Os mistérios de Brokenwood
DROs mistérios de Brokenwood
DR

Crimes na Nova Zelândia

‘Os Mistérios de Brokenwood’ (STAR Crime) é uma série policial neozelandesa que viaja bem para todo o mundo sem abdicar da sua personalidade nacional.

Publicidade

★★★☆☆

Ambientada na pequena cidade fictícia neozelandesa de Brokenwood, a série policial Os Mistérios de Brokenwood (STAR Crime) foi criada faz agora dez anos, em 2014, e é um caso raro de sucesso mundial e de longevidade para uma produção televisiva dos antípodas, popular em países tão diversos como a França, a Finlândia, a Eslováquia, os EUA (onde já chegou a ser premiada), o Canadá e o Japão. Criada, produzida e co-escrita pelo actor e argumentista Tim Balme, Os Mistérios de Brokenwood tem como matriz óbvia as suas congéneres britânicas (das quais Balme é, aliás, um admirador confesso), tendo sido várias vezes comparada a séries como Midsomer Murders. Mas não abdica da sua identidade neozelandesa, nomeadamente na forma como aproveita as magníficas paisagens do país.

Protagonizada pelo Detective Sénior Sargento Mike Shepherd (Neill Rea), um polícia que foi enviado da capital, Auckland, para Brokenwood, para resolver um caso, acabou por lá ficar colocado, mesmo apesar de ter sido despromovido, e é assistido pela eficientíssima Detective Kristin Simms (Fern Sutherland), pelo jovem e algo inexperiente Detective Sam Breen (Nic Sampson), e pela excêntrica médica forense russa Gina Kadinsky (Cristina Ionda), Os Mistérios de Brokenwood é uma daquelas séries policiais que não se chega a estranhar um bocadinho, porque se entranha logo.

Tem personagens bem desenhadas e individualizadas que ganham a nossa simpatia de imediato, interpretadas por actores que as tornam logo suas, e cujas relações profissionais e pessoais são desenvolvidas e exploradas; enredos muito variados e absorventes, que de quando em quando deixam o registo policial para namorarem ao de leve com o sobrenatural; e um sentido de humor permanente, por vezes saborosamente extravagante ou negro, que é também cultivado e partilhado pelos principais intervenientes, e se manifesta mesmo em detalhes como o carro conduzido por Mike Shepherd: um vetusto Holden Kingswood australiano dos anos 70. E não faltam referências subtis aos filmes da trilogia O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson, rodados na Nova Zelândia, havendo até uma personagem com a alcunha de “Frodo”. 

Os Mistérios de Brokenwood é o exemplo acabado de uma série policial de qualidade feita por uma indústria do audiovisual sólida e com produção regular, e que viaja bem para todo o mundo sem abdicar da sua personalidade nacional. E que tem sucesso também por isso.

Mais críticas de televisão

Publicidade
Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade