Mural de André Saraiva
Fotografia: Ana Luzia
Fotografia: Ana Luzia

Roteiro de arte grátis em Lisboa

Não faltam manifestações de arte grátis em Lisboa. Siga o nosso roteiro

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Lisboa é fértil nas mais variadas manifestações artísticas, fora e dentro de portas. São murais, fachadas, esculturas em jardins, intervenções em lojas, paredes de hotéis ou monumentos históricos. Da próxima vez que passear por um jardim, que entrar numa loja de roupa ou que se sentar à mesa para jantar, olhe bem à sua volta. As manifestações de arte estão um pouco por todo o lado em Lisboa e estas têm entrada livre. À superfície, ou debaixo de terra, venha daí (praticamente) sem gastar um tostão. Só ainda não temos arte a esvoaçar nos céus (fica a dica). Aí segue o roteiro de arte grátis em Lisboa.

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Roteiro de arte grátis em Lisboa

  • Hotéis
  • São Sebastião
  • preço 4 de 4
A colecção do Ritz Four Seasons Hotel Lisboa
A colecção do Ritz Four Seasons Hotel Lisboa

Não é preciso fazer check in, nem gastar rios de dinheiro — na verdade, nem sequer precisa lá ir, se preferir consultar a colecção através da app disponilizada pelo hotel. O edifício do Ritz Four Seasons, do premiado arquitecto Pardal Monteiro, é um marco histórico da cidade e lá dentro tem salões com chão de mármore, candelabros imensos, mobília dourada, arranjos de flores que ocupam mesas inteiras e uma invejável colecção de arte antiga e contemporânea. A aplicação mostra dezenas de obras, de artistas como Almada Negreiros, Pedro Leitão ou Estrela Faria.

  • Hotéis
  • Intendente

Para algo mais século XXI, passe pelo Intendente, endereço do Hotel 1908 Lisboa, situado num edifício premiado de 1908 completamente renovado, do arquitecto Adães Bermudes. Situa-se na esquina da Avenida Almirante Reis e inclui uma galeria de arte em permanente evolução, um restaurante e um bar. Apresenta uma decoração Arte Nova e peças contemporâneas exclusivas de artistas portugueses, caso de Bordalo II, cujas obras dão as boas-vindas a quem entra.

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  • Atracções
  • Campo de Ourique

Há muito que deixou de ser um passeio mórbido, e neste caso particular, vale a pena estar vivo e bem vivo para apreciar o património arquitectónico. O Cemitério dos Prazeres, constituído quase exclusivamente por jazigos particulares, foi construído no período romântico, em 1833, por ocasião da epidemia de “cólera morbus”. Na Capela dos Prazeres encontra a antiga sala de autópsias e desde 2001, o Núcleo Museológico. Não por acaso há várias visitas guiadas. Não esqueça o Mausoléu de D. Pedro de Sousa Holstein, Duque de Palmela (1781-1850), o maior mausoléu particular da Europa.

Aproveite a boleia e siga viagem para uma atracção que em Setembro de 2016 foi classificada como Monumento de Interesse Municipal, e não por acaso, ou por necrofilia exacerbada. O jazigo dos Viscondes de Valmor, no Cemitério do Alto de São João, na Penha de França, reveste-se de valor patrimonial e simbólico; afirmando-se como destacado exemplar da arquitetura funerária da cidade. O projeto geral de 1900 é da autoria do arquitecto Álvaro Machado, de origem neo-romântica, promovido e conduzido nas suas várias fases pelo Grémio Artístico, o antecessor das Belas Artes.

  • Atracções
  • Parques e jardins
  • Parque das Nações

Quem nunca combinou um encontro junto à estátua do "Homem-Sol" durante a Expo 98 é porque já nasceu na década de 90. Obra emblemática do Parque das Nações, associada à sua reabilitação, em vésperas da despedida do século XX, funciona como síntese da obra do lisboeta Jorge Vieira (procure-o também na Praça do Município), numa união entre o espírito surrealista e a abstração pura. Se sair no metro do Oriente, não tem que andar muito para encontrá-la. Depois, continue a explorar a zona, fértil em intervenções artísticas, como o Lago das Tágides, de João Cutileiro.

Confira a escultura em ferro com figuras humanas em tamanho real, do artista britânico Antony Gormley. Ainda no campo de escultura, observe o "Homem-Muralha", de Pedro Pires, criação virada para a Torre Vasco da Gama.

