Filme, Cinema, Pulp Fiction (1994)
©DRPulp Fiction de Quentin Tarantino
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Oito discursos (e monólogos) inesquecíveis do cinema

O cinema está cheio de filmes com discursos e monólogos memoráveis. Seleccionámos oito dos melhores e mais perenes.

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James Stewart, George C. Scott e Mel Gibson são alguns dos actores famosos em cujas bocas foram colocados discursos e monólogos que ficaram para a história do cinema, que nunca mais esqueceram e que continuam a ser citados nos mais variados contextos extra-cinematográficos. E eles fizeram esses discursos e monólogos em filmes de géneros muito diferentes, da comédia dramática política (James Stewart em Peço a Palavra, de Frank Capra) à superprodução histórica (Mel Gibson em Braveheart: O Desafio do Guerreiro, que também realizou), passando pela fita de cariz biográfico (George C. Scott em Patton, de Franklin J. Schaffner). 

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Discursos (e monólogos) inesquecíveis do cinema

1. James Stewart em ‘Peço a Palavra’

De Frank Capra, 1939

Nesta comédia dramática clássica de Frank Capra, James Stewart dá corpo a Jefferson Smith, um ingénuo idealista manipulado por um político corrupto, que recorre ao filibustering no Senado, falando durante horas a fio para defender o seu bom nome, os seus direitos e a própria Constituição dos EUA, ficando à beira de um colapso no final. Um dos grandes momentos de idealismo político da história do cinema americano.

2. Charlie Chaplin em ‘O Grande Ditador’

De Charlie Chaplin, 1940

Sátira política aos ditadores do tempo, sobretudo a Hitler, este filme de e com Charlot tem o seu momento climático no discurso proferido pelo barbeiro judeu que é o sósia de Adenoyd Hinkel (leia-se: Adolf Hitler), o tirano de um país ficcional, e que o substituiu no pódio. Em vez de uma alocução belicosa, violenta e apelando ao ódio e à guerra, as suas palavras defendem a paz, a compreensão e a entreajuda.

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3. George C. Scott em ‘Patton’

De Franklin J. Schaffner, 1970

Memorável é, logo no início deste filme biográfico, a imagem de um imponente George C. Scott na pele do carismático general George S. Patton, num palco e com uma gigantesca bandeira dos EUA por trás, mas mais memoráveis são vários dos excertos do discurso que ele faz aos soldados, como este: “O vosso dever não é morrer pela pátria. É fazer o pobre desgraçado do inimigo morrer pela pátria dele!”.

4. Peter Finch em ‘Escândalo na TV’

De Sidney Lumet, 1976

Uma das poucas pessoas a ganhar três Óscares de Melhor Argumento Original, Paddy Chayevsky mostra neste libelo contra a televisão por que razão era um dos melhores da sua arte. Howard Beale (Peter Finch), o pivô mentalmente perturbado e manipulado pela estação onde trabalha, é o seu porta-voz, e as suas palavras sobre a forma como a televisão controla e estupidifica as massas, continuam actuais hoje. Ninguém que tenha visto o filme esqueceu a tirada: “I’m mad as hell and I’m not going to take it any more!”.

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5. Rutger Howard em ‘Blade Runner – Perigo Iminente’

De Ridley Scott, 1982

Este é um dos monólogos mais curtos mas também mais sugestivos, arrepiantes e inesquecíveis da história do cinema. À beira da morte, o replicant de Rutger Hauer poupa a vida ao seu inimigo (Harrison Ford) e evoca tudo o que de extraordinário viu nas suas viagens e combates pelo cosmos, e que nenhum humano teve o privilégio de testemunhar, concluindo, ao som da música de Vangelis: “Todos esses momentos vão perder-se no tempo, como lágrimas na chuva.”

6. Robin Williams em ‘O Clube dos Poetas Mortos’

De Peter Weir, 1989

O grande momento desta fita passada num colégio particular americano nos anos 50, é o discurso “Carpe Diem”, feito aos seus alunos por John Keating, o professor anti-convencional interpretado por Robin Williams. É um apelo ao individualismo da sua jovem audiência, instando-os a aspirarem à grandeza e não ao sucesso, e porque o tempo passa depressa, a viverem segundo as suas escolhas e não de acordo com as expectativas alheias.

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7. Samuel L. Jackson em ‘Pulp Fiction’

De Quentin Tarantino, 1994

Só mesmo Quentin Tarantino para pôr na boca de um veterano assassino contratado (Samuel L. Jackson) um discurso que vai buscar citações bíblicas, do Antigo Testamento, e assume um perverso tom didáctico, e que a aquele recorre para enfatizar e justificar o que vai fazer: matar um homem. Mesmo que no fim diga que está a fazer o possível para ser uma pessoa melhor. Sem dúvida um dos monólogos mais citáveis de sempre do cinema.

8. Mel Gibson em ‘Braveheart: O Desafio do Guerreiro’

De Mel Gibson, 1995

No papel de William Wallace, o herói nacional escocês, Mel Gibson faz a sua personagem recorrer à palavra inflamada para, à beira de uma batalha decisiva contra os ingleses, conseguir convencer os seus compatriotas a lutar com todas as forças que têm, dando-lhes razões para o fazer. Uma das frases mais memoráveis do seu discurso é: “Eles podem tirar-nos as vidas, mas nunca nos tirarão a liberdade!”.

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