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Django Libertado, de Quentin Tarantino

O Ku Klux Klan no cinema

O filme de Spike Lee 'BlacKkKlansman: O Infiltrado', que se estreia esta semana, não é o primeiro a pôr em cena o Ku Klux Klan. Eis oito que o fizeram antes

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De O Nascimento de uma Nação, de David Wark Griffith, em 1915, a Django Libertado, de Quentin Tarantino, de 2012, o Ku Klux Klan tem aparecido em vários filmes, alguns deles surpreendentes. É o caso de The Black Klansman, um policial de acção de série B rodado em 1966, durante o movimento dos Direitos Civis e quando esta organização racista ainda tinha força nos EUA, sobretudo no Sul, ou de Brotherhood of Death, de 1976, onde três soldados negros que combateram na guerra do Vietname pegam em armas, na vila natal a que regressaram, para enfrentarem o Klan.

Na estreia do novo filme de Spike Lee BlacKkKlansman: O Infiltrado, recordamos oito filmes sobre o Ku Klux Klan.

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O Ku Klux Klan no cinema

‘O Nascimento de uma Nação’, de David Wark Griffith (1915)

Esta obra-prima do cinema está tingida de controvérsia pela representação positiva e heróica que o realizador David Wark Griffith, natural do Sul dos EUA, apresenta do Ku Klux Klan durante as sequências do filme passadas após a Guerra Civil americana. A fita esteve mesmo para se chamar The Clansman, tal como uma das duas fontes literárias em que se baseia. As tentativas feitas por várias organizações para censurar ou banir O Nascimento de uma Nação levaram Griffith a responder, em 1916, com outro filme: Intolerância.

‘The Black Klansman’, de Ted V. Mikels (1966)

Um negro de pele muito clara consegue passar por branco e tornar-se membro do Ku Klux Klan para se vingar do assassinato da filha, morta por uma bomba incendiária posta numa igreja do Alabama. Este curioso filme de exploitation, quase desconhecido conhecido fora dos EUA, foi rodado em plena época da agitação em redor do movimento dos Direitos Civis pelo produtor, argumentista e realizador Ted V. Mikels, conhecido pelos seus títulos de série Z eróticos, de acção e de terror e ficção científica.

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‘O Homem do Klan’, de Terence Young (1974)

Um drama policial e anti-racista passado numa cidadezinha do Sul dos EUA, com uma história que envolve tensões raciais e a violação de uma mulher branca, que leva à intervenção de membros do Ku Klux Klan, e do xerife local. Lee Marvin, Richard Burton, Linda Evans e O.J. Simpson no seu papel de estreia no cinema, fazem parte do elenco desta fita que teve uma génese e uma produção muito atribuladas, e péssima recepção crítica e carreira comercial. Sam Fuller foi o autor da versão original do argumento.

‘Brotherhood of Death’, de Bill Berry (1976)

Nesta produção de baixo orçamento, três negros veteranos do Vietname voltam à sua terra natal, no Sul profundo, depois de terem saído da tropa, e aí procuram despertar a consciência dos cidadãos para a participação na vida cívica e política, incorrendo na fúria do Ku Klux Klan local. Depois de uma série de incidentes graves e do assassínio do xerife, os três antigos militares decidem declarar guerra ao Klan, servindo-se da sua experiência de combate, o que dá origem a uma batalha campal.

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‘Mississippi em Chamas’, de Alan Parker (1988)

Sul dos EUA, 1964. Dois agentes dos EUA, um mais velho e experiente, e outro mais novo (Gene Hackman e Willem Dafoe), e com métodos de trabalho muito diferentes, chegam a uma cidadezinha do Mississippi onde foram assassinados três jovens activistas dos Direitos Civis. Os dois investigadores suspeitam que o Ku Klux Klan, que tem muita força e total impunidade na zona, é responsável pelo crime, mas têm que conseguir pôr de parte as suas diferenças de feitio e profissionais, e aprender a trabalhar juntos.

‘Ambushed’, de Ernest Dickerson (1998)

Aqui está um policial anti-racista que se caracteriza pela originalidade da história e pela fuga aos habituais estereótipos. Após o assassínio de um líder do Ku Klux Klan, o filho adolescente deste é posto sob protecção policial. Quando os agentes da escolta caem numa emboscada e são quase todos mortos, o único sobrevivente, um polícia negro, Jerry Robinson (Courtney B. Vance) torna-se no principal suspeito. Foge para provar a sua inocência e descobrir os verdadeiros culpados, levando com ele o rapaz que protegia, e que os assassinos também querem ver morto.

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‘Irmão, Onde Estás?’, de Joel e Ethan Coen (2000)

Embora não seja especificamente sobre o Ku Klux Klan, esta comédia dramática dos irmãos Coen passada nos anos 30, inclui uma sequência impressionante em que os três protagonistas (interpretados por George Clooney, John Turturro e Tim Blake Nelson) evadidos de uma penitenciária e à procura de um tesouro escondido, têm um encontro inesperado com os membros daquela organização. E acabam por participar involuntariamente numa grande cerimónia nocturna do Klan.

'Django Libertado', de Quentin Tarantino

O polémico western revisionista de Quentin Tarantino inclui também uma sequência com o Ku Klux Klan, cujos membros o realizador ridiculariza, mostrando-os como totalmente imbecis. Trata-se, no entanto, de um erro histórico, ou então de uma liberdade narrativa forçadíssima, já que o filme se passa antes da Guerra Civil americana, e o Klan só foi criado após o fim deste conflito, para combater os vencedores nortistas e aterrorizar os negros, em especial os escravos libertados. Tarantino terá escolhido arriscar o óbvio anacronismo, em nome do efeito cómico.

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