10 filmes a não perder no IndieLisboa

Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo, está com grandes dificuldades de acesso à electricidade, ao mesmo tempo que se planeia a construção da maior central eléctrica do país. Enquanto isso, as noites dos habitantes da cidade são literalmente bem mais escuras do que eles desejavam. Rising Up at Night é um documentário em que o realizador Nelson Makengo mostra o inconformismo, o estoicismo e a inventividade das gentes de Kinshasa.

Estamos em 1999 e a NATO atacou a Sérvia, durante a Guerra do Kosovo. Depois de o pai ter sido mobilizado para combater, três irmãs começam a fazer um diário em vídeo na sua casa no campo. Filmam-se umas às outras a porem maquilhagem, a apanharem fruta, a jogarem jogos de sociedade ou a ajudarem a mãe a cozinhar. É a forma que encontraram para se refugiarem da realidade dos bombardeamentos, das sirenes de aviso e da guerra. Um filme de Emilija Gasic.

O autor de História de Duas Irmãs e Eu Vi o Diabo, Kim Jee-Won, assina aqui um filme passado nos anos 70. Um realizador está obcecado por voltar a rodar o final de um filme que já está completamente pronto, chamado Cobweb. Mas depara-se com constrangimentos de todo o tipo: caos no set, queixas dos actores e dos produtores, interferência dos censores. Será que vai conseguir completar a sua obra-prima da forma que deseja?

Estamos em 1977 e Jack Delroy, o apresentador de um talk show rival do de Johnny Carson, não só perdeu a mulher como também boa parte da sua audiência. Em desespero, planeia uma emissão especial de Halloween, que tem como convidadas uma parapsicóloga e uma rapariga que é alegadamente a única sobrevivente de um suicído em massa de um culto satânico. Delroy não faz ideia daquilo que vai desencadear no estúdio. Cameron e Colin Cairnes realizam.

Este filme de Charlie Shackleton é feito de fragmentos de centenas de filmes vindos de todas as partes do mundo, e que têm uma coisa em comum: todos os actores que aparecem neles já morreram. O gigantesco elenco de The Afterlight é assim composto  por fantasmas de celulóide. Existe apenas uma única cópia de 35 mm do filme, incorporando o desgaste natural em cada projecção, até se degradar por completo. A exibição no Indie será a 56.ª.

Julia Garner e Jessica Henwick são as principais intérpretes desta co-produção anglo-australiana. Hanna e Liv, duas amigas que viajam pela Austrália de mochila às costas, ficam sem dinheiro e arranjam trabalho num bar, o Royal Hotel, situado numa vila mineira do interior do país, e onde os homens trabalham na mina, aborrecem-se e bebem. Muito. Pouco a pouco, a tensão cresce entre as duas forasteiras e os locais. A realização é de Kitty Green.

Nesta terceira colaboração com Isabelle Huppert, Hong Sang-soo dá-lhe o papel de uma francesa que vai à Coreia do Sul numa jornada de descoberta pessoal, mas cujos comportamentos não são fáceis de entender e deixam perplexos aqueles que a rodeiam. Ela fica sem dinheiro, abusa d do makgeolli (uma bebida alcoólica local), entretém-se a tocar piano e descobre que tem talento para ensinar francês através da poesia.

Greice é uma brasileira de 21 anos que está em Lisboa a estudar nas Belas-Artes. Nos primeiros dias do Verão, envolve-se com o misterioso Afonso e o casal vê-se responsabilizado por um estranho acidente que se dá na festa de recepção aos calouros. Greice precisa então de voltar ao Brasil e à sua cidade natal de Fortaleza. Esconde-se num hotel enquanto tenta evitar que a mãe descubra os apuros em que se meteu, contando com a ajuda de alguns amigos. Um filme de Leonardo Mouramateus.

É com um thriller psicológico claustrofóbico e aquático que a islandesa Helena Stefansdottir assinala a sua estreia na realização. Lilja, de 18 anos, vai a Reiquejavique fazer audições para um grupo de dança e decide visitar os avós, que não vê há muito tempo. A casa destes tem uma piscina numa cave, que é parte integrante dos excêntricos rituais dos dois idosos. Lilja vai então descobrir um segredo de família com consequências nefastas.

Realizador de documentários tão importantes e premiados com Um Táxi para a Escuridão, A Mentira de Armstrong ou Steve Jobs: The Man in the Machine, Alex Gibney conta agora a história da vida e da carreira musical de Paul Simon, tendo como pretexto a gravação do álbum Seven Psalms. A partir daqui, recua no tempo até à infância do músico e compositor em Queens, e passa em revista, com a ajuda deste, 60 anos de canções, discos e concertos, sem esquecer a lendária e turbulenta parceria com Art Garfunkel.