Na fachada do Hotel VIP Arts, acompanhe o painel de azulejos do artista plástico islandês Erró, que se baseou em personagens da banda desenhada e da ficção científica norte-americanas.

Mais para norte, depare-se com Catarina de Bragança, estátua de Audrey Flak com uma história curiosa. Esta é uma réplica de uma outra que deveria ter sido instalada em Nova Iorque, celebrando a infanta portuguesa que deu o nome a Queens. Devido ao protesto da comunidade afro-americana, pelo envolvimento da família da rainha no comércio de escravos, a ideia ficou sem efeito. Mora junto ao Tejo.

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  • Atracções
  • Belém

Quem é a figura majestosa em destaque? É o Infante D. Henrique, homenageado nesta obra de Cottinelli Telmo, com esculturas de Leopoldo de Almeida. O monumento original foi erguido em 1940 por ocasião da Exposição do Mundo Português para homenagear as figuras históricas envolvidas nos Descobrimentos portugueses. O betão e a pedra da réplica actual, inaugurada em 1960, garatem a longevidade deste emblema alfacinha.

Há muitos mais clichés imperdíveis a explorar só na zona de Belém, casos da Torre, do Monumento aos Combates do Ultramar ou do Monumento a Sacadura Cabral e Gago Coutinho

Vai uma lista completa? Conheça os Monumentos de A a Bronze

  • Atracções
  • Estrela/Lapa/Santos

Quantas vezes já circulou por aqui e nem prestou atenção às estatuetas que povoam estes cenários verdejantes? Há muito por descobrir nos jardins de Lisboa. Comecemos pelo Guerra Junqueiro, mais conhecido como Jardim da Estrela. O nosso destaque vai para o "Cavador" (1913), da autoria de António Augusto da Costa Motta (1862-1930), que nos devolve aos primórdios do século XX. A peça representa a figura de um trabalhador com enxada em pleno movimento. Eis o cavador de mangas arregaçadas e calças de trabalho, com o seu chapéu de aba larga. Foi a primeira escultura a ser colocada no Jardim da Estrela depois da implantação da República.

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  • Compras
  • Avenida da Liberdade

Na Avenida da Liberdade, não perca de vista a Loja das Meias com o célebre painel assinado por Querubim Lapa. "A Mulher" foi resgatada da antiga morada no Rossio e repousa hoje neste luxuoso espaço.

Já que aqui anda explore a Boutique dos Relógios Plus - Art Avenida. Aço inoxidável, croché em lã feito à mão, LEDs, fonte de alimentação, motor síncrono e engrenagem é a descrição da peça com assinatura de Joana Vasconcelos que anima esta loja da Avenida da Liberdade. Basta levantar a cabeça, caso não esteja com tempo para acertar o relógio com uma compra mais dispendiosa. 

Para algo mais acessível, os murais de obras de Tamara Alves dão um ar de sua graça em espaços como o estiloso cabeleireiro Slash, na Estefânia.

  • Chiado/Cais do Sodré

É certo que aqui a arte já não é bem grátis — convém não ficar sentado à mesa a adiar o pedido eternamente — e que provavelmente lhe interessará muito mais o que chega no prato. Mas toda a gente pode e deve comer com os olhos, e nestas casas há um toquezinho artístico para apreciar. 

Os vitrais do Gambrinus são demasiado clássicos para si? Descanse, já que pode sempre viajar até à América Latina sem sair do Príncipe Real/Bairro Alto. Veja por si próprio o trabalho dos Irmãos Marques no El Clandestino

Se passar pelo Bastardo, dificilmente vai ficar indiferente aos quadros de Inês Maldonado

Conte com alternativas como o painel de Querubim Lapa, na histórica Pastelaria Mexicana e com o trabalho de Vhils na parede no Honorato Chiado.

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9. Arte a Metro num passeio debaixo de terra

Pode demorar algum tempo, mas a viagem debaixo de terra vale muito mais a pena do que pode pensar à partida. Se há coisa que não falta na rede de Metropolitano de Lisboa são intervenções artísticas que merecem que se demore um pouco. Quer um exemplo? 

A estação da Cidade Universitária foi inaugurada em 1988, com projecto arquitectónico da autoria de Sanchez Jorge e intervenção plástica de Vieira da Silva. O painel “Le Métro” é a coqueluche desta estação na linha Amarela, consistindo num transposição para azulejo, por Manuel Cargaleiro, de um guache de Vieira da Silva datado de 1940. Esse guache, inicialmente conhecido como "Abrigo-Anti-Aéreo" coincide com período em que a pintora viveu no Brasil, e respondia então ao conflito vivido na Europa.

