Desafio Time in: uma marca portuguesa por dia
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Desafio Time In: uma marca portuguesa por dia

A Time Out criou uma série de desafios para ajudar quem esteve fechado em 2020 e que continua em 2021. Nesta segunda ronda, continuamos a apostar nas marcas portuguesas.

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Agora, mais do que nunca, é tempo de olhar para quem nos rodeia, para os nossos e para quem, todos os dias, se esforça para apresentar um produto de qualidade com uma etiqueta made in Portugal. Apoiar os pequenos negócios é uma missão que todos devemos abraçar por estes tempos difíceis, fazer com que, depois de tudo isto, eles ainda estejam lá para nós quando precisarmos de despachar aquele presente especial ou para nos valorizarmos de vez em quando. Do calçado à cosmética, da roupa à joalharia, compre português e orgulhe-se de levar ao peito o que de melhor se faz por cá. Para ajudar na tarefa de se voltar a manter em casa, e em segurança, todos os dias, aqui, voltamos a sugerir-lhe uma marca portuguesa para ter debaixo de olho. 

Veja aqui todos os Desafios Time In

Desafio Time In: uma marca portuguesa por dia

Dia 1: Buzina Brand

Vera Fernandes lançou-se nesta aventura em 2016 e mal ela sabia o que podia vir daí – a marca estreou-se em Março de 2020 na passerelle da ModaLisboa. A Buzina surge como consequência das novas tendências de moda, mas, acima de tudo, da nova mulher, uma mulher que já carrega consigo conceitos como empowerment, igualdade e feminismo. E vestir Buzina é um statement. As formas volumosas fazem parte do ADN desta marca que, por essa razão, todas as peças têm tamanho único de forma a se adaptaram a todos os estilos e corpos. No entanto, todos os detalhes contam: os nós, os laços, as pregas, a textura e o peso dos tecidos (cetins, jacquards, acolchoados ou tafetás) e as silhuetas que não deixam de ser femininas. Ora espreite aqui a colecção mais recente, a Planar.

Dia 2: Le Mot

Se há coisa que as fotografias de moda urbana (leia-se street style) nos ensinam é que uma t-shirt é essencial em qualquer guarda-roupa, feminino ou masculino, e que básico não é sinónimo de sem-graça. E se há sítio onde isso é evidente é em Paris, principal capital de moda. É em francês que é impresso todo o estilo e palavreado da Le Mot, de Susana Santos, que deixou de ter apenas t-shirts e passou a ter também tops, hoodies, uma saia e até um tote bag. A marca só existe online e, por isso, nesta altura continua com toda a pujança de antes. 

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Dia 3: Castelbel

O marketing olfactivo resulta mesmo, prova disso é a Castebel e as suas lojas que não passam despercebidas a ninguém, onde quer que estejam dão vontade de entrar. Sabonetes e produtos de luxo perfumados são a especialidade desta marca que nasceu em Castelo da Maia, em 1999, para o fabrico artesanal de sabonetes. Entretanto cresceu e é também conhecida pelas velas, papéis perfumados, cremes de mão e corpo. Tudo o que cheire bem, portanto. O universo Castelbel é grande e cabe todo quer nas lojas físicas quer no site, com todas as essências e colecções exclusivas. E já que é para ficar em casa, que seja para ficar tudo cheiroso: a pele e as divisões do lar. 

Dia 4: Latitid

Escapism foi o nome do Verão 2020 da marca portuguesa das irmãs Inês Posser e Marta Fonseca, que se inspiraram na movida e boémia Los Angeles, “um lugar que parece encapsular os nossos sonhos mais profundos”, escrevem, e afinal é disso que nós precisamos agora – escapar até ao confim dos nossos sonhos. Há amarelo mostarda, rosas framboesa, azul eléctrico, tecidos metalizados para brilhar ao sol, tie dye ou estampados a lembrar os azulejos do fundo de uma piscina, tudo (ou quase tudo) ainda disponível na loja online com saldos jeitosos.

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Dia 5: ISTO

Uma t-shirt e uma camisa: a ISTO começou assim. Agora tem mais uma série de peças disponíveis, ainda que a base se mantenha – ser totalmente transparente com o consumidor. Exemplo disso é a política de preços que mantêm clara para quem compra, e que mesmo assim é competitiva porque não têm tantos intermediários e a produção é local. A ISTO destaca-se pelos seus básicos – a t-shirt é a prata da casa – e pelo facto de tudo ser feito com algodão 100% orgânico. Além da loja na Embaixada no Príncipe Real e a segunda em Campo de Ourique, a ISTO é forte nas encomendas online.

Dia 6: Cata Vassalo

Catarina Vassalo ficou conhecida graças aos toucados e grinaldas – para noivas e não só – mas rapidamente percebeu que havia espaço para mais. Arrojou e juntou aos ganchos, coroas, bandoletes, pregadeiras, chapéus e canotiers de todas as cores, também os brincos. A partir daí têm predominado as flores, folhas, pedraria e muitos dourados – um básico que serve para qualquer ocasião, seja para um dia de trabalho, ou para brilhar numa festa. Vá, encha o carrinho no site e comece a sonhar com essas ocasiões especiais.

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Dia 7: Tema

A marca de Teresa Braga tem feito sucesso online e na sua loja multimarca no Bairro Alto, a Nossa. A Tema tem peças delicadas para todo o tipo de mulheres, com combinações improváveis e intemporais para usar num look casual ou noutro mais formal – dos macacões às camisas. As encomendas são embaladas com todo o cuidado e enviadas para a casa de cada cliente.

Dia 8: +351

Já estamos habituados ao indicativo da +351, uma marca bem portuguesa que nasceu das criações minimalistas de Ana Penha e Costa. Com prints associados ao oceano e o logótipo a dar o ar da sua graça, as peças são simples e quase todas elas unissexo – há t-shirts, sweats, calças e casacos, os básicos necessários em que deve apostar. Há tudo isto online e pronto a ir até sua casa para adoptar aquele estilo de "pouco esforço mas sempre em bom". 

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Dia 9: Friday

Paredes brancas, vazias, despidas e insípidas deixaram de fazer parte do nosso vocabulário decorativo – do nosso e do da Friday, uma marca portuguesa de posters. Assumem-se como uma espécie de galeria de arte para quem procura uma decoração mais alternativa. Dentro das temáticas abstracto, fotografia, pop art, ilustração, infantil ou geométrico, vai encontrar uma solução para aquele cantinho lá em casa. Cada poster está identificado pelo artista que o fez, servindo também de plataforma para muitos deles, que não têm onde expor o seu trabalho. Ora espreite.

Dia 10: Tigers At Play

Pequenina, minimalista e com uma grande janela, onde é fácil espreitar e ter uma amostra do pode encontrar nesta loja em São Vicente. A Tigers At Play foi feita à medida dos mais novos e trouxe para o mercado peças feitas à mão e em Portugal, dos vestidos de linho às mantas bordadas. São roupas boas para viajar e boas para brincar, o conforto é a premissa base. Com roupas dos 2 aos 8 anos, encontra por aqui vestidos floridos ou mais neutros, camisas, camisolas com pêlo, calções, mantas bordadas à mãos e gorros de caxemira. A produção é feita em Portugal e em pequenas quantidades, pondo de lado qualquer produção em massa, sendo que também muitos dos tecidos são portugueses. A marca recorre a pequenas fábricas e muitas das peças são feitas por uma costureira.

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Dia 11: Cantê

A loja da Cantê está escondida mas os fatos de banho e biquínis não passam despercebidos: estampas florais ou mais discretas e alguns padrões geométricos – é de aproveitar todo o ano. Para o Verão de 2021, a Cantê embarcou numa viagem de reconexão com as suas origens, redescobrindo o lugar onde tudo começou há 10 anos. "Alma” é a nova colecção inspirada na essência, liberdade e importância de estar presente, caracteriza-se como uma reinterpretação retro da cultura portuguesa. Os padrões florais continuam lá, entram na equação o verde menta e o lilás, as formas geométricas dão o ar da sua graça, há peças em veludo, outras com fechos coloridos e novas texturas como a waffle. Além de biquínis e fatos de banho, a Cantê alargou a colecção e lançou também vestidos, saias, macacões, camisas e calções. Pela primeira vez, a Cantê introduz aqui lycras recicladas, para diminuir a sua pegada ecológica. Fique a saber que a marca também tem uma linha de lingerie, a My Intimate Cantê, para dar outro ânimo àquela gavetinha lá de casa. 

Dia 12: Mahrla

Quando Sílvia Pereira começou nestas andanças não achou que a sua marca ganhasse as dimensões que tem agora. Coloca amor em tudo o que faz e as criações para a marca não são excepção – a Mahrla tem design próprio e confecção 100% nacional, no norte do país, com peças minimalistas que assentam a todo o tipo de mulheres. É comum as peças serem dominadas pelos folhos, pelas cores sólidas e pela fluidez dos tecidos.

