A quarentena serviu-lhe de exemplo para provar que, afinal, até consegue fazer um treininho em casa? A Time Out pediu ajuda a quem mais gosta de fazer os outros suar, os personal trainers.
Sofia Araújo e Miguel Oliveira, os portugueses com melhor classificação no World Padel Tour (WPT), tentaram explicar a febre da modalidade no nosso país.
O padel já está a bombar em países como o Brasil ou Espanha há muito tempo, mas só recentemente os portugueses o descobriram. Como é que vês esta febre do padel no nosso país?
Sofia Araújo (SA) – É incrível! É giro ver a quantidade de pessoas que nunca fizeram desporto e que agora não largam o padel. Há cada vez mais jogadores, mais clubes, mais torneios, mais patrocinadores interessados. Portanto diria que é um desporto que veio para ficar e que ainda tem muito para dar!
Miguel Oliveira (MO) – O padel está a crescer cada vez mais e, além do nível social ser cada vez maior, também já se vê alguma profissionalização e jogadores e jogadoras que começam a fazer vida disso. Além dos adultos e veteranos a jogar, o que se tem notado é um imenso crescimento a nível juvenil. Os miúdos jogam cada vez mais padel – e isso é o futuro.
O que é que o padel tem para ser tão atraente mesmo para amadores?
SA – É muito fácil começar a jogar. Qualquer pessoa que joga pela primeira vez consegue acertar na bola, o que não acontece no ténis ou no golfe, por exemplo. Outra das razões é que se joga sempre a pares, o que torna o padel um desporto muito social. Por último, mas para mim o mais importante, o padel é muito divertido!
MO – Tem duas particularidades interessantes: é um desporto fácil de praticar e de evoluir e depois tem uma componente social interessante no pré e pós exercício físico. Também sendo a dois (tenho sempre de arranjar uma pessoa para jogar comigo e mais duas para jogar contra mim) faz com que a roda e o mundo do desporto gire – hoje jogo com um, amanhã com outro, hoje aquele é meu parceiro, amanhã jogo contra ele.
Já começamos a ter uma geração padel em Portugal ou a grande maioria dos jogadores continua a vir do ténis?
SA – No padel mais social vê-se de tudo, pessoas que nunca fizeram desporto, pessoas que vêm do ténis e pessoas que aderiram simplesmente ao padel. Se estivermos a falar da vertente de competição, ainda há muito poucos jogadores apenas com base no padel. Penso que todos da selecção nacional ainda vieram do ténis, o que tem pontos positivos mas também negativos.
MO – A nível profissional, os melhores vieram todos do ténis. Na parte amadora há muitas pessoas que nunca praticaram desportos de raquetes e que acabam por ficar muito envolvidas. Já temos vários exemplos de jovens que só jogam padel – e provavelmente eles é que vão ser os futuros campeões. Penso que as pessoas que vêm directamente do padel, sem passar pelo ténis, terão mais vantagem e sucesso, se bem que o ténis pode ser bom para perceber melhor o movimento e a forma como se desenvolve a pancada.
Estão no n.º 17 (Sofia) e 70 (Miguel) do ranking do WPT. Quais os planos para 2021?
SA – Ainda não estou em Madrid e, portanto, ainda não tive hipótese de delinear os meus objectivos mais concretos com a minha [nova] parceira [Eli Amatriaín, n.o 10 do WPT] e com o meu treinador. Mas a minha ambição é chegar a uma final e acabar a época entre as oito melhores duplas do mundo!
MO – O meu melhor ranking foi o 52 do mundo. Em 2021 gostava de recuperar um bocadinho essa posição e essas sensações. O ano que passou, devido à situação que vivemos, foi complicado porque não saí de Portugal para treinar, apenas para participar em torneios internacionais. Pessoalmente sofri com isso: faltou-me ritmo, trabalho, aprender lá fora, sobretudo em Espanha, onde está a elite do padel mundial.
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