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11. O deus atropelado e outras rotundas

Nem sempre as rotundas são os pontos de passagem mais glamorosos da cidade, mas ninguém os bate em visitas, ainda que por vezes mal se preste atenção à obra no centro. Não se esqueça de um dos monumentos mais óbvios, a estátua do Marquês de Pombal, inaugurada a 13 de Maio de 1934, com um pedestal em pedra trabalhada e 40 metros de altura. O projecto contou com a intervenção dos arquitectos Adães Bermudes e António do Couto, e dos escultores Francisco dos Santos, Simões de Almeida e Leopoldo de Almeida.

Destaque ainda para um deus bastante resistente. Corria Março de 2016 quando um condutor ao volante abalroou a Fonte de Neptuno, no Largo Dona Estefânia. O aspecto positivo deste "atropelamento" é que a estátua de Neptuno, uma escultura do século XVIII da autoria de Machado de Castro, sobreviveu à investida das quatro rodas. Passe por lá, de preferência a pé, para evitar acidentes.

  • Atracções
  • Edifícios e locais históricos
  • Avenidas Novas

Foi a primeira igreja construída em Lisboa após a implantação da República Portuguesa em 1910. Só não foi logo, logo a seguir. Abriu portas em 1938 e foi projectada pelo arquitecto modernista Porfírio Pardal Monteiro, autor de outros edifícios estrela de Lisboa como a antiga sede do Diário de Notícias na Avenida da Liberdade ou do Hotel Ritz. Mas esta igreja é um verdadeiro museu de artistas: os vitrais são da autoria de Almada Negreiros, a imagem da padroeiras de Leopoldo de Almeida e os frescos do arco triunfal de Lino António.

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  • Coisas para fazer
  • Estrela/Lapa/Santos
Avenida Infante Santo
Avenida Infante Santo

Aqui está uma verdadeira galeria a céu aberto e totalmente gratuita. Ao longo dos anos, as escadarias da Avenida Infante Santo foram sendo decoradas com painéis de azulejos e por aqui não faltam nomes de peso. Júlio Pomar, que aqui se instalou nos anos 50, faz-se acompanhar por Maria Keil, Carlos Botelho, Alice Jorge, Sá Nogueira e Eduardo Nery. Um dos últimos a chegar, em 2017, foi Diogo Machado, aka Add Fuel.

O melhor de Lisboa a custo zero

  • Museus

Há museus completamente gratuitos em Lisboa, e já os listámos aqui, depois há outros que não dão o braço a torcer e onde vai ter sempre de se chegar à frente e abrir a carteira. Mas ainda há um meio termo, aqueles que dão tréguas em pelo menos um dos dias da semana ou do mês, para que possa entrar sem gastar dinheiro. Seja ao sábado, no primeiro domingo do mês ou depois de uma certa hora – há opções para tudo e não há grandes desculpas para não aderir a estas borlas. Está pronto para apontar estas dicas?

  • Coisas para fazer

Não sabe o que fazer em Lisboa? De concertos de rock a aulas de swing, de recitais de poesia a passeios de bicicleta, damos-lhe uma grande variedade de sugestões para aproveitar tudo quanto é à borla na cidade. São dezenas de coisas grátis para fazer em Lisboa, afinal não queremos que deixe de aproveitar o melhor que a cidade tem apenas por ter a carteira mais vazia. Há muito para fazer à borla em Lisboa. Não acredita? Então espreite a lista que se segue. Não se vai arrepender. Já lhe dissemos que é grátis?

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  • Arte
  • Arte urbana
Siga este roteiro de arte urbana em Lisboa
Siga este roteiro de arte urbana em Lisboa

Vhils, Bordalo II, Aka Corleone, ±MaisMenos±, Tamara Alves ou Mário Belém são alguns dos nomes mais sonantes neste roteiro de arte urbana em Lisboa. A eles juntam-se artistas de todo o mundo, que escolhem Lisboa para servir de tela aos mais variados estilos e mensagens. Se por um lado Lisboa está em guerra com taggers com pouco talento para a coisa – e que fazem questão de espalhar assinaturas por tudo quanto é sítio –, por outro a cidade é cada vez mais um museu a céu aberto de belíssimas obras de arte urbana. Embarque connosco num passeio alternativo pela cidade.

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