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Dia 13: Benamôr

O charme da art déco continua a ser um dos pilares da marca e da decoração das suas lojas, mas não precisa de entrar em nenhuma para sentir esta inspiração: basta-lhe o packaging de cada uma das gamas Benamôr. Da Alantoíne à Jacarandá, do Gordíssimo à Rose Amélie, ou até do famoso creme de rosto, que mantém a mesma fórmula desde 1925, veja-se, mas agora sem parabenos. Tanto nas lojas como no site pode viajar pela história da marca e consultar algumas receitas desta cozinha de beleza, além de poder abastecer-se de produtos: gel de banho, óleos, bálsamos, manteigas de corpo ou até a mais recente água micelar. 

Dia 14: Armazém das Malhas

Se está farto de borbotos na roupa à segunda lavagem, este é o sítio a que se deve dirigir. Hoje são os netos de Durbalino Figueiredo, o fundador da casa, que mantêm o espírito de bairro, a qualidade dos artigos e dão um cheirinho de inovação ao negócio de família. Tomás e Tiago Marques são novos, mas têm um saber antigo, trabalhando com os produtores fabris de sempre, que põem amor em cada peça que vai parar às prateleiras da loja ou à montra online – a novidade mais recente. É fácil atirar-se às sweaters e aos cardigans feitos de lã de carneiro, daqueles que duram uma vida.

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Dia 15: Baseville

São básicos e são sustentáveis, quer melhor? A marca de Ana Ferreira e Ana Costa foca toda a sua atenção nos básicos para mulher com qualidade, desde a escolha do design à das matérias-primas, tudo para que não caia na teia do fast-fashion, coisa que é fácil hoje em dia. A Baseville está atenta a tudo aquilo que muitas vezes esquecemos na hora de comprar uma peça de roupa: os recursos gastos como a água e energia, ou até as etiquetas de composição e lavagem das peças, onde constam a quantidade de fibras vegetais, animais ou sintéticas. As peças, maioritariamente em algodão orgânico, são produzidas em Portugal, e durante o processo são assegurados os direitos dos trabalhadores, um comércio justo e com igualdade de oportunidades. Há tops, t-shirts e mangas compridas para adicionar às gavetas lá de casa. 

Dia 16: Fora Sunglasses

A Fora tapa o sol não com a peneira mas com uns óculos cheios de pinta, dos mais moderninhos aos outros mais retro. A marca mantém, desde a sua criação, o ADN que combina a produção artesanal e portuguesa com aquilo a que gostam de chamar de “qualidade acessível”. Têm várias lojas em Lisboa, e até uma oficina própria para personalização dos modelos de sol e os de óptica. O site, ainda assim, continua a ser veículo forte para as compras.  

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Dia 17: Açaí com Granola

Tem a sustentabilidade como mote e vê-a como um comportamento desde a sua fundação. E isso nota-se em diferentes aspectos, desde a escolha da produção local, o fair trade e, claro, a escolha de materiais amigos do ambiente, como é o caso do econyl, desenvolvido a partir de plástico recolhido dos oceanos, como redes de pesca antigas e outros objetos poluentes, ou até mesmo peças criadas a partir de deadstock, ou seja, lã e algodão que estão parados em fábrica e que seriam destruídos. Além de uma linha de fitwear e outra de swimwear, a marca portuense tem também roupa sustentável para o dia-a-dia, dos vestidos aos macacões, das calças às blusas. 

Dia 18: Juliana Bezerra

Podem não ser as jóias que mais dão nas vistas, mas que Juliana Bezerra soube agarrar-se bem ao conceito que ela própria definiu para as suas peças, isso até os adeptos do bling bling conseguem reconhecer. A inspiração vem directamente da botânica. Sementes, folhas, cascas ou flores - a natureza está por todo o lado, mesmo em referências quase microscópicas, apenas visíveis aos olhos dos mais atentos. Apesar do novo ateliê no Restelo, Juliana continua em força no site. Aproveite para deitar o olho às colecções recentes e às colaborações que vai fazendo.

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Dia 19: Claus Porto

Caíram as monarquias e as repúblicas, instauraram-se ditaduras e fizeram-se revoluções. Tudo mudou, menos a Claus Porto, a marca de sabonetes portuense que se manteve firme, de pedra e cal, ao longo destes 130 anos. São muitos anos a virar aromas, colónias, cremes e sabonetes, é um luxo podermos chamar esta marca de nossa. E esta questão de lavarmos as mãos regularmente pede que usemos material de qualidade e, preferencialmente, cheiroso, como estes da Claus Porto. O site continua bem abastecido para lhe poderem bater à porta com uma encomenda que cheira bem. 

Dia 20: Conscious

Quando foi mãe, Joana Silva aproveitou o tempo livre da licença para fazer outras coisas como cerâmica e até costura. Nesta última, do curso que fez, acabou por nascer a Conscious Swimwear, uma marca de swimwear sustentáveis cujo tecido é feito a partir de plástico recolhido dos oceanos e por costureiras, tudo de forma controlada e justa. Mas a coisa cresceu e a Conscious deixou de ser só para a praia e passou a ter roupa. A novidade do final de 2020 foi a Confy Collections, uma colecção de fatos-de-treino feitos de algodão orgânico.

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Dia 21: Citadin Shoes

A Citadin Shoes é uma marca de sapatos para homens, feitos em Portugal e que está no mercado nacional e internacional desde 2014. Funcionavam só online até abrirem a sua primeira loja na Rua Duques de Bragança, onde quando a pandemia assim o permitir pode encontrar as várias propostas de cada colecção – tudo com inspiração nas cidades mais emblemáticas do mundo. A Citadin Shoes por agora continua a vender online.

Dia 22: Näz

Cristiana Costa costura a Näz com linhas 100% portuguesas e grande parte da produção é feita em pequenas confecções familiares. As peças são inspiradas por estéticas minimalistas (também para reduzir os custos de produção), como a japonesa e a belga, aplicada aos vestidos, camisolas, calças e casacos – feitos a partir de fibras recicladas do desperdício pré-consumo. A marca ganhou em 2019 loja própria na Lx Factory, mas durante estes tempos pode continuar a comprar online.

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Dia 23: Crush Lush

Um básico nunca é demais e Mónica Nascimento, criadora da Crush Lush, tratou de lhe dar um upgrade. A marca lançada em Fevereiro tem t-shirts unissexo e tote bags simples com pequenos bordados e frases motivacionais – e há lá altura melhor do que esta para isso?  É tudo produzido em Felgueiras. 



Dia 24: Spry

Começou forte na outra quarentena, a dar tudo nos treinos online, mas está agora a perder o entusiasmo? A comida está a falar mais alto? Pode retomar o ânimo (e a forma) com umas roupinhas próprias para o efeito – a Spry, marca portuguesa de activewear, além de uma loja no Amoreiras Shopping Center, tem uma loja online com conjuntos completos de leggings e soutiens (com diferentes tipos de suporte), ou as peças soltas, em diversas cores. São sem costuras, portanto não há marcas indesejadas, pode focar-se completamente no exercício. Todas as peças são produzidas em fábricas portuguesas, sendo feitas em fibras que as tornam leves e permitem uma secagem rápida.

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Dia 25: Paparina

Para começar, a produção é toda feita no ateliê da marca, em Setúbal. E a ligação à zona costeira não acaba aqui. Os materiais com que são feitos a lingerie e o swimwear da Paparina são reciclados a partir de redes de pescadores encontradas no oceano e de garrafas de plástico PET – sustentabilidade mais uma vez na mira. As peças da Paparina são ajustáveis ao corpo de cada compradora, desde a lingerie com rendas aos fatos de banho coloridos e, mais recentemente, às colecções de loungewear. Estas peças que se traduzem em sweats e calças, principalmente, são de algodão grande parte delas e há também algumas em lã feitas à mão pela mãe da fundadora da marca com lã virgem italiana. A qualidade e a sustentabilidade estão lá. O conforto também.

Dia 26: Imago

De Lisboa para o mundo, a Imago nasceu em 2017 para provar que é possível andar cheio de pinta com peças minimalistas e feitas por cá. "E que venham as viagens, os mergulhos no mar, os fins de tarde no campo e as saídas à noite vindas da praia" – a Imago dita o mote e dá-lhe as ferramentas para viver estes momentos vestido a rigor.  As peças são unissexo e vão das t-shirts às sweats e aos bonés com expressões. 

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Dia 27: Sanjo

Define-se agora como a “New Old Brand”, que é como quem diz a nova velha marca. Se houve necessidade de se reinventar em algum momento da sua longa vida, a Sanjo conseguiu fazê-lo carregando o peso de ser a primeira marca de sapatilhas portuguesas. Viam-se nos pés dos portugueses nos anos 40, 50, 60 e 70, quase como parte do uniforme oficial do nosso país. O ADN original da marca continua muito presente, basta olhar para o selo lateral em cada par ou até mesmo para as icónicas solas riscadas dos modelos K100 e K200, que já trazem consigo mais de 80 anos desde a sua primeira versão. Ainda assim, há outros modelos com design diferente, para quem gosta de ter as tendências todas no armário. Resta referir que a produção se mantém 100% portuguesa, como se quer. 

