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DocLisboa 2017: Um filme por dia…

Entre quinta e dia 29, o programa do DocLisboa abre um contentor e dele vão sair tantos filmes que escolher é inevitável. E difícil, pois esta 15ª edição, entre competições, secções paralelas, estreias e retrospectivas, é como uma cornucópia de maravilhas

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O desconhecido é sempre o mais apetecido entre a programação de um festival. Mas também é preciso o resto. E, desta vez, em grande quantidade e com um padrão elevado, o DocLisboa assim a modos que faz o pleno. Sem desprezo pelo livre arbítrio dos cinéfilos, seguem 11 sugestões para 11 dias.

DocLisboa 2017: Um filme por dia…

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  • Avenidas Novas

Com a história de Ramiro (António Mortágua), alfarrabista, lisboeta, Manuel Mozos volta, com uma comédia agridoce, ao cinema de ficção, em pousio desde 4 Copas, realizado em 2008. Nesta sua quinta longa-metragem ficcional, Mozos (que fez Xavier e João Bénard da Costa – Outros Amarão as Coisas que Eu Amei) conta com argumento da responsabilidade de Mariana Ricardo e Telmo Churro e, no elenco, além do protagonista encontram-se igualmente Madalena Almeida e Fernanda Neves.

Culturgest, Quinta, 19, 21.30

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O veterano Barbet Schroeder, neste seu novo filme, debruça-se sobre um dos muitos temas que não abandonam a actualidade e que não indicam nada de bom para o progresso da civilização. O olhar do realizador alemão cai agora sobre a perseguição aos Rohingya, em Myanmar, através deste filme sobre um monge budista, respeitado e influente… e no centro do racismo que persegue aquele povo.

Ideal, Sexta, 20, 22.00; S. Jorge, Domingo, 29, 22.00

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  • Filmes
  • Bairro Alto

Olhar para a película de Scott Barley esperando uma narrativa mais ou menos convencional, ou pura e simplesmente uma narrativa, será, decerto, um desapontamento. Considere-se antes esta primeira obra como uma diligência noutra direcção: aquela capaz de criar um filme através da harmonização de imagens deliberadamente pictóricas com um desenho sonoro orgânico e sofisticado. É obra feita de simbolismos, calcorreando uma dimensão em que “sombras de gritos sobem para lá das colinas”, os “ poucos que restam sentem-no, embrenhando-se na floresta” e gritam “para o escuro à medida que as sombras falecem para dentro do chão.”

Ideal, Sábado, 21, 22.00

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  • Bairro Alto

Johanna Saint Michaels apresenta uma obra muito mais terra a terra, recordando como em tempos existiu um grande compositor pop que um dia deixou de criar, mas não desistiu de intervir. Matt Johnson, ou a alma das várias formações da banda inglesa The The (incluindo aquela que contou com a outra metade do génio dos The Smiths, o guitarrista Johnny Marr), um dia, uma boa década atrás, fartou-se da indústria discográfica e do assédio dos media. Mas não se fartou de dar a voz e, vai daí, enfrenta esses media, cujo papel na democracia questiona, no seu próprio território. E assim criou uma emissão de rádio onde cabe poesia e música ao vivo, entrevistas ou debates com o público sobre o estado da democracia, captada por Johanna Saint Michaels ao longo de uma emissão de 12 horas.

Ideal, Domingo, 22, 20.00

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  • Avenida da Liberdade

É – como dizer? – uma impossibilidade estatística um acontecimento dedicado ao documentalismo sem um filme do mestre Frederick Wiseman, a bem dizer, o santo padroeiro, o exemplo a respeitar… Enfim, sem ele um festival não é festival não é nada. Pelo que, mais uma vez no DocLisboa, apresenta-se a sua mais recente película, que se pode incluir na série “como funcionam as instituições”, desta vez dedicado ao dia-a-dia da Biblioteca Pública de Nova Iorque. Mais uma vez sem pressas, como é aliás sua prática, ao olhar do espectador são mostrados os bastidores, o que faz funcionar uma instituição.

S. Jorge, Segunda, 23, 16.30

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  • Bairro Alto
Diário das Beiras
Diário das Beiras

João Canijo e Anabela Moreira realizam uma viagem através das Beiras tendo como orientação O Guia de Portugal editado pela Biblioteca Nacional e a Gulbenkian, há um ror de anos, comparando as suas descrições com o estado actual desses lugares. O resultado é mais do que uma curiosidade, pois a realização preocupa-se em ver quem lá habita, quem ainda povoa aquelas terras escondidas entre montes e vales e do que é feita a sua vida.

