as datas dos próximos encontros.
Há muitos clubes de leitura por onde escolher (e mesmo para ir variando). São para adultos, são para jovens ou crianças, são para gente dos 8 aos 90, e estão por todo o lado, em Lisboa e nos arredores. Desde o novo Ursula Reading Club, que promove ficção científica feminista, até ao clube de leitura do Instituto Cervantes, para quem faz questão de ler na língua de nuestros hermanos, o importante é encontrar um onde se sinta bem-vindo. Vai ver que ler não tem de acontecer só entre trocas de metro, à noite, antes de ir dormir, ou nas férias de Verão. E não, também não precisa de o fazer sozinho. Palavra.
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