Dia 28: Cécile Mestelan

Pratos grandes, outros mais pequenos, taças, chávenas de café, copos, caixas ou bules – todas as peças de Cécile Mestelan são feitas cuidadosamente à mão, o que faz com que nunca haja duas peças iguais. São minimalistas, com pequenos detalhes geométricos, as cores são maioritariamente suaves e muitas das peças têm textura, culpa da mistura de areia da praia no barro. A loja na Calçada da Estrela foi uma das vítimas da Covid-19 mas a ceramista continua no activo com um ponto de venda no seu atelier, no número 74 da Rua Poiais de São Bento, no mesmo bairro. 

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Dia 29: Burel Factory

Foi entre montes, vales e montanhas que a Burel Factory chegou até nós. Isabel Costa e João Tomás abraçaram em tempos o bucolismo da Serra da Estrela e desde então não se despegaram desta região do país onde retomaram a actividade da fábrica de Lanifícios Império, que é agora a Burel Factory. Puseram os novos a trabalhar com técnicas antigas de tear, deram cor ao burel e espalharam-no pelas bocas de todos os que não conheciam este material nobre, que resulta de um processo longo de transformação da lã.Têm lojas em Guimarães, Manteigas, Porto e Lisboa bem recheadas de produtos para a casa, os mais requisitados, como mantas, tapetes, cortinados ou almofadas. A par disto, há calçado, mochilas, echarpes, algumas peças de vestuário, bancos e baloiços para o quarto dos miúdos, e para quem quiser também vende burel a metro.  

Dia 30: Augustha

Se as aulas de História de Portugal lhe deixaram resquícios de informação que sejam coisas como saber que a cidade de Braga se chamava dantes Bracara Augusta. Isto só para não ser apanhado de surpresa quando lhe dissermos que Mónica Amaral se inspirou nessa nomenclatura para dar nome à sua marca de sapatos, a Augustha. São todos feitos em Portugal e conseguem unir o melhor de dois mundos: a qualidade intocável e a arte do que é feito minuciosamente à mão. Querem-se nos armários durante longos e largos anos, que a intemporalidade é característica que os marca, dos saltos altos aos mules ou sandálias. 

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Dia 31: Majatu.Studio

Sara Sampaio e Jorge Ribeiro, dois amigos de infância, atiraram-se de cabeça para o conforto e o luxo que é poder vesti-lo em casa e na rua. Juntos criaram a Majatu.Studio, uma marca portuguesa onde a estrela da casa é a loungewear, tudo feito em Portugal e com a sustentabilidade na ponta da língua, com base no conceito de slow fashion. A marca tem camisas, calças, casacos, hoodies e t-shirts para homem e para mulher, contando até com uma colecção sem género. 

Dia 32: The Captain Socks

As meias são para esta marca uma “expressão de amor”. Aqui não há padrões extravagantes, que nem toda a gente gosta de dar nas vistas, mas sim desenhos minimalistas para quem também não quer ser o aborrecido da meia básica azul e preta. Relógios, patos, esquadros, aviões, gelados ou copos de vinho são alguns dos motivos da marca criada por Tiago Monteiro, em 2018. O objectivo é poderem ser usadas num contexto formal ou mais descontraído. Feitas com 200 agulhas com algodão penteado, as Captain Socks são reforçadas nos dedos e calcanhares, tudo sem costura e com punho jackard.

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Dia 33: Beatriz Jardinha

Irreverência – se há palavra que define as criações de Beatriz Jardinha é essa mesmo. A designer desenha jóias que “aproximam técnicas antigas e rudimentares a conceitos etéreos”, pode ler-se no seu site. As peças são feitas à mão depois da encomenda, e ganham aquela forma artesanal e única. 

Dia 34: Jangada

É mais uma que nasceu em plena quarentena, apesar de a ideia já estar plantada na cabeça da fotógrafa de moda Matilde Travassos há mais tempo. A Jangada é uma nova loja online de básicos de qualidade para criança (dos dois aos dez anos), uma marca nostálgica que nos lembra de como era brincar no antigamente. As colecções, criadas para usar, abusar e ainda passar de geração em geração, não têm estação – são clássicos reinventados, dos pólos de malha aos pullovers, dos cardigans às jardineiras. É tudo meio vintage e produzido em pequena escala, numa fábrica no Norte do país. As caixas que chegam das encomendas transformam-se em jogo de tabuleiro. Ah, a infância.

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Dia 35: Ramos Cerâmica

Peças toscas, rugosas e minimalistas – é como a Ramos Cerâmica se mostra ao mundo, a nova marca que traz cerâmica de autor e peças de edição limitada a um preço justo e acessível, ao mesmo tempo que quer combater o desperdício. Patrícia Gonçalves é o rosto e as mãos que trabalham a argila da Ramos Cerâmica, que produz peças limitadas e únicas de forma artesanal. Para combater o desperdício, Patrícia criou também uma colecção composta pelas peças maquete, que vai produzindo ao longo do processo criativo até chegar às peças da colecção final. Estão para venda no site e algumas lojas, mas quem quiser deitar-lhes o olho pode marcar uma visita ao ateliê em Lisboa através do email hello@ramosceramica.com

Dia 36: Light Yeears Away

Ser uma empresa do bem é a máxima que, desde sempre, esteve (e está) na base da Light Years Away. A equipa está envolvida em todos os passos da produção das peças, de modo a garantir que os processos são sustentáveis, éticos e inclusivos. A sustentabilidade é, sem dúvida, a bandeira que a marca se orgulha de hastear – as malhas e os tecidos da marca são de Econyl, um tecido feito de nylon regenerado que provém do desperdício plástico. A produção é local, num ateliê com costureiros, e as peças são desenhadas e produzidas de forma a reduzir a pegada ambiental. Também as embalagens das encomendas são compostáveis e as etiquetas são feitas de papel semente, para os clientes poderem plantar. A gama de produtos não é extensa mas toca em todas as necessidades: cycling shorts, leggings, tops e t-shirts. É entrar no site e espreitar a nova colecção, Core, com as linhas Asana e Flex para diferentes necessidades desportivas. 

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Dia 37: Ticotico

O pinho proveniente de florestas sustentáveis é o material principal da colecção de transportes artesanais da Ticotico. É a fundadora, Marina Gomes, quem faz tudo à mão, do desenho à construção, com materiais ecológicos como a madeira e o papel reciclado, e à pintura, com tintas aquosas. Criados a partir de um imaginário nostálgico, os barcos, aviões e carros desta marca portuguesa, disponível online na plataforma Etsy e na loja portuense Papa-Livros, não precisam de pilhas que se gastam num instante e são a desculpa perfeita para os pais se juntarem às brincadeiras e fazerem uma viagem pelas suas memórias de infância. 

Dia 38: Ivory Lisbon

Ainda a Covid-19 não era conhecida e já estava a ser preparada a Ivory Lisbon, uma marca solidária cujo objectivo é criar colecções de roupa e acessórios e associá-las a causas sociais e ambientais. Cada peça está ligada a uma cor específica correspondente a uma determinada causa – podem ser os oceanos, o desperdício alimentar, a protecção dos animais ou até a saúde mental. A compra equivale assim a um contributo de 10% do seu valor para a causa associada à cor da peça em questão. A Ivory prima pelos acessórios comos os totes e os bonés, tem sweats também, mas são as t-shirts a prata da casa. Básicas, coloridas e feitas com algodão orgânico.

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Dia 39: MPL’ beauty

Mafalda Pinto Leite é dona e senhora da MPL’ beauty, uma marca de produtos de beleza biológica, natural, sustentável e vegan. Mafalda dedica-se a ajudar a promover uma filosofia para melhorar a beleza de dentro para fora com ferramentas que ajudam a gerar mudanças na sua saúde, confiança e criatividade. A marca tem séruns, cápsulas para cabelo, rolos de massagem, esfoliantes, pau santo, e até ingredientes e superalimentos para juntar à sua alimentação. 

Dia 40: iUKIYO

A iUKIYO é uma marca 100% portuguesa que nasceu das mãos das influencers portuenses Mariana Machado e Mariana Castro Moreira. A ideia surgiu durante o confinamento e a filosofia acabou a dar nome à marca: UKIYO é uma palavra japonesa que significa "viver o momento, desligando dos problemas da vida". A primeira colecção é uma linha de training em algodão orgânico e em cores leves, como o menta, rosa, off white e azul.  

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Dia 41: CHIcoração

As mantas são as peças mais vendidas desta marca lisboeta que também aposta na decoração, no vestuário e nos chapéus. A CHIcoração recorre a técnicas artesanais para confeccionar produtos com lã nacional, e é na fábrica mãe, na Serra de Aire, que tudo acontece. As mantas, disponíveis em vários tamanhos, têm padrões antigos reinterpretados, combinando-os com cores vivas para contrastar com dias mais cinzentos. Além disso, há almofadas, cachecóis, casacos, malas, écharpes e até bonecos.

Dia 42: Anna Westerlund

As criações em cerâmica de Anna Westerlund andavam por aqui e por ali, entre o site e as concept stores de Lisboa, mas desde que abriu a (TOGETHER), a sua loja no Chiado, que a marca deu aquele passo que precisava para se consolidar à séria e mostrar ao público este trabalho artesanal. É conhecida pelas peças de cerâmica coloridas, com laivos mais monocromáticos de vez em quando. Enfim, é ir acompanhando o trabalho pelas redes sociais e no site.

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Dia 43: bento

Não há calçado mais despretensioso que um belo par de alpargatas para trazer na leveza dos meses quentes. A bento é uma nova marca de espadrilles 100% portuguesa, quer no design, quer na produção, que é feita com materiais naturais e confecção artesanal. A ideia e o conceito nasceram de uma viagem ao Japão por Mariana e Sofia, duas amigas que queriam criar uma marca que representasse a sua forma de estar descontraída e o estilo versátil do mindset japonês. Inspiradas na simplicidade e leveza das bento box japonesas (caixas de refeição), juntaram na equação a memória dos Verões de infância de alpargatas nos pés e a versatilidade de uma peça tão simples como esta. A marca assenta em três valores fundamentais – o minimalismo, a igualdade de género e o consumo consciente – e está disponível em dois modelos: o kawa, em pele e camurça, e as kiji, em tecido. 

Dia 44: Made in Youthland

Todos os produtos são formulados, desenhados e produzidos em Portugal. Logo aí já conquistou o nosso coração. A Made In Youthland, fundada em 2016, é uma marca com básicos da cosmética, tal e qual como aqueles que guardamos no armário para vestir. Mas aqui quem se veste é a pele. Os produtos são feitos com ingredientes naturais e orgânicos, juntamente com ingredientes moleculares e criados em laboratório, o que se traduz, portanto, em produtos livres de ingredientes nocivos como parabenos ou substâncias CMR (carcinogénicas, mutagénicas e reprotóxicas). São 16 as fórmulas existentes, oito para tratamento facial e outros oito para o corpo.

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Dia 45: Cuscuz

Estes óculos da marca de Ana Mendes são feitos de forma consciente e obedecem ao conceito de slow
design com a utilização de materiais naturais como madeiras vindas dos desperdícios de fábricas de móveis. São completamente personalizáveis – o cliente escolhe a lente, a cor e o formato – e com armações excêntricas, ainda que mantenham uma linha minimalista e sem género. As encomendas são feitas no site da Cuscuz, e a manufactura pode demorar algum tempo, uma vez que há uma desaceleração do ritmo de vida do produto e a sua fabricação é mais demorada.

Dia 46: Torres Novas

Atravessou gerações, foi-se abaixo e agora volta à vida melhor do que nunca. É um pequeno resumo daquilo que a portuguesa Torres Novas, a marca histórica de turcos de banho, passou até aos dias de hoje, altura em que é relançada depois da falência. Surge de cara lavada e com jovens a tomarem-lhe as rédeas, mas as jóias desta coroa continuam as mesmas: as toalhas de sempre, com a qualidade do antigamente. Para já, a Torres Novas traz de volta quatro das suas linhas mais famosas: a Almonda, a Luxus, a Elegance e a Royale. A história antiga – e a nova que começa a ser contada com este relançamento – muda também o modo de vender. Se dantes a Torres Novas estava apenas em lojas mutimarca, agora tem direito a uma loja online para responder, sobretudo, aos consumidores mais jovens e internacionais. Mas não deixam quem sempre lhes deu casa, como é o caso das lojas lisboetas Paris em Lisboa, Gallery House, Pollux, Teresa Alecrim e Turcos e Bordados, a Mandrágora em Oeiras, a Helena Lavores, em Elvas, e a Casa de Pano, em Beja. 

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Dia 47: Unreal Fields

Cores espampanantes, designs ousados e uma dose de irreverência caracterizam a Unreal Fields, uma marca criada por um colectivo feminino de artistas baseado em Lisboa. Os modelos são feitos à mão por empresas familiares em Portugal, tudo para manter a produção local e controlada. Há creepers, sandálias, saltos altos, botins, é escolher a personalidade do sapato que mais lhe for conveniente. 

Dia 48: Pecegueiro & F.os

Na origem da Pecegueiro & F.os só podia estar uma família numerosa e, ao mesmo tempo que Sara Lamúrias e Pedro Noronha-Feio apresentaram à cidade um guarda-roupa colorido para miúdos entre os dois e os 12 anos. Pegaram em tecidos portugueses, produziram por cá as peças e recuperaram o encanto das coisas simples. Anita e Tom Sawyer foram as musas de serviço e as jardineiras são as peças estrela. Existem em todas as cores do arco-íris e mais algumas, sem contar com os modelos às riscas. A lógica do menino e menina é reduzida ao essencial, o género fica-se pelas saias e vestidos. Pode continuar a comprar online no site que tem uma série de novidades para os pequenitos.

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Dia 49: Sömmer

Aqui o brilho vira vidrado – a Sömmer é uma marca de joalharia sustentável, feita em porcelana e ouro. As peças são todas desenhadas e feitas à mão por Sofia Bártolo, que tem o seu ateliê na Ericeira de onde sai cada uma das suas peças únicas. A estética é minimalista e apela à simplicidade das formas delicadas e intemporais, como deveriam ser todas as jóias. As colecções já lançadas dividem-se entre colares e brincos, dos mais compridos aos mais discretos, sempre com um grande pingo de elegância. 

Dia 50: Organii

Se existem embaixadoras ecológicas na cidade, elas são as manas Cátia e Rita Curica, fundadoras do império Organii. Começaram com cosmética numa loja no Chiado, mas saltaram rapidamente para a roupa e decoração, sempre com olho num estilo de vida sustentável. A cosmética é a grande fatia do negócio e já contam até com marca própria, a Unii – têm o seu laboratório em Pero Pinheiro, Sintra, e é lá que controlam os ingredientes biológicos, pondo de lado os químicos. A Unii conta com produtos para toda a família, que podem ser encontrados nas lojas Organii, e há desde sabonetes artesanais de azeite a champôs sólidos, elixires bucais e até fragrâncias. A Organii mantém activo a sua loja online e blogue, de onde pode tirar algumas dicas para se tornar mais sustentável e saber que produtos usar. Tem tempo para ler, reflectir e pensar em mudar de hábitos.

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Dia 51: C.R.T.D.

As viagens mudam muito boa gente. A bagagem vem quase sempre mais pesada, sobretudo de experiências e do que se vai espremendo de outras culturas – foi o que aconteceu com Miguel Marques da Costa. Uma viagem ao Quénia ditou-lhe o futuro. Foi lá que descobriu um algodão fino e uma potencialidade por explorar. Mandou fazer umas camisas numa fábrica familiar e trouxe para a sua família. E mais camisas houvesse – família e amigos insistiram e deram o empurrão que faltava para fazer nascer a C.R.T.D. (lê-se Curated). Esta marca portuguesa vive no universo online, os modelos são unissexo, os algodões leves e os padrões um mix de cores e grafismos. São objecto de desejo de muita clientela portuguesa e internacional, e até Madonna é fã ávida das camisas da “the portuguese brand”, como lhe chamou.

Dia 52: Marosca

Aqui há marosca, mas da boa. A estratégia desta marca portuguesa de acessórios para óculos é criar peças únicas feitas à mão, coloridas e originais. Longe vão os tempos das correias para óculos aborrecidas e apenas usadas por quem nunca sabe onde os põe – há versões para adulto e versões para criança, com padrões mais divertidos. As circunstâncias pandémicas levaram a marca no ano passado a adaptar as suas fitas para servirem também de suporte para segurar também a máscara de proteção ao pescoço, para situações em que a pode retirar, claro. É caso para espreitar.

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Dia 53: Mustique

As camisas com padrões deram fama à Mustique, uma marca portuguesa cheia de pinta que não gosta de categorizar a roupa por géneros, dá para todos, e Vera Caldeira da Silva e Pedro Ferraz que o digam. Foi numa viagem à Índia, em 2017, que se apaixonaram pela técnica do block printing, que permite criar padrões únicos nos mais variados tecidos. Decidiram lançar uma primeira colecção nesse Verão e desde aí que a Mustique não tem mãos a medir, voltando à Índia todos os anos para criar novas colecções sempre trabalhando de perto com pequenos artesãos. Mais recentemente, a marca portuguesa aventurou-se nas malhas com uma colecção de camisolas feitas em Portugal.

Dia 54: Nutch

Margarida e a Francisca são apaixonadas por exercício físico e tudo o que move esse universo, incluindo as fatiotas de treino que consideram um ponto fundamental para a motivação. Foi com base nisso que nasceu a Nutch, uma marca de activewear sustentável que quer que as mulheres se sintam confiantes na prática do exercício físico. As peças são coloridas e produzidas com nylon regenerado da ECONYL, feito a partir de desperdícios de plástico, resgatados de aterros e oceanos de todo o mundo. O site tem disponível já várias peças que são vendidas em conjuntos de top e leggings.

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Dia 55: Arcane Jewellery

Se os meses de isolamento em 2020 trouxeram uma coisa boa, foi a oportunidade de tirar da gaveta sonhos e projectos. Como os de Inês Morais, que trocou a vida de account pela das jóias. As peças, desenhadas pela própria, vêm de inspirações tão simples como as antiguidades de família, os objectos encontrados em momentos especiais, a arquitectura greco-romana e as formas ao mesmo tempo toscas e delicadas. É quase crime (de vaidade, claro!) não ter uma pecinha destas na sua colecção de joalharia.

