Correio de Droga (2018)
©DRCorreio de Droga de Clint Eastwood
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Os injustiçados das nomeações aos Óscares

Os filmes, os actores e as actrizes que deviam constar das nomeações aos Óscares, mas foram esquecidos, preteridos ou ignorados

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É inevitável. Todos os anos há faltas, omissões e esquecimentos de lamentar, incompreensíveis, ou pura e simplesmente injustos na lista dos indicados aos Óscares da Academia. A lista deste ano não é excepção, muito pelo contrário. Robert Redford e O Cavalheiro com Arma, Clint Eastwood e Correio de Droga, Bradley Cooper (na categoria de Melhor Realizador por Assim Nasce uma Estrela, em vez estar nomeado como Melhor Actor), Emily Blunt, John David Washington (como Melhor Actor em BlaKkKlansman: O Infiltrado) e o aclamadíssimo filme sul-coreano Burning, de Lee Chang-dong (em Melhor Filme Estrangeiro), são ausências verdadeiramente gritantes.

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Os injustiçados das nomeações aos Óscares

Robert Redford

Por ser um dos maiores e mais significativos papéis da sua carreira, carregadinho de referências à mesma, e também por a coroar, dado este ser o seu último filme como actor, Robert Redford mais que justificava a sua presença na categoria de Melhor Actor em O Cavalheiro com Arma. E já agora, David Lowery devia estar também na de Melhor Realizador, o filme na respectiva categoria, Sissy Spacek na de Melhor Actriz e Casey Affleck na de Melhor Actor Secundário. 

Clint Eastwood

Que quer Robert Redford, quer Clint Eastwood, não tenham desejado – ou já estejam acima disso, por serm lendas vivas e carregadas de prémios – que se fizessem promoções intensas dos seus filmes nos Óscares, é aceitável e compreensível. Que a Academia os tenha desprezado desta forma, é lamentável. Tal como O Cavalheiro com Arma, Correio de Droga, de e com Eastwood, é um filme maior, adulto, contra a corrente dominante da produção de Hollywood nos nossos dias. E mais que justificava indicações em Melhor Filme, Realizador, Actor e Argumento. Pelo menos.

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Bradley Cooper

Anda um homem a desunhar-se para ter uma nomeação para Melhor Realizador, e a Academia indica-o para Melhor Actor, bem como ao filme que rodou para a respectiva categoria. Em termos de interpretação, Assim Nasce uma Estrela é uma fita que pertence todinha a Lady Gaga. Além disso, Cooper empenhou-se a fundo, nas filmagens e depois delas, para constar na lista dos candidatos a Melhor Realizador, justificando-o solidamente com o seu trabalho no filme. Mas é conhecido o preconceito da Academia contra actores-realizadores.

Emily Blunt

A actriz inglesa alinhou dois papéis suculentos e nos antípodas um do outro em 2018: na mãe da família sobrevivente a uma invasão alienígena no filme de terror e ficção científica Um Lugar Silencioso, de e com John Krasinski, também seu marido, e em O Regresso de Mary Poppins, onde sucedeu a Julie Andrews no papel do título, com graça, energia, bom humor e a necessária firmeza que até uma ama mágica tem que mostrar perante as crianças de que cuida. Mas nada. Uma omissão a roçar o escandaloso.

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John David Washington

O controverso BlacKkKlansman: O Infiltrado, de Spike Lee, está nomeado, entre outros, para Melhor Filme, Realizador, Argumento e Actor Secundário (Adam Driver). A falta mais chapada é a de John David Washington, que interpreta Ron Stalworth, o polícia negro que investiga o Ku Klux Klan, para Melhor Actor. O filho de Denzel Washington é uma das melhores coisas que o filme tem, com uma interpretação e uma presença devedoras das fitas de blaxploitation dos anos 60 e 70 a que BlacKkKlansman: O Inflitrado se refere constantemente.

‘Burning’

Este atmosférico e enigmático filme do realizador sul-coreano Lee Chang-dong (autor de Secret Sunshine e de Poesia) foi justamente coberto de boas críticas um pouco por toda a parte, e também nos EUA. Esperava-se que fosse, naturalmente, um dos finalistas na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. A concorrência, este ano, era sem dúvida de peso (incluía fitas como Roma ou Shoplifters, só para referir dois títulos), mas mesmo assim, estranha-se a ausência de Burning na lista final de candidatos ao respectivo Óscar. E teria sido o primeiro filme da Coreia do Sul a consegui-lo.

Outras histórias dos Óscares

  • Filmes

Foram muitos os actores e actrizes que, desde 1929, data da primeira cerimónia dos prémios, ganharam um Óscar. Pouco mais de 40 conseguiram levar para casa duas estatuetas da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood ao longo da sua carreira. Mas mais do que isso? Quase nenhuns. Katharine Hepburn é a actriz mais premiada, tendo recebido quatro Óscares de Melhor Actriz entre 1934 (por Glória de Um Dia) e 1982 (por A Casa do Lago). Depois vêm Daniel Day-Lewis, Meryl Streep, Jack Nicholson, Ingrid Bergman e Walter Brennan – o único que nunca foi eleito melhor actor principal, vencendo apenas por papéis secundários.

  • Filmes

Numa cidade em que o estatuto de A List diz muito, Hollywood continua a ser implacável com algumas das caras mais conhecidas da indústria. Na cidade dos anjos contam-se histórias que traduzem amores e desamores da condição humana, histórias de força e superação, histórias de desastre e redenção, para que nos seja possível suportar a existência. Mas, no fim, há mais em jogo do que uma linha que nos estremece ou um monólogo que nos acompanha como bíblia para o resto dos dias. A estatueta dourada é a bitola que separa o que é bom do que é divino, mas nem sempre é consensual.

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  • Filmes
Erros que ficaram para a história na entrega dos Óscares
Erros que ficaram para a história na entrega dos Óscares

A história dos Óscares também é feita de erros. O mais recente, e sem dúvida o mais grave, foi a troca do envelope na entrega do prémio de Melhor Filme em 2017. Um lapso que, ainda por cima, demorou algum tempo a ser rectificado, e só quando a equipa de La La Land – A Melodia do Amor já estava em palco e os discursos de agradecimento iam a meio é que a produção explicou aos envolvidos que, afinal, Moonlight é que tinha vencido. Mas ao longo dos anos houve mais problemas e complicações. Recordamos outras gafes, entre trocas de nomes e homens nus.

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