Max Schreck
Nosferatu (1922) pode não ter sido a primeira adaptação do romance ao cinema. Tudo indica que dois anos antes um realizador soviético dirigiu um filme mudo inspirado na obra de Bram Stoker. No entanto, alguma coisa aconteceu e nenhuma informação factual sobrou deste filme, assim como da produção húngara supostamente realizada um ano depois, pelo que, tenham ou não existido, a película de F.W. Murnau é o primeiro testemunho verificável de uma adaptação cinematográfica. E, como o realizador não quis pagar direitos autorais nem abdicar da história, limitando-se a mudar os nomes das personagens, também é um dos primeiros casos de plágio julgados por um tribunal alemão. A sentença foi dura: destruir todas as cópias existentes. O que felizmente não aconteceu, pois alguém teve o bom senso de guardar algumas, no processo conservando uma das grandes obras do cinema. Ao mesmo tempo, guardando a melhor interpretação de Max Schreck (Conde Orlock), cuja característica animalesca e repelente raras vezes foi repetida, e no futuro quase imediato substituída por uma visão mais sedutora e sexualizada do descendente de Vlad, o Empalador.