Dia 56: Lachoix

Ter um par de loafers no armário é quase tão necessário como ter um vestido preto, daqueles com que nunca se compromete. E foi mais ou menos a pensar nessa necessidade básica que Fátima Carvalho decidiu criar a Lachoix, uma marca de calçado conhecida pelos seus mocassins que se querem intemporais e de uma elegância rara num sapato raso. A marca tem design e produção em Portugal e joga com o design dos tecidos e padrões, que vão do animal print aos veludos, sempre com a palavra sofisticado na ponta da língua (e do pé). 

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Dia 57: Tip & Toe

Meias divertidas sem serem demasiado infantis? A Tip & Toe tem e ainda bem, que para as tenras idades a bonecada nem sempre tem de ser uma escolha. Foi com base nessa infantilidade em demasia na oferta para crianças que Filipa Simões de Freitas criou, em plena pandemia, uma marca de meias toda catita e feita em Portugal – para dar os primeiros passos com estilo. Estas criações são autênticos clássicos reinventados aos tempos e cores de hoje, para conjugar com qualquer look que passe pela cabeça dos pais ou mesmo pela dos miúdos. Os tamanhos vão do 22 ao 36, se calçar pequeno ainda vai com sorte de andar em pontas dos pés. 

Dia 58: Kumo

Kumo é uma metáfora. A palavra japonesa para nuvem dá nome à nova marca portuguesa de calçado artesanal, pensada por Andreia Cunha, que quer pôr-nos a andar sobre nuvens dentro de casa, tanto adultos como crianças. São confortáveis, quentinhas e vêm em diferentes padrões (alguns inspirados em cidades como Berlim, Kyoto, Oslo ou Cairo). As pantufas da Kumo são feitas de fibras naturais e as solas são feitas à base de material reciclado e resinas, sendo maleável e antiderrapante. Para já, a marca vende apenas online, estando disponível para adultos vários modelos em várias cores e tecidos (47,90€-49,90€), do 35 ao 45, e para os mais pequenos há mais padrões (39,90€), do 22 ao 34.

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Dia 59: 8950

A insígnia é portuguesa, delicada e feita com matérias-primas 100% nacionais e naturais, autóctones de Castro Marim – sim, é daqui que vem o nome da marca baptizada com o respectivo código postal. Foi pensada como uma marca direccionada sobretudo à hotelaria, mas alargou o espectro do seu público e tem agora os seus produtos à venda para todos n’A Vida Portuguesa. Os frascos da 8950 são feitos em cerâmica de Alcobaça – podendo ser reutilizáveis, portanto – e contam com uma gama de champô, creme e sabão líquido.

Dia 60: Grow

A Grow é uma linha de roupa interior focada nos soutiens de maternidade, integralmente feita em Portugal com tecidos orgânicos e naturais, responde a essa necessidade. É para mães, mas acima de tudo para mulheres. Inês Patrocínio, que dá a cara e o corpo ao manifesto pela Grow, queria uma marca portuguesa que respondesse à necessidade de muitas mulheres nesta fase da vida. A pandemia desacelerou o processo de lançamento da marca, que acabou por ser antecipada através de uma comunidade onde se discute sem tabus as questões da maternidade - a It’s Not Just Milk. Quando a Grow foi lançada o ciclo completou-se. Quanto aos soutiens, esses, para já vendem-se apenas online, no site da marca. Existem três modelos, todos com características próprias e adaptáveis ao corpo de qualquer mulher. Pode saber mais sobre a marca aqui.

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Dia 61: Otherwise

As atenções estão todas nelas, todas catitas, cada uma de sua nação e com tecidos vindos directamente da Índia. Falamos de camisas, a estrela da Otherwise, de Manuel Ochoa, que quer homens e mulheres a desfilar com atitude na calçada portuguesa. As camisas são desenhadas em Portugal e feitas numa fábrica local na Índia, com tecidos indianos. Há vários modelos de camisas para deitar o olho, de manga comprida e manga curta, cheios de padrões feitos com block print, uma técnica indígena onde artesãos cravam em blocos de madeira os padrões e pintam para depois estamparem os tecidos. Coloridos ou mais discretos, os padrões são únicos e irrepetíveis: há para todos os gostos, feitios e usa quem quer, homem ou mulher. Mais recentemente a Otherwise lançou também alguns casacos, para complementar a oferta que tem disponível online, ou nas lojas de Campo de Ourique e na Lx Factory.

Dia 62: Reshape

A APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) tem mais um projecto para reintegrar na sociedade os reclusos prisionais e as pessoas que já estiveram em reclusão. Agora através desse exercício terapêutico que é a cerâmica, criando a marca Reshape Ceramics. Para já vende-se online e foca-se nas peças utilitárias de tableware como pratos, copos, bowls ou argolas de guardanapos. 

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Dia 63: Mihso

Criada por Mafalda Semedo, a Mihso é uma marca portuguesa de sweatshirts que quer animar o seu guarda-roupa com muitos padrões. A ideia é que estas camisolas sejam práticas, confortáveis e fáceis de conjugar com outras peças. O resultado é um modelo de sweatshirt com mangas raglan, disponível em três padrões que surgem de ideias e memórias de infância de Mafalda. Depois, o trabalho passa para ilustradores e designers portugueses. Toda a produção está a cargo de pequenas empresas têxteis no Norte do país, e as camisolas são feitas em felpa, 100% algodão. 

Dia 64: Dalvans

"Made by hand in Portugal". Vem em inglês, mas é bem nacional. Os brincos da Dalvans são peças únicas, porque passam todos pelas mãos da criadora, Sara Galvão. São feitos com argila polimérica, um material não tóxico, composto principalmente de um tipo de resina plástica. Coladinhos à orelha ou grandalhões, são um statement. As novidades estão sempre a aparecer, basta seguir de perto a página de Instagram.

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Dia 65: Marita Moreno

Nasceu há mais de dez anos, mas só em 2018 é que a Marita Moreno se tornou uma marca mais amiga do ambiente. Para isso, começaram a usar materiais naturais, como o linho, rendas, madeira ou cortiça, e outros mais inovadores, como o piñatex ou placas de fibra de casca de banana. Algumas colecções têm modelos numerados e limitados. Há sapatos para todos os gostos e acessórios como malas, mochilas, colares e até máscaras, tudo sob uma premissa de sustentabilidade. 

Dia 66: Feike Store

Uma mudança de casa, a Internet como fonte de inspiração e as marcas estrangeiras que demovem compras pelos custos de envio, tudo foi razão para Gabriela Duarte meter as mãos na massa – coisa que já faz enquanto designer e também com bijuteria – e começar a fazer as suas próprias velas. Começou por aquecer e moldar e não tardaram a aparecer pessoas a perguntar-lhe onde comprava as peças. As velas da Feike Store são todas feitas à mão por esta designer, que agarra o processo desde a sua base, com a parafina, o pavio, o pigmento e os aromas – depois é ver a magia desenrolar-se (ou enrolar-se, neste caso). Há vários modelos, como as feike swirl, que são torcidas; as feike duet, com duas velas enroladas uma na outra; as feike single lady, com formatos mais abstractos; as feike monster, com cera de outras cores a cobrir, e as bubble. Mas não só: também faz velas pintadas com pequenos ícones. “A escolha do nome foi para ser uma loja a brincar, que não se levasse demasiado a sério, apesar de ser um negócio”, explica Gabriela, que às velas quer começar a juntar outras peças, que tenham o mesmo tipo de linguagem – é o caso dos castiçais de cerâmica que já podem ser vistos nas imagens do Instagram da Feike, onde são feitas as encomendas. 

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Dia 67: Stró

As lojas da Stró oferecem à cidade cantinhos recheados de produtos sustentáveis. Encha o saco com mantas, cachecóis, cobertores ou chinelos de retalhos – feitos a partir do têxtil excedente –, tudo produtos em lã, linho ou algodão que obedecem a uma produção controlada. Saldos e promoções não entram, precisamente porque a marca se rege por princípios de comércio justo. 

Dia 68: Hey Soleil

A marca portuguesa amiga do ambiente Hey Soleil saltou da internet para as ruas de Lisboa. Agora, faz sempre sol em São Bento, com as peças para bebé e criança de Mafalda Faro, feitas em algodão inacreditavelmente suave, 100% orgânico, desenhadas e produzidas em Portugal. Vai encontrar bodies, t-shirts, calças, camisolas, casacos e macacões intemporais e unissexo. Além das colecções ditas habituais, haverá também algumas colaborações com artistas. É ir espreitando o site e as montras.

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Dia 69: clementinAtelier

Rita Machado descobriu o seu amor pela cerâmica e é ela que todos os dias põe as mãos na massa para fazer nascer as peças especiais da clementinAtelier, que remetem quase sempre um universo da natureza e com texturas incríveis, das jarras aos pratos. Tudo combina harmoniosamente, como se de uma família de peças se tratasse, colecção após colecção. 

Dia 70: Cantaloupe Studio

Cantaloupe Studio nasceu da vontade de mostrar ao mundo o know-how na estampagem de produtos de alta qualidade, made in Portugal. Os sapatos desta marca têm todos um estampado diferente, pensado, desenhado e concretizado pelos designers da marca, que quer mostrar que é possível ter calçado confortável e trendy ao mesmo tempo, podendo ser usado na praia ou no escritório. Metalizados, degradé, tigresa ou padrão de meloa (não fosse o nome da marca uma espécie desta fruta), há para todos os gostos. Os tecidos são de fibras naturais e as solas são feitas a partir de cortiça reciclada. 

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Dia 71: Fairly Normal

Os acasos podem ser felizes, mesmo no mais infeliz dos cenários – como uma entrevista de emprego mal sucedida. Que o digam João Morais Leitão e João Berberan, a dupla de amigos responsável pela Fairly Normal, uma marca portuguesa de roupa masculina com preocupações ambientais e sociais e muitas referências da cultura urbana. Estes dois amigos puseram cá fora a primeira colecção com t-shirts em algodão orgânico, long-sleeves, hoodie, calças e casacos. Tudo à venda no site. A inspiração é o ambiente urbano que se respira em Lisboa, agarrada aos movimentos de contracultura do surf e do skate. Os materiais usados, como o algodão orgânico ou a lã, são de elevada qualidade, tudo com design minimal e com atenção aos pequenos detalhes. 

Dia 72: Ownever

Com a missão de ser uma "nova Hermès" portuguesa, nasceu a Ownever, uma marca de acessórios de luxo que quer trazer para o mercado nacional colecções de malas intemporais, que não respeitam tendências, e produzidas com materiais de qualidade. Eliana Barros, fundadora e designer, criou cinco modelos de malas, inspirados no estilo de vida francês e em ícones do país como Françoise Hardy ou Emmanuelle Alt. Cada modelo foi baptizado com o nome de diferentes zonas de Paris, como Montmartre, Marais e Saint-Germain. Estão disponíveis online, com preços entre 260€ e 550€, sendo que cada modelo é criado artesanalmente e feitas apenas por encomenda, em bio-leather tingida com tintas exclusivamente vegetais, e embaladas em algodão orgânico.

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Dia 73: Patrícia Lobo Ceramics

“Nunca me imaginei a fazer cerâmica.” Quem o diz é Patrícia Lobo, artista que assina os candeeiros mais cobiçados de Lisboa. Já passou pela televisão, cinema, publicidade e teatro, mas trabalhar com as mãos passou a ser o seu mantra. Fez aulas de roda de oleiro e, embora já não a use, foi um bom ponto de partida para o que viria a seguir: a remodelação da sua própria casa. Fez os azulejos da cozinha e da casa de banho e, quando chegou a altura de pensar nos candeeiros, não encontrou nada em cerâmica com o design que procurava. Vai daí, criou-os. Linhas simples, estética forte, facilmente adaptável a qualquer estilo. Patrícia tem a colecção de candeeiros de tecto e de parede à venda no site.

Dia 74: Herbes Folles

A Herbes Folles é especial e é portuguesa. Esta marca de cosmética faz-se à base de ervas daninhas, dantes consideradas como medicina e alimento mas que são na verdade fundamentais para os ecossistemas e uma fonte de nutrientes e antioxidantes dos quais a pele pode beneficiar. Foi a pensar nisso que Mariana Santos, que estudou medicina herbal na The Herbal Academy, fundou a marca, para conjugar o cuidado com a pele com o respeito pelo ambiente, uma vez que os produtos são de origem natural, não-tóxicos e dão uma nova reputação a estas ervas, como é o caso da urtiga, beldroegas, o hipericão ou o sabugueiro. A gama de cuidados de pele da Herbes Folles é composta por um óleo de limpeza, uma loção bifásica hidratante, um bálsamo multiusos e duas esponjas Konjac que auxiliam a limpeza do rosto. Estão à venda no site e em algumas lojas seleccionadas.

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Dia 75: wetheknot

Minimalista, funcional e sustentável – são três palavrinhas que definem bem a marca criada pelos designers Filipe Cardigos e Sérgio Gameiro, a wetheknot. A marca, de pequena escala, existe há já 10 anos, mas continua forte na sua missão de trazer à luz do dia colecções de roupa e acessórios intemporais e utilitários, sempre com o mote da qualidade em vez da quantidade em mente. As peças da marca são feitas cuidadosamente à mão em Portugal, por parceiros locais e com têxteis de qualidade também portugueses, e cada processo de produção é pensado para que tenha o mínimo impacto ambiental possível. Há hoodies, t-shirts, calças, bonés, sabonetes vegan, cintos ou mochilas – sendo os acessórios quase todos feitos pele vegan – tudo para descobrir no site ou na loja no Bairro Alto.

Dia 76: Kalimera Collection

Viagens, areia, mar, sal e muitos biquínis: podia ser assim o início de mais uma aventura de Sara Arrais pelo mundo. E foi a partir dessas aventuras que nasceu a Kalimera Collection, uma marca 100% portuguesa de swimwear que dá uma mão à sustentabilidade e a outra ao minimalismo. A Kalimera começa com Breeze, a primeira colecção que representa uma “autêntica lufada de ar fresco para os tempos que vivemos” e que traz um fato de banho, três modelos de soutien e outros três de cueca. As peças estão à venda no site, e é possível comprar separadamente as partes de cima e de baixo, podendo o cliente escolher um tamanho ou cor e padrão diferentes para cada uma delas. As peças são feitas de à base de ECONYL®, um fio de nylon desenvolvido a partir da recuperação de redes de pesca, retalhos de tecido e plástico industrial. Além disso, as embalagens têm dimensões reduzidas para minimizar o impacto, sendo também plastic-free, e o papel utilizado tem certificação ambiental FSC. 

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Dia 77: Peryod

Empoderar a mulher, ponto. Eis o mote da Peryod. Mónica De La Serna, Rita Sarabando, Mafalda Vilela e Graça Rodrigues dão o corpo ao manifesto por esta nova marca portuguesa que quer dar palco, através da roupa, ao feminismo e a valores como a união, a sororidade e a igualdade. A roupa fala por elas – e quer falar por todas as mulheres e pessoas que defendem o respeito e a igualdade de género, que lutam todos os dias por um mundo em que a mulher não seja o elo mais fraco só porque é mulher. Nesta primeira colecção, Statement, as quatro amigas optaram por um body, duas t-shirts e uma sweatshirt. Cada peça traz uma mensagem diferente, e cada modelo tem o nome de uma mulher que fez história, são elas: Amelia Earhart, Elizabeth Robinson, Olympe de Gouges e Sojourner Truth. A sustentabilidade não ficou esquecida – nem podia. As peças são fabricadas em algodão orgânico, e todos os processos de tingimento são o mais sustentáveis possível, assim como o próprio packaging. A Peryod ainda vai além da mensagem com uma vertente social. Como forma de mostrar o seu propósito social, cada peça vendida vai fazer reverter 1€ a uma instituição ou organização que apoie as mulheres. 

Dia 78: [PH]ACT

Sustentabilidade é uma palavra que ganhou espaço no vocabulário do dia-a-dia e ocupou-se de mudar consciências. Assente nela, está uma nova marca portuguesa, a [PH]ACT, dedicada aos cuidados pessoais e cosméticos, cujo primeiro produto são champôs sólidos que respeitam o pH natural dos cabelos. A marca assenta assim em três grandes pilares: a sustentabilidade, a transparência e os factos, tendo como mote o verbo “cuidar” – de ti, dos outros, do hoje e do amanhã. O primeiro lançamento da [PH]ACT é de uma gama de champôs e condicionador sólidos que respeitam o pH natural do cabelo e couro cabeludo. Os champôs (12,95€) estão à venda no site, cada um com propósitos distintos. Além dos três champôs existe ainda um condicionador sólido, ideal para cabelo seco e danificado, feito com proteína de arroz hidrolisada e azeite de oliva (13,95€). À venda está também uma caixa de cortiça para o champô (14,95€), ideal para o guardar e transportá-lo em viagens ou na mala do ginásio, por exemplo. 

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Dia 79: Non Manon

A Non Manon é uma marca portuguesa e sustentável que nasceu em plena pandemia em 2020, como uma loja vintage, e que acabou a transformar-se em Agosto desse ano numa marca de roupa made-to-order. Marta, a fundadora, é responsável por tudo e utiliza deadstock e tecidos sustentáveis para cada criação, inspiradas em épocas passadas. A grande maioria das peças é então feita sob encomenda, para evitar desperdício, com a vantagem de que pode ser feita à medida do cliente. Marta quer continuar a criar designs intemporais, coloridos, educando os clientes sobre moda ética e sobre a importância de travar o consumo desenfreado de fast fashion.

Dia 80: Clay Factory

Às vezes basta um jarro ou um candeeiro novo para dar outro ar àquele cantinho lá de casa. A Clay Factory surgiu para isso mesmo: inspirar os amantes de decoração a comprar peças portuguesas, neste caso, pintadas à mão. No site da marca encontra pequenos e grandes vasos, candeeiros, velas, jarros, peças para a mesa e até flores secas. 

