Comedy films: Play It Again, Sam
Play It Again, Sam

Woody Allen, actor nos filmes dos outros

Sabiam que Woody Allen já foi dirigido por Godard e fez de marido de Sharon Stone? Antes da estreia de 'Roda Gigante', a sua nova realização, recordamos os papéis que interpretou em filmes alheios

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Enquanto intérprete em filmes de colegas seus, Woody Allen já foi uma caricatura de James Bond, um crítico de cinema neurótico e sem sorte ao amor, um talhante enganado pela mulher ou livreiro falido.

Woody Allen, actor nos filmes dos outros

‘Que Há de Novo, Gatinha?’, de Clive Donner (1965)

Woody Allen teve uma experiência tão má neste filme, que escreveu e do qual foi um dos principais intérpretes, que decidiu passar futuramente também a realizar os seus argumentos, para evitar interferências de produtores, realizadores e actores (no caso vertente, Peter Sellers, que lhe fez a vida negra). Além de Allen e Sellers, esta anárquica farsa sobre sexo e psicanálise tem ainda no elenco Peter O’Toole, Romy Schneider, Ursula Andress e Capucine.

‘Casino Royale’, de Ken Hughes, John Huston, Joseph McGrath, Robert Parrish, Richard Talmadge (1967)

Há vários James Bond nesta paródia completamente falhada à série 007, inspirada pelo livro homónimo de Ian Fleming, e Woody Allen interpreta um deles, Jimmy Bond, sobrinho do dito. Casino Royale é considerado um dos grandes maus filmes da história do cinema e Allen ao menos está acompanhado nesta embaraçosa pepineira por muitos colegas ilustres, de David Niven a Orson Welles, de Deborah Kerr a William Holden.

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‘O Grande Conquistador’, de Herbert Ross (1972)

Eis um dos melhores filmes escritos e interpretados, mas não realizados por Woody Allen, que adaptou aqui à tela a sua peça Play it Again, Sam, um grande sucesso em palco. Allen faz um crítico de cinema muito neurótico e fanático do clássico Casablanca, que é ajudado na sua vida sentimental pelo fantasma de Humphrey Bogart (Jerry Lacy), que aparece para lhe dar conselhos. Esta foi a primeira vez que ele e Diane Keaton contracenaram no cinema.

‘O Testa de Ferro’, de Martin Ritt (1976)

Foi com muita relutância que Woody Allen aceitou ser o principal intérprete desta fita passada na Hollywood dos anos 50, no tempo da “Caça às Bruxas” e do McCarthyismo, por não a ter escrito e não a realizar. Allen personifica o empregado de um restaurante que, mediante pagamento, “empresta” o nome a argumentistas que estão na Lista Negra e que assim conseguem vender o seu trabalho para o cinema e para a televisão.

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‘King Lear’, de Jean-Luc Godard (1987)

É verdade: Woody Allen já entrou num filme de Godard, embora um dos menos vistos, fruto de uma associação pontual (e insólita) deste com os go-go boys Menahem Golan e Yoram Globus, da Cannon, nos anos 80. Desde O Testa de Ferro que Allen não aparecia como actor numa fita em que não fosse também realizador. Godard reservou-lhe o papel de “Mr.Alien”, o montador do filme, neste King Lear muito pouco shakespeareano e indescritivelmente godardiano, passado depois do desastre de Chernobyl.

‘Uma Mão Cheia de Surpresas’, de Alfonso Arau (2000)

Encontramos Woody Allen improvavelmente casado com Sharon Stone nesta comédia negra passada no Novo México, na qual a sua personagem, um talhante kosher, assassina, também improvavelmente, a esposa infiel, corta o corpo aos bocados e vai enterrá-los no deserto. Quando, numa entrevista, lhe perguntaram porque é que havia aceite o papel principal nesta fita, Allen repondeu, muito sinceramente, que a proposta tinha sido “lucrativa demais” para recusar.

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‘Quase Gigolo’, de John Turturro (2013)

Woody Allen voltou a contracenar com Sharon Stone nesta comédia do seu colega John Turturro, que lhe pediu colaboração no argumento, embora o autor de Annie Hall não tenha querido ser creditado na ficha técnica. Allen é aqui um livreiro novaiorquino falido, Murray. O seu amigo Fioravante (Turturro) sonha com aventuras sexuais e quer ajudar Murray, e torna-se gigolô para conseguir ambas as coisas. É um desastre, e ainda por cima, Fioravante apaixona-se por uma das suas clientes.

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