livros eróticos
Fotografia: Hanna Postova/ Unsplash
Fotografia: Hanna Postova/ Unsplash

Os melhores livros eróticos para aquecer as noites frias

As noites têm estado particularmente frias? Aqueça-se com estes livros eróticos.

Raquel Dias da Silva
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Esqueça As Cinquenta Sombras de Grey. A sério, esqueça. Prepare-se antes para entrar no verdadeiro universo perturbador do prazer e do erotismo. Mulheres que se aventuram com desconhecidos, casais aborrecidos que trocam de parceiros, idosos que observam jovens nuas e virgens, e vários affairs românticos. Desde clássicos como Novelas Eróticas e A Casa das Belas Adormecidas até ao divertido e politicamente incorrecto Pornopopeia, seleccionámos mais de dez livros eróticos, mais ou menos descritivos, mais ou menos perturbadores, que prometem aquecer as noites frias. Se ficar com ideias, espreite a nossa lista de hotéis românticos em Portugal (ou, em caso de urgência, a de móteis baratos em Lisboa).

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Os melhores livros eróticos

Justine ou os Infortúnios da Virtude

Marquês de Sade

Integrada na Colecção de Grandes Clássicos Eróticos, o mais importante romance de Sade (cuja primeira versão data da época em que sofre dos olhos e se lamenta o mais possível dos vexames dos carcereiros), acompanha as desventuras de Justine, abusada sexualmente e acusada injustamente por variados crimes. Ao leitor, a virtuosa heroína confia os seus infortúnios, demorando-se nos mais escabrosos pormenores da incarnação da virtude.

Publicações Europa-América. 160 pp. 16€.

A Casa das Belas Adormecidas

Yasunari Kawabata

Abandonadas em camas, jovens mulheres nuas, intocadas e intocáveis, dormem profundamente sobre o efeito de poderosos narcóticos, deixando sem o saberem que o seu corpo seja contemplado por homens idosos, em busca de uma pobre consolação para a perda da sua juventude. Eguchi, de 67 anos, tem perfeita noção da proximidade da decadência física, e as noites passadas nesta casa do desejo levam-no a recordar a relação com as diferentes mulheres da sua vida, num entrelaçar de memórias e fantasias eróticas que culminam com a revelação da sua essência inumana. Imbuída de um erotismo inusitado, esta obra profundamente perturbadora, escrita em 1961, inspirou outros autores a escrever sobre os afectos e a sexualidade na terceira idade.

Dom Quixote. 160 pp. 14,90€.

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As Ligações Perigosas

Choderlos de Laclos

Militar de carreira, Choderlos de Laclos estava aquartelado na Ilha de Ré quando escreveu este romance em que, mais do que paixão, se descreve o fingimento. Quem viu e apreciou a adaptação ao grande ecrã com Glenn Close, John Malkovich e Michelle Pfeiffer, no filme de Stephen Frears, vencedor de três Óscares, gostará de recordar a história de Chevalier Danceny, o honrado professor de música de Cécile de Volanges, que acaba por se apaixonar pela educanda e acaba empurrado para um jogo de enganos levado a cabo pela Marquise de Merteuil e pelo Vicomte de Valmont.

Relógio de Água. 359 pp. 13,63€.

As Meninas em Paris

Henry Miller

Neste relato autobiográfico, acompanhamos as aventuras sexuais de Henry Miller, com Nys, Claude, Germaine e uma anónima prostituta de rua, com que o autor, insaciável libertino, se lança na aventura do erotismo, tanto excitante como perigosa, na Cidade das Luzes, capital da devassidão do início do século XX. Este é o primeiro título da colecção Muito Prazer, publicada sob a chancela editorial Ramo de Ouro.

Ramo de Ouro. 96 pp. 8,08€.

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Casais Trocados

John Updike

Este romance, que editores de todo o mundo asperamente disputaram por somas fabulosas, levanta problemas fundamentais da vida americana, através da descrição minuciosa das relações de vários casais da burguesia abastada de Boston, que se fazem e desfazem sob o pretexto da liberdade sexual. A premissa é a seguinte: para se livrarem do tédio e da monotonia, um grupo de amigos decide dedicar-se ao swing (não ao jazz, mas mesmo à troca de parceiros).

Modo de Ler. 564 pp. 16,81€.

Delta de Vénus

Anaïs Nin

Prostitutas que satisfazem os mais estranhos desejos dos seus clientes, mulheres que se aventuram com desconhecidos para descobrir a sua própria sexualidade, modelos e artistas que se envolvem num misto de culto ao sexo e à beleza. São muitos os personagens a habitar os contos eróticos de Anaïs Nin, discípula das descobertas freudianas. Escritas no início da década de 40, por encomenda, estas histórias decorrem num mundo europeu e aristocrático decadente e representam, inclusive segundo a própria autora, “os esforços primeiros de uma mulher num domínio até aí reservado aos homens”. Publicado pela primeira vez em 1978, foi adaptado ao cinema em 1995 por Zalman King.

L&PM Pocket. 304 pp. 2,99€/e-Book.

