A portrait of the actor Nico Parker
Andy Parsons
Andy Parsons

Nico Parker: "Não gostei nada de ver no ecrã"

Entrevista a Nico Parker, a jovem actriz britânica que é uma das estrelas de "Dumbo", de Tim Burton

Phil de Semlyen
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A adaptação de Dumbo, por Tim Burton, é o primeiro filme da actriz britânica Nico Parker. Mas o ambiente e a tensão das rodagens não foi exactamente uma experiência nova para a adolescente, que passou a infância a acompanhar mãe, a actriz Thandie Newton, enquanto ela filmava, e cujo pai, Oliver Parker, é realizador e argumentista. Falámos com ela antes da estreia.

Este é o teu primeiro papel. Gostaste de te ver no grande ecrã?

Quando vi o Dumbo pela primeira vez estávamos só eu, a minha mãe, a Eva [Green] e algumas amigas dela. E não gostei nada de me ver no ecrã, estava basicamente a criticar tudo. Mas depois falei com o Colin [Farrell] numa conferência de imprensa e ele disse-me para não me preocupar: “Nunca vais gostar de te ver à primeira. Eu também odeio ver-me.” Entretanto voltei a ver o filme e gostei muito, porque deixei de estar concentrada em mim.

Qual foi a parte mais difícil do processo criativo?

O mais assustador foi entrar no estúdio pela primeira vez e ver todas as estrelas que estavam ali [Eva Green, Colin Farrell, Danny DeVito, Michael Keaton, etc]. Depois do primeiro dia já estava um pouco mais descansada, mas lembro-me de trabalhar muito e estar preocupada para não me esquecer das minhas deixas.

Sei que tu e a tua mãe estavam a trabalhar nos estúdios Pinewood na mesma altura. Almoçavam juntas?

Ela estava a filmar Han Solo: Uma História de Star Wars e eu cheguei a ir visitá-la à outra ponta dos estúdios. Lembro-me de sair da rodagem, ainda toda maquilhada, para ir almoçar com ela. Era engraçado, porque eu estava com um vestido todo bonitinho e um ar angelical e ela com um uniforme de combate, numa espécie de campo de batalha sujo e cheio de pó.

Costumas dizer aos teus pais o que pensas do trabalho deles?

Para ser honesta, não presto muita atenção ao que eles fazem. Não vejo muitos filmes da minha mãe, porque é estranho vê-la num ecrã. E do meu pai vi o Mamma Mia! Here We Go Again. Também vi O Exótico Hotel Marigold, mas passei o tempo todo a perguntar se não podíamos ir para casa, porque estava a ser uma seca. Não sabia que ele tinha escrito o filme.

Ainda é muito cedo para te perguntar se é isto que queres fazer da vida?

Agora acho que é. Isso pode mudar, mas neste momento acho que quero fazer disto uma carreira.

Passaste a infância em estúdios de cinema?

Passei a infância à volta deles. Sempre que a minha mãe estava a filmar passávamos muito tempo com ela. E continuo a ir ver o que ela está a fazer. Estive em Westworld, por exemplo. De certa forma, a rodagem do Dumbo foi muito natural para mim, porque sabia o que eram todas as coisas.

Já tens outros projectos na calha?

[Abana a cabeça.] Eu ando na escola. Tenho projectos da escola. Mas adorava continuar a fazer filmes.

Qual é a tua disciplina favorita?

Adoro inglês. Odeio matemática. Não me dou nada bem com aquilo.

A tua personagem no filme, a Milly, é muito dada às ciências. Deve ser boa a matemática.

É capaz de ser. Nesse aspecto, não sou nada parecida com ela.

Em que é que são parecidas?

Ambas adoramos animais. Eu adoro, adoro animais. Tenho dois gatos e dois cães. O meu animal espiritual seria uma chita ou uma suricata.

Gostas de suricatas [como o Timon]? Então tens de entrar no Rei Leão.

Eu sei. Estava a filmar o Dumbo quando me apercebi que ia ser a próxima produção da Disney. Daria tudo para participar nesse filme.

Já que gostas tanto de animais, foi chato não haver mais animais em estúdio?

Foi basicamente tudo feito por computador, o que eu odiei. Se bem que tínhamos uns caniches cor-de-rosa e cor-de-laranja no estúdio durante as filmagens, e eu queria levar um para casa. O treinador é que não foi na minha conversa.

Eras fãs do Tim Burton?

Era fã dos filmes dele, especialmente de Os Fantasmas Divertem-se [Beetlejuice, no original], apesar de só os ter descoberto quando já era mais velha. E só o conheci pessoalmente durante o casting.

E o que achaste do Colin Farrel, que faz de teu pai? Imagino que não tivesses visto muitos filmes dele, porque costumam ser para um público mais velho.

Tinha-o visto em Ao Encontro de Mr. Banks e no Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los, por isso já sabia quem ele era e estava muito entusiasmada quando o conheci. Além disso, os meus pais já me disseram que ele é muito bom, que entra em filmes óptimos.

Gostas de Harry Potter/Monstros Fantásticos?

Gosto, mas ainda não li os livros todos. Estou no quinto livro, e recuso-me a ver os filmes todos enquanto não acabar de lê-los. Mas já vi [Harry Potter and] The Cursed Child três vezes. É uma peça mesmo muito boa.

Conversa fiada

  • Filmes

J.K. Rowling continua a expandir o universo de Harry Potter, aliás, o seu passado, em Monstros Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, com realização de David Yates. E Jude Law é um jovem Albus Dumbledore no novo filme. Aproveitámos e falámos da magia de encarnar um personagem que faz parte do imaginário dos seus filhos. 

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