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Dia 81: Bohemian Swimwear

Inspirada por grandes viagens e praias exóticas, a Bohemian Swimwear é uma marca de biquínis e fatos de banho que nasceu da necessidade de Erica Bettencourt ter roupa de praia mais exclusiva, que fugisse ao que as marcas de fast fashion ofereciam. Erica, que fazia surf desde os 15 anos, foi encontrando inspirações nas suas viagens onde procurava a onda perfeita – acabou por encontrar a base da sua marca que é feita de uma fusão entre os biquínis de cintura baixa europeus e os cortes mais cavados brasileiros. O que os caracteriza são os detalhes, os padrões boémios e os materiais usados. A nova colecção Hope, para o Verão de 2021 é exemplo disso trazendo à baila o glitter, os folhos como apontamento em alguns modelos, os cortes assimétricos e até a renda. É espreitar aqui.

Dia 82: Carui

Maria João Barbosa e Elena Tourón, ligadas ao universo da moda há mais de uma década, são as mentes por detrás da Carui, onde as jóias da coroa são as malas, inspiradas num design arquitectónico, intemporal e funcional e, mais que isso, que pensa no impacto que a produção pode criar. As malas e os acessórios da marca – das bandoletes aos turbantes – são feitos em Portugal por artesãos e as peles usadas são reaproveitadas dos desperdícios da indústria de criação de gado alimentar, num processo de upcycling, assim como os tecidos usados provêm de stocks parados e sobras de outras produções de origem portuguesa. As fundadoras e amigas não querem “produzir por produzir, nem incentivar um consumo desmedido”, dizem, preferem antes desenvolver cada produto da forma mais ética possível para que dure uma longa vida. A marca acaba por ver a moda como uma “interpretação eterna da arte, que inspira e que cria um legado de peças intemporais” que Maria João e Elena querem que passe de geração em geração. Os modelos geométricos que as malas da Carui assumem são também um espelho da versatilidade que se quer hoje – o conforto sem nunca descurar a estética. 

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Dia 83: Fluyt

Criada em 2017, a Fluyt tem uma estrela que brilha mais alto: as suas camisas. O bom corte, a qualidade dos tecidos e a produção portuguesa são a grande aposta dos fundadores da marca que queriam colmatar uma lacuna no mercado da moda urbana masculina, num compromisso entre a formalidade e a irreverência.  A marca aposta em designs e padrões intemporais, para que durem, e durem, e durem nos armários de quem as compra – assumem-se como uma marca não-descartável, onde “cada peça Fluyt está preparada para envelhecer com os seus clientes”. Das camisas de manga comprida às de manga curta, de flanela ou orgânicas, e ainda uma colecção de casacos para complementar a oferta. 

Dia 84: Alata

O mobiliário do quarto de uma criança pode influenciar o seu desenvolvimento e os interesses que desenvolve na hora da brincadeira ou da sesta, por exemplo. A pensar nisso, nasce a Alata, uma marca de mobiliário infantil 100% portuguesa e com inspiração em Montessori, que quer dar às crianças autonomia e envolvê-las no espaço onde se movem com coisas tão simples como estantes para os livros, o ponto de partida da marca. São produtos simples, com madeiras sustentáveis e cuja montagem é de encaixe, sem recurso a parafuso. Tudo construído à escala das crianças, para que sejam autónomas em cada brincadeira. Para já, há duas gamas distintas: a Bokkie e a Krakki. Os nomes são peculiares e têm história por detrás – as gamas são nomeadas com a palavra “criança” numa das 7117 línguas do planeta, sendo que Bokkie é afrikaans e Krakki em islandês. A particularidade é mesmo a disposição dos livros que nestas estantes passa a ser frontal, para que as crianças vejam o que têm e sejam estimuladas por isso. Esta apresentação limita também o número de livros expostos, que também devem ter uma rotatividade regular.

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Dia 85: DARKSIDE Eyewear

Carolina Castro dá a cara e os olhos pela sua marca, criada no norte do país em 2015. Os pares de óculos da Darkside primam pelos formatos, quase sempre grandalhões, e pela paleta de cores invejável das armações feitas com acetato italiano Mazzucchelli. Todos os produtos são desenhados no Porto e produzidos em pequenas fábricas locais, artesanalmente e com cada produto a merecer a atenção devida em cada passo do seu fabrico. A qualidade dos materiais combina com o minimalismo das formas, sofisticadas e feitas com os melhores materiais, tornando os óculos de sol numa peça única e exclusiva. Cada par é entregue ao cliente numa bolsa de pele, também ela fabricada em Portugal.

Dia 86: Greensense

Palavras mágicas: natural e vegan. A Greensense é uma marca portuguesa que nasceu da procura de soluções saudáveis e sustentáveis na hora da rotina de beleza e higiene sempre com o foco de ter o menor impacto ambiental possível. Os produtos são criados com ingredientes de origem biológica, vegetal e mineral para cuidarem do couro cabeludo, do cabelo, da barba e do rosto de uma forma natural e saudável, não sendo testados em animais. Têm óleos desmaquilhantes, óleos de barbear, mas focam-se sobretudo nos champôs e amaciadores sólidos, com direito a kits com vários produtos. A marca até lançou o primeiro champô sólido para bebés e crianças. 

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Dia 87: Raquel Poço Jewellery

As peças de Raquel Poço são pensadas do início ao fim por si, desde que são um desenho ou molde de plasticina até que levam um banho de ouro ou prata – tudo artesanal, com um ar meio tosco, tal e qual como Raquel gosta. Esta fisioterapeuta apaixonou-se pela joalharia e materializou a curiosidade da área num curso que a levou a criar a sua própria marca, assente em formas naturais, muito inspiradas pelo mundo de Raquel que bebe da cerâmica, da cestaria, da ilustração, de viagens, de árvores, flores e folhas. A fundadora da marca absorve o que a rodeia e cria as peças a pensar no outro, naquela pessoa que a vai usar depois de lhe dar forma. As peças são criadas em prata 925 ou em prata 925 com banho de ouro de 24 quilates, é coisa para durar, confie. Também o packaging aqui é pensado ao detalhe, sendo as peças entregues numa caixa de cartão e um saco de algodão para protecção da durabilidade das peças. Esses cartões são fabricados a partir de desperdícios de fibras de algodão da indústria têxtil. Em Lisboa, as entregas são feitas por estafeta e de bicicleta, para terem o menos impacto possível.

Dia 88: Aumar

A AUMAR é cosida por cá com licras italianas mas com muito engenho nacional de Mariana Silva, a fundadora desta marca portuguesa de swimwear. Os fatos de banho e biquínis destacam-se pela originalidade dos tecidos e pelas formas simples, fáceis de assentar em vários tipos de corpo. A colecção deste Verão chama-se Savana Retro e volta a muita cor aos modelos. Outra das novidades deste ano é a colecção de roupa de praia, com camiseiros, vestidos e calções. Mas a Aumar deixou de ser só para mergulho e passou a ter terra à vista quando Mariana decidiu criar a vertente Auterr, com colecções limitadas de roupa, que pode ser de festa ou mais casual, é sempre uma surpresa. 

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Dia 89: Victoria Handmade

É caso para dizer: é de família. A Victoria Handmade tem uma bonita história que passou de geração em geração e mantém viva a cestaria de junco, a arte e tradição da família de Esperança Vitória, a criadora da marca, desde 1952. Desde cedo que começou a tecer cestas, prática que já vinha da sua avó Vitória Brites, e que o seu pai Toino da Vitória sempre fez questão de manter viva no seio familiar. As cestas de Toino eram nos tempos idos as melhores da aldeia da Castanheira, em Alcobaça, e agora Esperança mantém a obra e esta arte vivinha da silva. Tudo em português e com a certeza que o que é artesanal tem outro valor. A Victoria Handmade sobrevive do que é tradicional com a modernidade que Esperança, a irmã Carla Maria, e a filha Daniela agora oferecem à marca e a este dom de tecer junco. As cestas e malas da marca são tecidas pelas mãos desta família cujo junco cresce selvagem na natureza, sem pesticida ou mão humana. Também o couro de curtimento vegetal utilizado é livre de produtos tóxicos.   

Dia 90: Id Velit

A Id Velit tem tudo o que é preciso para entrar numa rotina de beleza mais verde, que o diga Anabela Jorge, a criadora desta marca. Depois de ficar desempregada, pôs mãos à obra e atirou-se a cursos de cosmética natural para depois fazer nascer a sua própria marca, a Id Velit, com produtos de banho e rosto com origem em ingredientes alentejanos, como o mel e a azeitona. Os produtos são feitos artesanalmente e não são testados em animais. As gamas foram pensadas para ter oferta para toda a família, com óleos e sabonetes de barbear, after shaves naturais, cremes de rosto, bálsamos labiais, sabão corporal, creme de mãos, condicionador e champôs naturais. É explorar o site.

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Dia 91: My Travelling Socks

My Travelling Socks nasceu em 2019 com um desejo: tornar as viagens e as memórias dos viajantes em algo que possa ser usado no dia-a-dia. Como? Gravando essas memórias num par de meias, ou em vários. Muitos pares de meias que, inevitavelmente, levamos para todo o lado. São fabricadas em Portugal e compostas por 88% de algodão para dar o conforto que uma boa pisada merece. 

Dia 92: The Kiln Company

A cerâmica negra faz parte da história ancestral do norte do país, onde é utilizada uma técnica que torna o barro negro sem usar qualquer pigmento de cor. Uma técnica que hoje é cada vez menos usada, e por isso mais singular. The Kiln Company encarrega-se, através de processos artesanais e de forma sustentável, de manter parte dessa tradição viva, assim como a natureza.

