Venham falar comigo quando a Netflix ou a HBO se dispuserem a adaptar, por exemplo, coisas sérias (e só para referir duas) como The Chronicles of Thomas Covenant, the Unbeliever, de Stephen Donaldson, ou a saga Elric de Melniboné, de Michael Moorcock. Até lá, não enfiem a touca do bruxo.
★★☆☆☆
Passados dois programas, Isto é Gozar com Quem Trabalha (SIC, Dom 21.30) está a revelar-se inferior ao seu antecessor na TVI, Gente que não Sabe Estar, apesar de ser feito pela mesma equipa. Até agora, resume-se a um primeira parte em que Ricardo Araújo Pereira (RAP) faz, atrás de uma secretária, uma modalidade sentada de stand up comedy, e a uma segunda parte em que fala com políticos convidados, pondo-lhes perguntas supostamente “incómodas” mas que não lhes fazem a mínima mossa. No programa de estreia, o convidado foi (que surpresa! Que original!) o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que aparou o jogo todo a RAP com uma mão atada e uma perna atrás das costas. No segundo programa, apareceu a ministra da Justiça, que ao humorista não só nada disse como aproveitou para transformar o segmento em tempo de antena do governo e proferir duas ou três banalidades sobre a “igualdade”. RAP parece não se lembrar da talhada que a popularidade de Herman José levou, quando começou a convidar a classe política da altura para o seu talk show. Isto é Gozar com Quem Trabalha pede mais partes gagas, mais sketches atontados, mais comédia nonsense, mais gente com piada em palco além de RAP, mais movimento. Quanto a políticos, de preferência mais nenhum, se faz favor.