mapa de ciclovias

Lisboa vai ter 200 quilómetros de ciclovia

A câmara anuncia em Março o plano de construção de ciclovias até 2021. Antecipamos alguns dos trajectos cicláveis da cidade

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Chegar aos 200 quilómetros pedaláveis em Lisboa – a meta foi traçada no final de 2016 por José Sá Fernandes, vereador das Estruturas Verdes. Na altura, foram definidos seis eixos principais que atravessariam a cidade de uma ponta à outra: o Eixo Marginal, o Eixo BenficaBraço de Prata, o Eixo Alcântara-Luz, o Eixo Circular Exterior, o Eixo Central e o Eixo Olivais-Beato. À volta destes, seriam levantadas ciclovias complementares. Três anos depois, o tema vai voltar a ser o centro das atenções: em Março, a Câmara Municipal de Lisboa vai anunciar o plano de trabalhos da construção de ciclovias, que aumentará a rede de 90 quilómetros para (pelo menos) 200 quilómetros até 2021, divulgando informação relativa aos prazos e às características de cada ciclovia. Destacamos sete entre as dezenas de trajectos que vão mudar a mobilidade (e a vida) de Lisboa.

Veja o mapa completo das ciclovias na plataforma da rede ciclável.

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Lisboa a pedalar

Benfica – Braço de Prata

Há um eixo que corta Lisboa a meio, entre curvas e contracurvas, o verde de parques e o cinzento da urbanização. Vai ser possível pedalar de Benfica até ao Braço de Prata – dois destinos já ligados pela Linha de Sintra. Partindo da estação de Benfica, poderá pedalar ao longo da Rua Conde de Almoster e da Francisco Gil Martins até Sete Rios. Dali até à Praça de Espanha, zona que vai sofrer uma requalificação profunda, é um tirinho. Contorna os jardins da Gulbenkian e intercepta o extenso troço de ciclovia já construído ao longo da Avenida Duque de Ávila, que passa pela estação de metro do Saldanha e cujo trajecto conhecido chega ao fim na Avenida Manuel da Maia. O caminho prossegue até ao Areeiro, atravessa a Belavista e o Vale de Chelas, continua no Corredor Verde Oriental de Lisboa já construído (que abrange parte das freguesias de Marvila e do Beato) e termina num troço novo, na Avenida Infante Dom Henrique, mesmo ao lado da estação do Braço de Prata

Pontinha – Alcântara

Inicia-se como um caminho de estrada – começa na Estrada da Correia, alonga-se na Estrada da Luz e continua na Estrada das Laranjeiras até um desvio para Sete Rios nos levar à Rua de Campolide. Depois é apanhar um troço já existente que vai dar ao Parque Florestal de Monsanto e percorrer o Corredor do Vale de Alcântara, cuja construção se iniciou em Janeiro. Daí até à zona ribeirinha é sempre em frente (e a descer), pedalando ao longo da extensa Avenida de Ceuta até à Rua de Cascais, onde se localiza a estação de Alcântara-Mar. A pé, demoraria pelo menos duas horas. De bicicleta, é bem provável que demore apenas um terço. Talvez consiga até superar o tempo de percurso do autocarro 724, que tem mais de 20 paragens e que liga a Pontinha a Alcântara.

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Quinta das Lavadeiras – Terreiro do Paço

A autarquia chama-lhe Eixo Central e é uma alternativa ciclável para alguns dos utilizadores da Linha Amarela que deixarão de ter ligação directa ao centro, quando estiver concluída a linha circular do Metro. A ciclovia começa na Calçada de Carriche, atravessa o Eixo Norte-Sul e segue até ao fim da Alameda das Linhas de Torres. Depois, intercepta a rede ciclável já existente no Campo Grande, passando por Entrecampos e continuando pela Avenida da República, pela Avenida Fontes Pereira de Melo e descendo a Avenida da Liberdade – sendo que todo este troço já está construído. A novidade reaparece na Praça dos Restauradores, rodeada de novas ciclovias que continuarão até ao Rossio e, depois, nas paralelas Rua do Ouro e Rua da Prata até ao Terreiro do Paço.

