★★★☆☆
A série (TVCine Edition) é inspirada numa investigação da ‘Hollywood Reporter’ e tem uma irreconhecível Emmy Rossum no papel principal.
★★★☆☆
Na série sul-coreana The 8 Show (Netflix), criada a partir de dois webtoons do desenhador Bae Jin Soo, oito pessoas muito diferentes aceitam participar num jogo de reality TV em que ficam fechadas num edifício de outros tantos andares sem qualquer contacto com o exterior nem infra-estruturas básicas, e vão ganhando dinheiro à medida que o tempo passa, que podem gastar pedindo por telefone as coisas de que necessitam. Quanto mais baixos os andares, menor o espaço para o seu ocupante, que também recebe dinheiro de acordo com o andar que ocupa. Os nomes são proibidos e cada concorrente é apenas conhecido pelo andar que ocupa: 1.º Andar, 2.º Andar e assim sucessivamente. O tempo, fundamental para o bom desenvolvimento do programa e para a bolsa dos participantes, é concedido por um público invisível e mudo, que exige “entretenimento” para o fazer.
Os oito concorrentes começam por se dar bem e cooperar pelo interesse comum, mas o jogo vai-se tornando cada vez mais violento e perigoso, à medida que começam os desacordos e os confrontos e se formam grupos, lealdades e alianças, as personalidades dos participantes vão-se manifestando e os mais fortes, inescrupulosos e amorais começam a dominar os outros. The 8 Show é, obviamente, um sucedâneo menos vistoso e mais portátil de Squid Game, com o qual partilha o mesmo conceito engenhoso e a mesma elaboração diabólica, o mesmo carácter alegórico (o grupo humano em causa é um microcosmo da sociedade e revela no comportamento ao longo do jogo o seu pior e o seu melhor), as mesmas críticas a alguns aspectos da vida na Coreia do Sul e o mesmo retrato negro e deliberadamente extremado do que passa hoje por “entretenimento”, sobretudo o televisivo (incitação e culto do voyeurismo desbragado e pessoas postas a competir por dinheiro no meio de muita agressividade, humilhações e sofrimento).
A originalidade convive com alguma previsibilidade na história (torna-se claro a certa altura que um dos oito concorrentes está ligado à criação do programa) e para o final de The 8 Show a violência torna-se insistente e desagradavelmente sádica, mas o enredo acaba por ser bem resolvido, com todas as pontinhas atadas. Embora seja introduzido um elemento de ambiguidade que deixa uma dúvida a pairar: tudo aquilo que vimos foi “real”, ou passou-se apenas na cabeça de uma das personagens? Seja como for, e tendo em conta os valores de produção, a qualidade da encenação, da escrita e da realização (Han Jae-rim, o argumentista e realizador de The 8 Show, vem do cinema, e nota-se) e a homogeneidade das interpretações, os sul-coreanos continuam a dar cartas neste formato – e também a ter as ideias narrativas mais elaboradamente perversas.
★★★☆☆
A série (TVCine Edition) é inspirada numa investigação da ‘Hollywood Reporter’ e tem uma irreconhecível Emmy Rossum no papel principal.
★★★☆☆
A série ‘O Sequestro do Voo 601’ (Netflix) recria a história real do mais desconcertante – e caricato – desvio de um avião comercial nos anos 1970.
★★★★☆
‘Feud: Truman Capote vs. The Swans’ (HBO Max) é o regresso de Ryan Murphy a esta série de antologia – e é um dos pontos altos do ano no streaming.
★★★★☆
‘O Quinto Mandamento’ (Filmin) tem um dos melhores tratamentos ficcionais de casos de crimes reais que podemos encontrar no streaming.
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