jazigo palmela
Fotografia: Inês FélixJazigo Palmela no Cemitério dos Prazeres
Fotografia: Inês Félix

Os sítios mais assustadores em Lisboa

É uma cidade cheia de luz, mas também tem uma veia sombria. Descubra os sítios mais assustadores em Lisboa.

Renata Lima Lobo
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Lisboa é linda e tem espaços que fazem figura, como estes restaurantes que enchem o olho além da barriga. Mas esta lista contém cenas susceptíveis de impressionar os leitores mais sensíveis. A culpa é de máscaras de cera que reproduzem doenças dermatológicas, de uma cabeça preservada em formol, de um imponente jazigo com 140 restos mortais, de algumas múmias que descansam num museu ou das celas disciplinares usadas pela PIDE. Se quiser desafiar a coragem ou o medo, descubra alguns dos sítios mais assustadores em Lisboa. É possível que sinta, pelo menos, um ligeiro arrepio na espinha.

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Os sítios mais assustadores em Lisboa

  • Museus
  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Aqui não encontra corpos nem cabeças em jarros, mas a colecção pode meter medo ao susto. O Museu de Dermatologia tem centenas de máscaras de cera onde é possível testemunhar os efeitos dermatológicos de uma série de doenças, sobretudo sífilis. A colecção, situada no Salão Nobre do Hospital dos Capuchos, é visitada por alunos de Medicina que a procuram pelo seu valor didáctico. O melhor é os enjoadinhos não consumirem nada antes da visita.

  • Museus
  • História
  • Chiado

Nas ruínas deixadas pelo terramoto de 1755 nasceu o Museu Arqueológico do Carmo, um espaço cheio de achadões, peças históricas e artísticas, da pré-história à época contemporânea. Em finais do século XIX, o Conde de São Januário (então presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses), ofereceu ao museu parte da sua colecção de cerâmicas pré-colombianas (século XVI) e ainda um par de múmias, expostas em vitrines da sala número 4. No mesmo local pode ainda apreciar um sarcófago egípcio do século V-VI a.C. Tem uma múmia lá dentro, mas esta está mais longe dos olhares dos visitantes.

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  • Museus
  • Santa Maria Maior

Localizado na antiga Cadeia do Aljube, o Museu do Aljube – Resistência e Liberdade é totalmente dedicado à luta em tempos de ditadura em Portugal, entre 1926 e 1974. Foram mais de 50 anos assustadores para quem preza a liberdade, que envolveram interrogatórios, tortura, prisões e campos de concentração. O piso 2 do museu recorda precisamente as celas disciplinares, de pequenas dimensões, que tinham por objectivo destruir a capacidade de resistência dos encarcerados.

  • Atracções
  • Campo Grande/Entrecampos/Alvalade

No Teatro Anatómico da Faculdade de Medicina encontra-se a cabeça de Diogo Alves (1810-1841), preservada em formol. Sites como Atlas Obscura ou Dangerous Minds partilharam a foto e a história do assassino do Aqueduto das Águas Livres, dando-lhe fama internacional – nas redes, várias pessoas fizeram notar as semelhanças do primeiro serial killer português com Thom Yorke, vocalista dos Radiohead, no videoclip da canção “No Surprises”. Dada a actual situação de pandemia, a Faculdade de Medicina condicionou o acesso aos espaços e vamos ter de esperar para voltar a visitar esta infame figura.

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O obelisco

É um bocadinho bizarro passar pelo Beco do Chão Salgado em Belém e recordar a história dos Távoras, uma família nobre executada em praça pública a pouca distância do local onde se erguia o Palácio Aveiro (onde viviam), num processo desencadeado pelo futuro Marquês de Pombal. Acusados de tentar assassinar o rei D. José I, vários elementos da família, na sequência do famoso Processo dos Távoras, foram torturados no ano de 1759, perto da Torre de Belém. O palácio foi demolido e o chão simbolicamente salgado para que nenhum edifício voltasse a ser construído neste local, onde foi instalado um obelisco de cinco metros de altura que assinala a efeméride. A proibição, no entanto, ficou sem efeito no reinado seguinte, de D. Maria I.

  • Atracções
  • Campo de Ourique

Constituído quase exclusivamente por jazigos particulares, foi construído no período romântico, em 1833, por ocasião da epidemia de cólera morbus. Na Capela dos Prazeres encontra a antiga sala de autópsias e, desde 2001, o Núcleo Museológico. Mas o destaque vai para o Jazigo Palmela, o maior jazigo privado da Europa. Construído em 1849, ali descansam 140 alminhas, entre familiares, amigos e empregados do clã Palmela. Uma encomenda ao arquitecto maçon Giuseppe Cinatti, o que justifica inúmeros símbolos maçónicos ao longo da estrutura, como colunas que evocam o Templo de Salomão ou o número três no livro do Anjo da Morte (ou da Boa Morte) que encima a pirâmide do jazigo, uma obra da autoria do escultor Araújo Cerqueira.

Já que aqui está

  • Coisas para fazer

É parte do folclore da humanidade, o abandono. O servir de um propósito que se torna obsoleto ou que, por outras razões, deixa de ser necessário. Mas para trás fica sempre um legado, a ideia de uma ou mais vidas que por lá se viveram. Os lugares abandonados despertam um misto de curiosidade e de fascínio, mesmo que a história do local seja conhecida, e é quase inevitável não nos fazer partir à aventura, explorando recantos e tentando reconstruir um pedaço do que se perdeu no tempo. Bom, as selfies também servem de razão para muitos, não há cá rodeios. Seja qual for o motivo, o que importa é sair de casa e aventurar-se nestes lugares abandonados que precisa de conhecer.

  • Coisas para fazer

Os escape games chegaram timidamente a Lisboa em 2014. Agora, as nossas duas mãos não chegam para contar todas as salas que existem na cidade. São cada vez mais, maiores, mais diversificadas e difíceis estas armadilhas para intelectuais masoquistas e sem problemas de claustrofobia. Os níveis de dificuldade variam e os temas são sempre diferentes. Basta percorrer a cidade de Lisboa e arredores para encontrar diferentes opções, com tramas muito distintas. Reúna os amigos, foque-se nas pistas, tente resolver a charada e raspe-se destas escape rooms em Lisboa. São as melhores da cidade.

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  • Coisas para fazer

Está alguém aí? É esta a pergunta chave da ficção de terror e uma das frases a evitar em casas assombradas da vida real (nos filmes costuma ser tiro e queda). Mais vale não arriscar, mesmo que não acredite em bruxas, porque... “que las hay, las hay”, como se costuma dizer. A pensar nisso, fizemos um roteiro especial de sítios que podem ser considerados impróprios para almas mais assustadiças, do centro de Lisboa a Sintra. Mesmo que estejam cheios de gente, os fantasmas, os espíritos, vagueiam à socapa e nenhum virar de esquina é totalmente seguro.

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