Aeroporto – Rio Tejo

Ao invés de ter apanhar duas linhas de metro, a Vermelha e a Verde (sendo que a primeira faz um desvio significativo até ao Parque das Nações), vai poder pedalar com toda a segurança uma reta de cerca de 7 quilómetros que liga o Aeroporto ao Terreiro do Paço. A ciclovia estende-se pela Avenida Gago Coutinho, segue pela Almirante Reis, passa pelo Martim Moniz e pela Praça da Figueira e termina no fim da Rua da Prata. Do Aeroporto poderá também chegar ao Parque das Nações, através do Eixo Circular Exterior, no qual pode pedalar ao longo de toda a Avenida de Berlim até à Alameda dos Oceanos.

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Algés – Sacavém

Percorrer a marginal de bicicleta de uma ponta à outra não é uma ideia nova: há inúmeros troços de ciclovias construídos, entre Algés (Oeiras) e Sacavém (Loures). O plano é ligá-los e evitar que os ciclistas tenham de se aventurar pela estrada ou ocupar os passeios num trajecto que se estende por mais de 20 quilómetros. O percurso entre Algés e Santos será construído de raiz – a ciclovia começa na Rua Fernão Mendes Pinto, continua pela Avenida da Índia, passando por Belém e terminando em Alcântara-Mar (ponto de intersecção com outra ciclovia que irá até Campolide e fará a ligação a Benfica e Carnide). Daí para a frente, grande parte do trajecto está talhado. O que se faz é ligar pontas soltas: ligar o Terreiro do Paço à Avenida Infante Dom Henrique, continuar a construção da ciclovia na Alameda dos Oceanos (um pouco acima do Parque das Nações) e ligar o Passeio dos Heróis do Mar à estação de Sacavém.

Avenidas Novas – até onde quiser

Entre Picoas e o Campo Pequeno, é possível ver um quadriculado apertado no mapa de ciclovias que a Câmara divulgou. Há ciclovias em todas as avenidas paralelas: na Avenida Marquês de Tomar, na Avenida 5 de Outubro, na Avenida da República (já existente) e na Avenida dos Defensores de Chaves, que se cruzam com as ciclovias já construídas nas avenidas perpendiculares (Barbosa du Bocage, Elias Garcia, Visconde de Valmor e Duque de Ávila). Deste grande centro é possível partir para qualquer ponto de Lisboa: Benfica, Cidade Universitária, Lumiar, Alvalade, Aeroporto, Baixa ou até para a Marginal. Vai começar a ser difícil arranjar desculpa para não pegar no velocípede.

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Alto de Santo Amaro – Algés

Em entrevista à Time Out no início deste mês, Fernando Medina revelou o projecto que está a ser desenvolvido pelas Câmaras de Lisboa e de Oeiras: o alargamento da linha do eléctrico 15, para que faça a meia encosta do Alto de Santo Amaro, vá à Ajuda, ao Hospital São Francisco Xavier, entre em Miraflores, desça à Cruz Quebrada e integre, em Algés, a linha actualmente em funcionamento. No entanto, pelo que se vê no mapa de ciclovias da capital, parte deste trajecto (do Alto de Santo Amaro a Algés) poderá ser percorrido de bicicleta. E há duas opções para o percurso, que tem ligação com a estação de Alcântara-Terra. Na intersecção entre a Calçada da Tapada e a Rua Luís de Camões, é possível seguir pela Tapada da Ajuda, percorrer a Avenida da Universidade Técnica, contornar o Alto da Ajuda até à Avenida das Descobertas e, finalmente, chegar a Algés a partir da Avenida Dom Vasco da Gama. No entanto, o mesmo caminho pode ser feito mais a sul: da Calçada da Tapada, passando pela Rua Dom João de Castro, contornando a Ajuda, passando pelo Estádio do Restelo, pela Avenida do Restelo e desaguando, tal como ocorre no outro percurso, na Avenida Dom Vasco da Gama.

Para os ciclistas (dos amadores aos prós)

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