Os melhores filmes com Michael Caine

De Cy Enfield, 1964

Michael Caine teve o seu primeiro papel de destaque no cinema em Zulu, um épico sobre o lendário combate de Rorke’s Drift, na África do Sul, em 1879, quando um pequeno grupo de soldados e alguns civis enfrentaram e derrotaram os Zulus que pouco tempo antes haviam esmagado as tropas britânicas em Isandlwana. O cockney Caine incarna, e com toda a convicção, o aristocrático e inexperiente tenente Bromhead, que tem o seu oposto no veterano e plebeu tenente Chard (Stanley Baker).    

De Sidney J. Furie, 1965

Um espião muito inglês que usa óculos, tem um sentido de humor sarcástico, não se coíbe de criticar a hierarquia a que se submete e está em tudo nos antípodas de James Bond. Eis Harry Palmer, criado por Len Deighton e herói de uma série de livros, e ao qual Michael Caine deu corpo, alma, idiossincrasias e credibilidade em O Caso Ipcress, o primeiro – e o melhor – de uma série de filmes em que interpretou a personagem ao longo da Guerra Fria, e após o fim do comunismo. 

De Lewis Gilbert, 1966

Depois de Terence Stamp, amigo e então colega de casa de Michael Caine, ter recusado fazer no cinema o papel principal da peça Alfie, de Bill Naughton, que havia desempenhado em palco, Caine agarrou-o com as duas mãos e, graças a ele, lançou em definitivo a sua carreira e transformou-se numa vedeta. Alfie é um jovem cockney, conquistador em série de mulheres jovens ou mais velhas, arrogante e com escassos escrúpulos, que fala e se gaba directamente para o público, e Caine mostra à saciedade que nasceu para o interpretar.

De Mike Hodges, 1971

Michael Caine é magnífico no papel do Carter deste poderoso filme policial, um gangster estabelecido em Londres e que regressa à sua Newcastle natal para investigar a morte suspeita do irmão, num acidente de viação, entrando em conflito com o submundo desta cidade. O realizador Mike Hodges quis rodar uma história de gangsters anti-hollywoodesca, e incluída na tradição do realismo “cinzento e austero” inglês, e o duro e lacónico Jack Carter de Michael Caine dá expressão humana a esta intenção. 

De Joseph L. Mankiewicz, 1972

O último filme de Joseph Mankiewicz é um dos seus melhores, e deu também papéis memoráveis a Laurence Olivier e a Michael Caine. É uma história que se apoia no tema muito inglês da diferença de classes, com Caine no papel de um cabeleireiro algo insolente que anda com a mulher de Olivier, um famoso e distinto autor de policiais, apaixonado por teatro e jogos. Os dois homens vão confrontar preconceitos sociais, personalidades, manhas – e também sotaques.

De John Huston, 1975

Michael Caine forma com Sean Connery uma parelha inesquecível neste clássico realizado por John Huston e baseado numa obra de Rudyard Kipling. Eles são Peachy e Daniel, dois soldados ingleses espertalhões que, em 1880, se tornam reis (e com estatuto de deuses) de uma remota região da Índia, que nenhum ocidental visitou desde Alexandre, o Grande, e aproveitam ao máximo a sua excepcional condição.

De John Sturges, 1976

Neste filme de guerra baseado no livro de Jack Higgins, encontramos Michael Caine num papel invulgar. Ele é um coronel alemão que lidera um comando encarregue de matar Winston Churchill em Inglaterra, para o que os militares que o compõem têm que simular que são ingleses. Caine é totalmente convincente na pele da personagem, um militar profissional que não tem simpatia pelos nazis, e cuja dignidade e rectidão o actor realça.

De Brian De Palma, 1980

Brian De Palma deu a Michael Caine um dos papéis mais inesperados e contra a norma da carreira do actor, mas também bem conseguidos, neste policial muito hitchcockiano (ou não fosse um filme de De Palma). Ele faz o distinto psiquiatra de uma mulher que é assassinada por uma misteriosa loura num elevador, que depois vai perseguir a única testemunha do crime, uma prostituta de luxo. E esta pede ajuda ao médico para apanhar a criminosa.  

De Sidney Lumet, 1982

Um escritor que sofre de bloqueio criativo (Michael Caine) e a sua mulher (Dyan Cannon) planeiam matar um aluno dele (Christopher Reeve) que escreveu uma primeira peça de teatro magnífica, e apropriar-se da obra para fazer um regresso triunfal à Broadway. Caine é soberbo de amoralidade calculista e falsidade sorridente nesta fita de Sidney Lumet em cujo enredo nem tudo o que parece é, e que a certa altura dá uma reviravolta brilhante.

De Lewis Gilbert, 1983

Um professor universitário alcoólico, solitário e azedo (Michael Caine) é contratado por uma cabeleireira (Julie Walters) que quer completar a instrução básica antes de ter filhos e assentar a sua vida como mãe de família e dona de casa. Caine dá uma tocante e profunda dimensão de verdade humana à personagem do professor e entende-se às mil maravilhas com Walters nesta adaptação ao cinema da peça de Willy Russell.