Imagine… Woody Allen

Os filmes de Woody Allen que nos deixam nostálgicos

Woody Allen tem um fraco pelos anos 20/30, onde ambientou vários dos seus filmes. O último foi "Café Society" (2016)

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O veterano realizador nova-iorquino Woody Allen, que nasceu em 1935, tem um fraquinho pelas décadas de 20 e 30. O jazz de então é a sua música favorita, e que costuma tocar ao vivo com a sua banda. Também já ambientou vários dos seus filmes, sejam dramas ou comédias, nessa época. Desde clássicos nostálgicos como Zelig (1983) e A Rosa Púrpura do Cairo (1985) a fitas mais recentes como Magia ao Luar (2014) e Café Society (2016), passando por Balas Sobre a Broadway (1994). Estes são os sete filmes de Woody Allen que nos deixam nostálgicos.

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Os melhores filmes de Woody Allen

Zelig (1983)

Este mockumentary, um falso documentário satírico, é um dos melhores de filmes de Woody Allen. O realizador e actor interpreta a personagem do título, Leonard Zelig, um zé-ninguém com a capacidade camaleónica de adquirir as características físicas, psicológicas e intelectuais daqueles que o rodeiam, e que se transformou numa celebridade nas décadas de 20 e 30. A era digital ainda ia longe, mas Allen e Gordon Willis, o seu director de fotografia, não precisaram de computadores para recriar a textura do preto e branco das fotografias e filmes dessa altura. Personalidades como Saul Bellow e Susan Sontag aparecem a falar sobre Zelig como se ele tivesse mesmo existido.

A Rosa Púrpura do Cairo (1985)

O único glamour que há nesta fantasia romântica e dramática passada em New Jersey, em plena Grande Depressão, está nos filmes de Hollywood para onde Cecilia (Mia Farrow), a protagonista, se evade para fugir ao seu triste e pobre quotidiano. Até ao dia em que a personagem de um deles, o aventureiro e arqueólogo Tom Baxter (Jeff Daniels), após notar que Cecilia veio ver o filme várias vezes, sai da tela e vai ao seu encontro, provocando uma comoção dentro e fora da fita. Allen joga brilhantemente com os conceitos de realidade e de ficção, e com a força que se desprende da ilusão cinematográfica.

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Os Dias da Rádio (1987)

Este é capaz de ser o mais sentido e intensamente nostálgico de todos os filmes ambientados por Woody Allen nos anos 20 e 30 (também apanha a década de 40 da II Guerra Mundial), assim como o mais autobiográfico. É narrado pelo próprio realizador, que recorda os tempos áureos em que a rádio pontuava e dominava o dia-a-dia dos americanos e ainda não se sonhava com a televisão, nem se imaginava a preponderância que ela viria a ter. Com as devidas distâncias e diferenças, Os Dias da Rádio está para Woody Allen como Amarcord está para Fellini.

Balas Sobre a Broadway (1994)

É no mundo teatral da Broadway, em finais dos anos 20, que se localiza o enredo desta comédia que mete ao barulho dramaturgos, gangsters, actores e actrizes. John Cusack é um jovem e ambicioso autor que, para conseguir dinheiro para montar a sua peça, concorda em incluir no elenco Olive (Jennifer Tilly), a amante sem ponta de talento de um gangster, e descobre que o brutamontes que lhe serve de guarda-costas, Cheech (Chazz Palminteri), tem um talento nato para o teatro e lhe dá preciosas sugestões para a produção. A selecção musical de música da época é, mais uma vez, brilhante.

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Através da Noite (1999)

Este filme onde a música tem um papel central nasceu de um projecto frustrado de Woody Allen datado da década de 60, intitulado The Jazz Baby, uma história dramática que foi recusada pelos estúdios United Artists. Sean Penn interpreta um guitarrista de jazz dos anos 30, obcecado por Django Reinhardt e tão talentoso quanto caótico e insensível na sua vida pessoal, que se apaixona por uma rapariga muda (Samantha Morton), trata-a abaixo de cão e só tarde demais percebe que ela era a mulher da sua vida. O título remete para uma canção de George e Ira Gershwin, composta em 1925 para o musical Tip-Toes.

Magia ao Luar (2014)

O formato da comédia (aparentemente) ligeira e rétro (o filme passa-se nos anos 20, na Riviera francesa, em pleno Verão) é aqui usado por Woody Allen para pôr em confronto o cepticismo militante e a crença no sobrenatural (e, por extensão, para falar de temas recorrentes que lhe são queridos, como a religião e a existência ou não de uma vida depois desta) nas pessoas de Stanley (Colin Firth), um ilusionista que expõe charlatães espiritualistas, e de Sophie (Emma Stone), uma jovem e bela vidente que parece estar a imiscuir-se numa rica família americana instalada na Côte d’Azur. E quem ganha no final é o amor.

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Café Society (2016)

Nova Iorque e a Hollywood dos anos 30 servem de pano de fundo a esta comédia de costumes em que Bobby (Jesse Eisenberg), o filho de um joalheiro nova-iorquino, decide mudar de vida e tentar a sua sorte em Los Angeles, onde o seu tio Phil (Steve Carell) é um poderoso agente. Não tarda a conhecer e apaixonar-se por Veronica (Kristen Stewart), a secretária e amante do tio. E é em torno deste triângulo amoroso, mais tarde elevado a quadrado com a adição de uma segunda Veronica (Blake Lively), que se desenvolve uma história desencantada e melancólica.

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