Mulholland Drive (2001)
O que eu andei para aqui chegar, bem pode dizer a actriz nascida em Inglaterra, criada na Austrália e, já em Hollywood, ao fim de muito filme e televisão entre o assim-assim e o francamente mau, finalmente recrutada por David Lynch e tornada uma estrela – o que curiosamente só melhorou ligeiramente a qualidade das películas e séries em que tem participado desde então, sendo muitas as xaropadas e, claro, o cinema de terror. Adiante, que esta é outra conversa. Foi então em Mulholland Drive, filme que já foi considerado o melhor deste século, motivo das mais variadas e estrambólicas interpretações e que constitui, sem dúvida, um dos maiores desafios para a capacidade de decifração simbólica dos espectadores, que Naomi Watts ganhou notoriedade. Ela entrega-se com um fervor quase místico ao papel de Betty Elms, uma rapariga da província a tentar a sorte como actriz em Hollywood, a quem acontece tudo menos o que ela esperava, que vive várias vidas e já nem distingue realidade de ficção ou desejo.
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