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Fanny Hill

John Cleland

Publicada pela primeira vez em 1749, enquanto o próprio autor estava na prisão para devedores em Londres, esta obra, também conhecida por Memórias de uma Mulher de Prazer (Memoirs of a Woman of Pleasure, no original), foi impedida de circular livremente devido aos preconceitos da época. Exemplo perfeito de uma novela erótica, é considerada uma das primeiras “pornografias em prosa” e revela grande delicadeza na narração das cenas mais escabrosas. Talvez por isso, apesar da censura, se tenha tornado rapidamente num êxito, traduzido em várias línguas. A história é a da vida de Frances Hill, uma inglesa rica de meia-idade, que leva uma vida de contentamento com o seu marido Charles e os seus filhos. Identificando-se apenas como Madame, escreve uma carta a um desconhecido relatando segredos escandalosos de uma vida passada.

Verso da História. 255 pp. 3€.

História de Juliette

Marquês de Sade

Neste que é o mais ambicioso romance de Sade, relatam-se as aventuras de Juliette, a quem uma vida dissoluta e sem quaisquer limites morais traz todas as prosperidades e benefícios. Para todos os que queiram ir ao mais fundo da sexualidade humana.

Guerra & Paz. 892 pp. 12,50€.

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História de O

Pauline Réage

Publicado originalmente em 1954, este clássico da literatura erótica foi escrito sob pseudónimo pela jornalista e escritora francesa Anne Desclos, que só admitiu a sua autoria 40 anos depois. Considerado um dos mais polémicos romances do século XX, foi galardoado com o Prix des Deux Magots, em 1955, e adaptado ao grande ecrã em 1975, por Just Jaeckin. Enclausurada no castelo de Roissy, a protagonista testa os limites da sua mente e do seu corpo ao submeter-se a todos os desejos do seu amante.

Edições ASA. 216 pp. 9€.

Novelas Eróticas

M. Teixeira-Gomes

Houve em tempos em Portugal chefes de Estado com inclinações literárias, como Manuel Teixeira-Gomes, que renunciou ao cargo de Presidente da República, a 11 de Dezembro de 1925, para poder dedicar-se à escrita – a sua história já foi retratada no grande ecrã, em Zeus, de Paulo Filipe Monteiro. Nestas Novelas Eróticas, compostas por vários textos, a maior parte escritos já durante o seu exílio voluntário, na Argélia, destacam-se as descrições das suas personagens, notando-se uma predilecção especial pelas mais jovens (na ficção e em vida, tendo casado aos 39 com Belmira das Neves, então com 14), e a revelação do autor como um homo eroticus à procura da harmonia entre o sentimento e a sensação. 

Relógio D’Água. 120 pp. 9,90€.

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O Amante de Lady Chatterley

D. H. Lawrence

Uma espécie de versão americana de Madame Bovary, de Gustave Flaubert, esta obra de D. H. Lawrence, talvez a mais controversa do autor, promove a relação sexual não como um simples constrangimento ou acto mecânico, mas como uma parte preciosa de qualquer relação amorosa. Os protagonistas são Constance Chatterley e Mellors, o guarda de caça do seu marido inválido. Segundo o próprio D. H. Lawrence, esta é “uma obra bonita, terna e frágil, tal como a nudez.” Ainda assim, a sua publicação foi motivo de escândalo, devido às cenas explícitas de sexo. Mais tarde, viria a ser adaptada ao ecrã várias vezes, incluído duas vezes pela BBC, em 1993 e em 2015.

Relógio D’Água. 330 pp. 15,44€.

O Complexo de Portnoy

Philip Roth

Publicada em 1969, esta é a famosa confissão de Alexander Portnoy, impelido ao longo da vida por uma sexualidade insaciável, mas ao mesmo tempo refreado pela mão de ferro de uma infância que não foi capaz de esquecer. Da vergonha das urgências corporais à vergonha de abandonar as tradições familiares, o autor confessa cenas de masturbação e culpa judaica.

D. Quixote. 272 pp. 18,90€.

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Os Diários de Alexandra

Dominique Simon

Na primeira década do século XX, numa província francesa, Alexandra, uma jovem mulher (mal) casada, aborrece-se e ganha o hábito, pouco a pouco, de se entreter com pequenos jogos perversos com as criadas. E, para seu prazer, descobre uma atracção inesperada e violenta pelo mesmo sexo.

Sextante. 240 pp. 12,95€.

O Animal Moribundo

Philip Roth

Esta novela sobre o amor (e o desejo) entre o crítico cultural David Kepesh e a estudante Consuela Castillo, imortalizados no cinema por Ben Kingsley e Penélope Cruz, é mais do que uma aventura erótica despreocupada, que evolui ao longo de oito anos para uma história de cruel perda.

Dom Quixote. 136 pp. 15,21€.

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Pornopopeia

Reinaldo Moraes

Despudorado e politicamente incorrecto, este é um livro de excesso para uma era de excessos, sobre um individualista atroz na busca incessante do prazer imediato. Antigo cineasta marginal, Zeca, que não tem dinheiro e vive na base do improviso, precisa de fazer um spot publicitário sobre miúdos de frango. E não sabe por onde há-de começar. Por isso dá largas à sua voracidade (mais uma linha, mais um uísque, mais um engate) e entra numa espiral de sexo, álcool e drogas de proporções épicas.

Quetzal. 584 pp. 18,80€.

Para aquecer ainda mais

  • Filmes

Nem todo o cinema erótico é suave e chocho. Com argumentos originais ou baseados em livros, com uma pitada de realidade ou fruto do génio criativo, mais e menos polémicos, eis dez filmes eróticos e de sadomasoquismo indispensáveis.

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