Ideal, Terça, 24, 22.00

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  • Avenida da Liberdade/Príncipe Real

Agora, com o caso Harvey Weinstein em todo o lado, mais o regular noticiário sobre violações colectivas na Índia ou no Brasil, e outras barbaridades de que geralmente são vítimas as mulheres, é uma boa altura para regressar a 1979. Melhor, ao filme de Anne Claire Poirier, um dos raros, portanto também dos mais corajosos, com o bónus de ser escrito (Marthe Blackburn, com a realizadora), dirigido e interpretado (Julie Vincent, Germain Houde, Paul Savoie) com grande inteligência, mostrando a cultura da violação como uma infecção resistente entranhada na sociedade.

Cinemateca, Quarta, 25, 18.30

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  • Avenidas Novas

Passou uma década sobre Uma Verdade Inconveniente e, vai-se a ver, apesar de Al Gore, do Óscar, dos carros eléctricos, de toda a exposição que o estado do planeta mereceu, está tudo praticamente na mesma. Não, está pior, desde a eleição de Donald Trump e a sua rápida negação da realidade. Quer dizer, está na altura de atender ao provérbio que diz “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Foi o que Bonni Cohen e Jon Shenk fizeram, mais uma vez com a colaboração do antigo vice-presidente dos Estados Unidos, em An Inconvenient Sequel: Truth to Power.

Esta sessão inclui uma intervenção em vídeo de Al Gore, e um debate entre João Camargo, Júlia Seixas, Sérgio Ribeiro e Sónia Balacó com moderação de Francisco Ferreira.

Culturgest, Quinta, 26, 18.00

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  • Avenida da Liberdade

Joseph Beuys não foi um artista vulgar. Por isso foi, embora ocasionalmente citado, mais ou menos banido, atirado para um rodapé discreto nas histórias da arte do século XX. Razão suficiente para, 30 anos depois da sua morte, Andres Veiel recordar o visionário que, finalmente, ao longo da última década, década e meia, tem vindo a ser reavaliado e começado a tomar o lugar de grande artista que foi. O realizador mostra como o discurso artístico e social de Beuys, assim como o conjunto da sua obra, continuam importantes e pertinentes aspectos de reflexão, focando a sua lente sobre a sua arte e o seu universo de ideias.

S. Jorge, Sexta, 27, 19.00

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  • Avenidas Novas

Antes do último dia, é tempo de festança, com a cerimónia de encerramento do DocLisboa 2017. E se a abertura se fez em português porque não o fecho fazer-se também em português? Razão nenhuma, e assim, na sua versão brasileira, o português volta-se a ouvir nesta sessão, como a primeira também preenchida com uma ficção… agora científica. Pois foi pelo caminho da fantasia interestelar, partindo de bases documentais e de imagens registadas durante o processo de impugnação da Presidente Dilma Rousseff, que Adirley Queirós seguiu para comentar a actualidade política e social do Brasil neste filme em que o agente intergaláctico WA4 mete o pé na argola do tempo e vai parar aonde não devia.

Culturgest, Sábado, 28, 21.00

Outros filmes para ver esta semana

  • Filmes
  • 5/5 estrelas
  • Recomendado

No princípio, eram as pessoas. No princípio do cinema, bem-entendido, porque foram pessoas, os operários da fábrica da família, em Lyon, que Louis e Auguste Lumière captaram em 1895 no filmezinho com o mesmo título que se convencionou ter inaugurado a história do cinema.

  • Filmes
  • Comédia
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado

Com a estreia de A Floresta das Almas Perdidas e a reposição do mais famoso filme de Abbas Kiarostami (1940-2016) esta parece semana dedicada ao suicídio nos cinemas lisboetas. 

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  • Filmes
  • Drama
  • 3/5 estrelas
  • Recomendado
Borg vs McEnroe
Borg vs McEnroe

O título engana. Borg vs McEnroe é, em
 parte, um filme sobre a lendária final de 
Wimbledon de 1980, quando o já consagrado, 
e lacónico e imperturbável Bjorn Borg (Sverrir Gudnason) procurava a quinta vitória consecutiva no torneio, e o indisciplinado e explosivo John McEnroe (Shia LaBeouf). tentava batê-lo, e sobre as personalidades de ambos. 

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