Intérprete de filmes como Fargo, Zodiac ou O Fundador, e de séries como American Horror Story, John Carroll Lynch é um dos mais conhecidos actores de composição americanos. E coube-lhe trabalhar com Harry Dean Stanton no seu primeiro filme atrás das câmaras, o derradeiro do seu grande e falecido colega.
Black Panther tem um óptimo elenco, sobretudo negro. Com nomes como Angela Bassett, Forest Whitaker, Lupita Nyong’o, Daniel Kaluuya ou Letitia Wright, no papel da princesa Shuri, a irmã mais nova do herói que dá o nome ao filme.
A actriz de 24 anos, nascida na Guiana e criada em Tottenham, entrou em várias séries de televisão britânicas, e começa agora a fazer grandes filmes em Hollywood.
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O Black Panther é um grande blockbuster. Como te sentes por entrar num filme assim?
O elenco é praticamente todo negro, o que é quase inédito, mas nós queremos que seja normal. Quando vemos um filme de época não dizemos: “Ó meu deus, são pessoas brancas nos anos 60.” É só uma história.
O que te chamou à atenção no papel da princesa Shuri?
A Shuri é uma das personagens mais interessantes que já interpretei. Quando uma garota a vê no cinema, vai dizer: “Wow, pensava que era uma nerd por gostar de tecnologia, mas afinal eu quero é fazer aquilo.”
A Angela Bassett interpreta a tua mãe no filme. Como foi trabalhar com ela?
Aprendi muito com ela. Estava muito nervosa nas primeiras semanas. Só queria esconder-
-me nas sombras e dizer as minhas deixas. Ela apercebeu-se disso e deu-me confiança.
Tu entraste no último episódio de Black Mirror. Já eras fã da série?
Claro. Ofereceram-me um papel no último episódio da terceira temporada, “Hated in the Nation”, mas não pude aceitar porque chocava com o Humans. Fiquei de coração partido. Quando me voltaram a ligar e li o argumento achei que aquele papel tinha sido feito de propósito para mim.
Hollywood está em polvorosa neste momento. Como é ser uma jovem actriz em início de carreira?
Só me apercebi mesmo do que estava a acontecer quando a Lupita falou [sobre o Harvey Weinstein a assediar]. Afinal não eram só actrizes distantes, era uma actriz que estava ali comigo, a dizer as suas deixas ao meu lado. Uns meses mais tarde, a Brie Larson reuniu todas as mulheres no estúdio e disse que havia uma coisa chamada Time’s Up. Quando dei por mim, a America Ferrera – que eu cresci a ver na televisão – estava a enviar-me um e-mail.
Sentes-te empoderada por este movimento?
Sinto-me confiante por saber que [se algo me acontecer] há pessoas que vão dizer que isso não pode ser. Que está mal.
O que se segue?
Filmes independentes. Quero fazer coisas como o Lady Bird. Quero que as pessoas digam que contei histórias assombrosas.