A actriz tem uma latitude dramática que se encontra bem patente na enorme variedade de papéis que colecciona na tela desde a década de 60 (sem esquecer o teatro e a televisão). E está esta semana de novo nos cinemas portugueses, em A Maldição da Casa Winchester.
Helen Mirren retratada em oito papéís no cinema
‘Excalibur’, de John Boorman (1981)
‘Tempo de Guerra’, de Pat O’Connor (1984)
Mirren ganhou o prémio de Melhor Actriz no Festival de Cannes com a sua interpretação nesta fita do irlandês Pat O’Connor. A actriz personifica uma católica cujo marido, um polícia protestante, foi assassinado pelo IRA, e que um ano depois do crime se apaixona por um rapaz mais novo (John Lynch). Este, no entanto, está associado ao IRA. Mirren é mais do que magnífica no papel de uma mulher agarrada a um amor que sabe ser impossível, bem como muito perigoso, tendo em conta o lugar e a situação político-religiosa.
‘A Loucura do Rei George’, de Nicholas Hytner (1994)
Segundo Prémio de Melhor Actriz em Cannes para Helen Mirren, graças à sua personificação da Rainha Charlotte de Inglaterra, mulher de George III (Nigel Hawthorne), que está a ser acometido por perturbações mentais. Mirren é brilhante na monarca que tem que acarretar com as consequências da doença do marido e enfrentar o próprio filho, apostado em usurpar o trono do rei, alegando o seu estado mental. Foi também nomeada para o Óscar de Melhor Actriz Secundária pela primeira vez.
‘O Rapto da Senhora Tingle’, de Kevin Williamson (1999)
‘Gosford Park’, de Robert Altman (2001)
A qualidade de um actor também se vê quando se consegue destacar no meio de um elenco alargado e distinto. É o que acontece a Helen Mirren nesta fita “coral” de Robert Altman, ambientada numa casa senhorial inglesa, nos anos 30, durante um fim-de-semana em que se dá um assassínio. A acção circula entre convidados e pessoal. A actriz foi nomeada pela segunda vez para o Óscar de Melhor Secundária pela sua Sra. Wilson, a competentíssima governanta da mansão. Rodeiam-na colegas como Maggie Smith, Alan Bates, Michael Gambon, Kristin Scott Thomas ou Derek Jacobi.
‘A Rainha’, de Stephen Frears (2006)
Óscar de Melhor Actriz e Prémio de Melhor Interpretação Feminina no Festival de Veneza para Helen Mirren pela sua personificação subtil, inteligente e plenamente convincente da Rainha Isabel II nesta fita de Stephen Frears sobre o impacto da morte da princesa Diana nos britânicos, no governo de Tony Blair e sobretudo na família real. Mirren disse que construiu a interpretação a partir da cabeleira, dos óculos e de um tique facial que partilha com a monarca. Foi a terceira rainha de Inglaterra que a actriz viveu, depois de Isabel I numa série de televisão de 2005, e de Charlotte no já referido A Loucura do Rei George.
‘A Última Estação’, de Michael Hoffman (2009)
Segunda nomeação para Óscar de Melhor Actriz para Helen Mirren, que aqui dá corpo à condessa Sofia Tolstoi, mulher do autor de Guerra e Paz, empenhada em impedir que o marido (Christopher Plummer), doente e em risco de morrer a qualquer altura, assine um documento que transfere os direitos da sua obra literária para o domínio público. Mirren faz uma condessa Tolstoi manipuladora mas que nunca se torna totalmente antipática, evitando tornar a personagem num estereótipo de perfídia (a mulher interesseira de uma grande figura pública) e mantendo-lhe a credibilidade e a complexidade.
Outras grandes actrizes
Faça lá as contas: 80 papéis, 19 nomeações aos Óscares, 3 vitórias. Se isto não merece um prémio de carreira, então não sabemos o que merece. A 74ª edição dos Globos de Ouro distinguiu Meryl Streep, de 67 anos, com o prémio Cecil B. DeMille. Enquanto o discurso da actriz norte-americana se tornou viral, nós fomos à procura dos seus 10 melhores filmes.
Aos 42 anos, a inglesa Kate Winslet já tem 23 de carreira no cinema, desde que se estreou pela mão de Peter Jackson, em 1994, no filme de culto 'Amizade Sem Limites'. Eis oito dos seus papéis mais marcantes.
Já anda nisto do cinema e da televisão desde 1986, foi nomeada para dois Óscares e mais um rol de prémios, entrou em quase meia centena de longas-metragens, mas apenas um pequeno punhado dos filmes em que participou têm o que se costuma chamar “qualidade”. Más escolhas, mau agenciamento, incapacidade para dizer não? Seja como for, aqui ficam os cinco melhores filmes de Naomi Watts.
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