Fulvietl, Praça da Armada
Helena Galvão Soares
Helena Galvão Soares

Há curiosas esculturas pelas fachadas e telhados de Alcântara

O que andam a tramar estas personagens? Uma história em realidade aumentada, diz o artista Fulvio Capurso.

Helena Galvão Soares
Publicidade

No início da Rua Maria Pia e no largo da Triste-Feia, há um mural e esculturas, e na Praça da Armada e Beco dos Contrabandistas, pelas fachadas e telhados vêem-se outras tantas personagens, de ar ora aventureiro, ora sonhador.

O autor é Fulvietl, nome com que o arquitecto, ilustrador e escultor italiano Fulvio Capurso assina as suas obras. Fulvio é co-fundador do colectivo multidisciplinar BooksOnWall, sediado no Uruguai, que cria narrativas imersivas através da arte e da tecnologia em percursos urbanos, utilizando "realidade aumentada, que permite misturar digital e real".

Fluvietl, Praça da Armada
Helena Galvão Soares

O BooksOnWall inclui tanto programadores (que desenvolveram uma app em software livre, para que o código possa ser usado por outros colectivos) como artistas e técnicos de várias áreas e fez a sua primeira experiência no Uruguai. Agora querem criar um novo conto num percurso urbano em Lisboa – as esculturas e mural de Fulvio são só o primeiro passo.

No app que criaram há um mapa que geolocaliza os pontos onde estão as esculturas e os murais onde vemos as animações quando apontamos a câmara do telemóvel; entre os pontos, para não se perder o fio narrativo do conto, existe um áudio que a pessoa pode ouvir até encontrar outro objecto. "Neste momento a equipa no Uruguai está a melhorar a aplicação, para conseguir detectar a aproximação das pessoas a um determinado ponto e interagir com som, tipo: 'Pssst, olha aqui para cima!'", explica Fulvio.

Fulvietl, largo da Triste-Feia
Helena Galvão Soares

“Em Montevideu trabalhámos com músicos locais, a história fala da música do lugar – um lugar onde nasceu o candombe [património imaterial da humanidade]–, tem escritores do bairro, as vozes são de meninos do bairro, houve uma integração do projecto e da comunidade que fez uma coisa revolucionária”, descreve Fulvio. 

Em Lisboa, com algumas personagens no terreno e o conto já em processo de criação, Fulvio está de malas feitas para uma curta estadia no Uruguai. No regresso, vai dar início àquela outra parte do processo: procurar financiamento junto de instituições portuguesas a quem este projecto inovador de arte e tecnologia possa suscitar interesse.

Últimas de arte urbana em Lisboa

  • Coisas para fazer
  • Vida urbana

O terraço das Carpintarias de São Lázaro (CLS), em Lisboa, ainda não tem cor. Mas, em breve, um dos muros, virado para a Graça e para o Castelo, estará coberto por um painel de azulejos com 17 metros de largura. A obra é do artista visual Pedro Campiche (AkaCorleone) e faz parte do Projecto Azulejo, uma campanha de angariação de fundos para este centro cultural lisboeta, no qual qualquer pessoa ou empresa pode participar, comprando um ou mais azulejos.

Publicidade
Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade