★★★★☆
Alex, uma jovem mãe, sai de casa, e de uma relação perigosa, com a filha de três anos. Não quer ir para casa do pai, que tem uma nova família. Nem para a casa móvel da mãe, uma irresponsável artista “alternativa” e hippie tardia, que vive com o namorado mais jovem.
Alex não tem onde ficar, não tem emprego, dinheiro nem qualificações e fica sem carro após um acidente. Tudo o que arranja é um trabalho a fazer limpezas numa minúscula empresa, e um quarto numa casa-abrigo para mulheres maltratadas. Maid (Netflix) tinha tudo para ser uma telenovela mexicana falada em inglês. Não é. A história modera o seu vasto potencial lacrimal e não se desfaz em queixinhas e indignações, e mostra, com correcção realista, o que é ser pobre e viver de “McJobs” e subsídios nos EUA, sem culpados prontos-a-detestar, seja a “sociedade”, sejam vilões-tipo. E Alex, interpretada pela cativante e expressiva Margaret Qualley (filha de Andie McDowell, que faz de sua mãe), por cujos olhos passa tudo o que ela precisa de dizer ou sugerir, é uma figura irresistível, mãe devotadíssima, paciente e sacrificada, trabalhadora e recta.
Maid baseia-se na história real de Stephanie Land, contada no livro Maid: Hard Work, Low Pay and a Mother’s Will to Survive. E tal como está no título, está na série.