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Dia 93: Misplaced

Nos dias que correm começa a ser impensável não manter o foco na sustentabilidade e, mais que isso, na valorização do corpo tal como ele é – ou por outras palavras, levar avante uma mensagem de body positivity. Foi sobre estes dois pilares que nasceu a Misplaced, uma marca portuguesa de fatos de banho, que quer dar destaque ao corpo da mulher tal como ele é, sem floreados nem retoques, e com produção 100% portuguesa. Ana Rodrigues e Carolina Galvão dão a cara pela marca que lança em 2021 a sua primeira colecção oficial, cuja produção pretende ter o menor impacto possível no planeta. Não fossem elas estar atentas a todo o processo – da fábrica à chegada ao cliente – que acaba por ser tudo feito de uma forma eco-friendly. O tecido das peças é feito a partir de lixo, sobretudo deadstock de tecidos ou redes de pesca, com 78% de poliamidas recicladas. As fundadoras querem, no fundo, assumir que as imperfeições do corpo da mulher são o que as torna únicas, afastando-se de muitos padrões de beleza impostos na sociedade. Cada uma das peças da marca tem o nome de uma deusa Romana, incorporando o espírito de empowerment feminino, que acaba por ser um dos valores basilares da marca. Os modelitos da Misplaced podem ser comprados no site, havendo fatos de banho e biquinis – aqui pode comprar a parte de cima e de baixo separadamente. 

Dia 94: Boteânica

Promover a preservação do planeta através de um estilo de vida sustentável: é esta a missão de Mafalda Amarelo, que lançou uma marca portuguesa, natural e ecológica, em pleno confinamento. Na Boteânica, é possível encontrar desde chás, tisanas e infusões naturais até produtos para o corpo, como máscaras de argila, bombas de banho, sabonetes artesanais, champô sólido e óleos para barba. “Um estilo de vida ambientalmente consciente é uma forma de ajudar o planeta”, assegura a jovem empreendedora. É só espreitar o site e passar a adoptar um estilo de vida mais verde.

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Dia 95: Beamy Home

Marta Freitas gosta de relativizar as coisas e ver a sua marca como um hobbie, um escape à realidade à sua volta, até porque “se não for pelo prazer de o fazer não vale a pena”, confessa. Mas isto só começou a tornar-se um hobby mais sério quando perdeu o emprego – culpa da pandemia – e ficou com mais tempo livre, tempo esse que aproveitou para tirar um curso de social media para perceber como isso poderia ajudar na criação de uma marca. Acabou a tropeçar na tendência das velas, mas a marca era australiana e os portes de envio para Portugal batiam nos píncaros, por isso “porque não tentar fazer em casa?” – questionou-se. Comprou os moldes das bolhinhas, os pavios, e mãos à obra. Marta acabou por abdicar de usar parafina e optou por cera de soja, sendo que o pavio é também de algodão orgânico e não de chumbo. A Beamy – que significa brilhante, luminoso e radiante, "exatamente o que é suposto ser, uma luz que nos anime em dias não", diz Marta – quer ser mais do que velas, e agregar também uma componente mais decorativa com outras peças, sempre com o dedo de Marta. As velas custam 8€ (aos quais acrescem portes de envio) e podem ser encomendadas através da página de Instagram. Em Cascais, as entregas podem ser feitas em mão.

Dia 96: Sigh Store

Quem segue Joana Veríssimo no Instagram reconhece-lhe o bom gosto inigualável, a simplicidade e o minimalismo que lhe são inerentes – seja na decoração da casa, na roupa que veste ou nas campanhas e editoriais que produz com o seu estúdio criativo Soft Sigh Studio. Começou em Direito, mas a área da moda levou-lhe o coração e acabou em Nova Iorque a estudar fashion business, isto em 2016, altura em que já tinha na cabeça a ideia de criar uma marca própria e já muito focada nas malas. Todo o curso foi feito já com a Sigh Store em mente, a marca que fez nascer em Dezembro de 2020, depois de vários anos a ser pensada ao mais ínfimo detalhe. A Sigh Store é totalmente produzida em Portugal, numa pequena fábrica familiar em Lisboa, com um design minimalista e que aposta na longevidade das peças – coisa que se traduz no facto de serem em cabedal “que envelhece bem”, de terem cores neutras e de não usar ferragens. “O mercado está a mudar e é preciso acompanhar a mudança, é preciso produzir de forma a ter longevidade, a marca está toda orientada para ser intemporal sem ser aborrecida, sem cair no cliché de modelo clássico de mala”, explica Joana. Há outro detalhe importante que Joana faz questão que assim seja para evitar o desperdício: as malas são feitas em pre-order, ou seja, não há stock parado e a produção é feita ao ritmo das compras – demoram cerca de duas semanas até chegar ao cliente. Tudo é feito a pensar em compras conscientes. 

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Dia 97: Alameda Turquesa

Fundada por um duo de mãe e filha, Ana e Carolina, respectivamente, a Alameda Turquesa ficou conhecida pelos pompons e fitas coloridas, primeiro nas pulseiras e só depois nos sapatos, o actual centro das atenções da marca que já andou nos pés de personalidades como Chiara Ferragni, Olivia Palermo, Beyoncé ou Anna Dello Russo. O catálogo da marca inclui botas, sapatos de salto alto, sapatilhas, malas, pulseiras, brincos e, mais recentemente, umas pantufas – tudo feito à mão e em Portugal. E é esta última criação, que já valeu um destaque na Forbes, que tem dado que falar.

Dia 98: Perff Studio

A marca foi criada no coração de Portugal e foca-se na criação de roupas de activewear funcionais, para oferecer a quem pratica desporto mais uma razão para o fazer. Mas a Perff Studio não se fica por aí – uma das suas maiores características é a fusão de moda e performance, que permite às pessoas que gostam de treinar não comprometerem a elegância do dia-a-dia só porque vestem roupa desportiva. A linha ACTIVE está focada na criação de vestuário de performance, com malhas de luxo com tecnologias inteligentes, como a absorção de suor e a capacidade anti-odor. A linha CITY tem peças de roupa confortáveis que as pessoas podem usar no dia-dia.  As peças, tal como a marca, são todas fabricadas em Portugal com malhas italianas e com recurso a propriedades técnicas como a respirabilidade, controlo de temperatura e odor e resistência ao cloro e à radiação ultravioleta. Existe uma linha de mulher e outra de homem, ambas divididas por actividade: lifestyle, treino e running, e yoga e estúdio. Entre leggings, soutiens de desporto, casaco ou camisolas, vai ter de fazer um-dó-li-tá para escolher o que quer levar para casa.  

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Dia 99: Laré

Para guardar aquelas pedras que vão apanhando no caminho, ou para levar a bonecada em miniatura que teimam em trazer atrelada a si, a Laré é uma marca portuguesa que recria em roupa e acessórios a liberdade de brincar como no antigamente. A marca nasceu do próprio imaginário infantil de Sofia Rufino, a fundadora, que estava perdida por não encontrar roupas com pinta e confortáveis para o filho. A trabalhar consigo tem a sua mãe, e criam juntas peças perfeitas para os miúdos andarem no laré, como é o caso do bomber, a mala à tiracolo, a t-shirt, o chapéu e umas calças. 

Dia 100: Nossa Casa Portuguesa

Esta marca é com certeza uma casa portuguesa. A história começa com a paixão pela cerâmica e decoração de Fátima, da Mayara e da Thais, uma paixão que acabou por se materializar numa marca própria de cerâmica portuguesa. A Nossa Casa Portuguesa tem uma colecção composta por loiça de mesa, feita em faiança e grés, e mais umas tantas outras peças decorativas a seguir a mesma linha. Todos os meses são lançadas novidades, uma vez que as colecções são limitadas e produzidas em fábricas nacionais. A colecção está disponível online na página de Instagram e no catálogo do Whatsapp business através do link. As compras podem ser feitas por mensagem privada no Instagram ou através de mensagem para o número do whatsapp (93 628 2359). A marca tem três pontos de recolha de encomendas na zona de Lisboa e faz envios para Portugal Continental.

Aceita estes desafios Time In?

  • Coisas para fazer

Todos temos aquele amigo que perante uma dúvida existencial ou um problema do quotidiano responde que “há uma app para isso”. Há sempre uma app que soluciona os problemas de gestão de tempo, de arrumação, de fitness, de meditação, de comédia, de streaming, de jogos, de ciência, de pintura, de comida, enfim. Poderíamos ficar aqui durante algum tempo a discorrer sobre categorias de aplicações que teríamos pano para mangas. Pano esse que vai alimentar este desafio ao longo de 30 dias. 

  • Filmes

Enquanto estivermos confinados aos nossos lares, há todo o mundo na Internet por desbravar. A Time Out transformou-se em Time In por uns tempos e aqui vai encontrar uma selecção de curtas-metragens, nacionais e internacionais, disponíveis online em todo o seu esplendor. Há de tudo um pouco: drama, comédia, terror, animação e imagem real, documentário ou ficção. Só não vai poder ver tudo de uma assentada só. 

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