Proteja-se dos raios com estas marcas de óculos de sol portuguesas

Três é a conta que a FORA fez – isto se contarmos as lojas que a marca já soma, duas em Lisboa, uma no Chiado e outra na Baixa, e ainda uma morada no Porto. A FORA tapa o sol não com a peneira mas com uns óculos cheios de pinta, dos mais moderninhos aos outros mais retro. A marca mantém, desde a sua criação, o ADN que combina a produção artesanal e portuguesa com aquilo a que gostam de chamar de “qualidade acessível”. As lojas estão munidas de oficina própria para personalização dos modelos de sol e os de óptica, escolhendo a armação e o tipo de lente  – as opções são perto de infinitas. O site continua a ser veículo forte para as compras.  

Estes óculos da marca de Ana Mendes são feitos de forma consciente e obedecem ao conceito de slow design, utilizando materiais como madeiras vindas dos desperdícios de fábricas de móveis. São completamente personalizáveis – o cliente escolhe a lente, a cor e o formato – e com armações excêntricas, ainda que mantenham uma linha minimalista e sem género. As encomendas são feitas no site da Cuscuz, e a manufactura pode demorar algum tempo, uma vez que há uma desaceleração do ritmo de vida do produto e a sua fabricação é mais demorada.

Carolina Castro dá a cara e os olhos pela sua marca, criada no norte do país em 2015. Os pares de óculos da Darkside primam pelos formatos, quase sempre grandalhões, e pela paleta de cores invejável das armações feitas com acetato italiano Mazzucchelli. Todos os produtos são desenhados no Porto e produzidos em pequenas fábricas locais, feitos artesanalmente e com cada produto a merecer a atenção devida em cada passo do seu fabrico. A qualidade dos materiais combina com o minimalismo das formas, sofisticadas e feitas com os melhores materiais, tornando os óculos de sol numa peça única e exclusiva. Cada par é depois entregue ao cliente numa bolsa de pele, também ela fabricada em Portugal.

Estes óculos são ecológicos, leves, resistentes, biodegradáveis e flutuantes. A Joplins, nascida em 2016, sempre primou pela sustentabilidade, começando com uma pequena produção de óculos de sol de bambu. A história evoluiu, a marca cresceu e agora os óculos já vêm de quatro colecções de materiais diferentes, todos feitos à mão, podendo o cliente escolher entre o bambu, madeira, algodão e madeira e ainda acetato de base bio. Estas combinações resultam em mais de 40 modelos diferentes, todos únicos, uma vez que são feitos à mão e as linhas e cores da madeira nunca são as mesmas. A vertente sustentável não se fica por aqui: a marca vai plantar três árvores e remover um quilo de plástico dos oceanos por cada pedido feito no site.

Bernardo Romão não conseguiu fugir às origens da família, já ligada ao negócio de óptica, ainda que tenha decidido traçar um caminho diferente – o caminho da Poente. E este caminho faz-se para um público mais jovem, alternativo e que abraça a cultura urbana. As criações da Poente são inspiradas nos artistas, músicos ou designers, tudo com uma identidade fresca e ao mesmo tempo exclusiva. Os óculos são feitos à mão por artesãos portugueses, com materiais italianos de qualidade, e têm um design detalhado em cada armação. Escolher é mesmo a tarefa mais complicada.

A semente original foi em Oeiras, em 1981, e mais de três décadas passadas a André Ópticas abriu a sua sétima loja, onde a prata da casa é o ateliê no subsolo onde agora a marca fabrica os próprios modelos de óculos. É aqui que a magia acontece e que de uma placa de acetato nascem uns óculos. Uma longa bancada ocupa metade da sala onde estão dispostas todas as ferramentas, apetrechos e maquinaria pesada necessária ao ofício. O resultado final é, no fundo, o cliente sentir-se individual. Neste ateliê fazem-lhe a papinha toda – desde a leitura anatómica até à escolha da cor da armação. As possibilidades são infinitas e cada par é único. E se antes passaram mais de três décadas apenas a vender óculos, este é o momento da diferenciação, o momento em que começam a fabricá-los, sob a insígnia Family Affair – a marca criada e que imprime a aposta da André Ópticas nestes novos óculos que vão saindo do forno do número 12 da Rua Serpa Pinto.

No final da década de 1930, Bernardo Paulino Pereira abriu sua primeira óptica em Santarém e, depois disso, mais três gerações da família Paulino lhe seguiram os passos. Até hoje, até chegar à Paulino Spectacles. A insígnia “Handmade in Portugal”, escrita por dentro de cada armação, denuncia desde logo a origem da Paulino Spectacles, uma marca que homenageia a família nascida em 2012 pelas mãos de Ramiro Paulino. Assim, à primeira vista, é óbvia a inspiração das armações clássicas dos anos 70, trabalhadas à mão, em Portugal, e com a garantia de que cada par é único e trabalhado durante semanas até estar finalizado. Há armações para todos os gostos e formatos de rosto, coloridas e mais sóbrias, é escolher.

Nascida em 2016, a Pica Pau Woodcraft quer aliar a sustentabilidade à estética – lá porque é sustentável, não significa que tenha de ser um mono. A marca quis substituir à partida materiais tradicionais nesta indústria, como o plástico, por alternativas ecológicas. E qual foi a matéria-prima escolhida? A madeira, claro. Esta que é usada nas hastes e armações é proveniente de florestas sustentáveis e tábuas de skates recuperadas. Existem alguns modelos feitos de bambu, um dos materiais mais renováveis do mundo. Os óculos são desenvolvidos à mão, passo por passo, antes de chegar ao cliente. Por cada par vendido, a Pica Pau planta cinco árvores, uma vez que trabalha em parceria com programas de reflorestação por todo o mundo, como o Trillion Tree Campaign e Trees for the Future.

A Kurk, com sede em Coimbra, é uma marca portuguesa com mais de 15 anos de experiência em óptica, e quer pôr à disposição óculos de qualidade a preços acessíveis. A marca usa materiais nobres tanto na confecção da estrutura dos óculos, como na qualidade das lentes, de forma a garantir a qualidade visual e protecção máxima. Os modelitos adaptam-se a todos os gostos e bolsos e, em cada par de óculos vendido, a Kurk doa 1€ à Associação Acreditar.