★★★☆☆
Após o julgamento de O.J. Simpson e o assassínio de Gianni Versace, Ryan Murphy subiu a parada de American Crime Story ao dramatizar, em Impeachment (FOX) o escândalo sexual que em 1998 envolveu o então Presidente dos EUA Bill Clinton e a jovem Monica Lewinsky, que trabalhou como estagiária na Casa Branca, e quase levou à destituição daquele. Impeachment é contado do ponto de vista das duas principais protagonistas, Linda Tripp (uma irreconhecível Sarah Paulson), a funcionária do Pentágono que pôs a bola a rolar, e Lewinsky (Beanie Feldman), que lhe confidenciou ter andado enrolada com Clinton.
A história tem o ímpeto, o detalhe e a tensão de um enredo policial, nunca perdendo o norte narrativo apesar da complexidade da trama e da profusão de personagens. Dá ao espectador pouco tempo para respirar, apresenta em paralelo um panorama do inclemente ecossistema político de Washington, e espreme o melhor de um enorme elenco em que sobressai, para além de Paulson e Feldstein, Clive Owen num Clinton patibular e mostrado como o vilão do caso. Único senão: o facto de Monica Lewinsky surgir como uma das produtoras de Impeachment e os diálogos terem passado por ela, sendo representada como uma vítima (demasiado) cândida e incauta do inequivocamente priápico Presidente.