Tár
Photograph: Universal PicturesCate Blanchett in Tár
Photograph: Universal Pictures

As nossas apostas para os Óscares

A 95.ª edição dos Óscares tem lugar na noite de 12 de Março. Aqui estão as nossas apostas para os Óscares nas 12 principais categorias.

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“Prognósticos, só no fim do jogo”, dizia o outro, que era futebolista. Mas no que aos Óscares diz respeito, há que os fazer antes. Um ritual cumprimos mais uma vez, para as principais categorias das estatuetas dadas pela Academia de Hollywood. 

Num ano em que a presença das produções feitas para as grandes plataformas de streaming é muito menor do que nas edições anteriores dos Óscares, e em que a grande maioria dos filmes nomeados não está marcado por pretensões políticas ou pela agenda activista do momento, pendendo mais para o espectáculo puro, o entretenimento de qualidade e um autorismo acessível ao espectador médio, fazemos as nossas apostas para as principais categorias das estatuetas de Hollywood. Esperando também que João Gonzalez traga para Portugal o primeiro Óscar da história do cinema nacional, com a sua estupenda curta-metragem animada Ice Merchants

Recomendado: Óscares – os filmes nomeados que tem mesmo de ver em streaming

As nossas apostas para os Óscares

Melhor Filme

O aumento de títulos nesta categoria tornou mais difícil um prognóstico sobre o vencedor, mas a decisão este ano deverá fazer-se entre Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo, a ficção científica de artes marciais sobre mundos paralelos assinada por Dan Kwan e Daniel Scheinert, Os Espíritos de Inisherin, a fábula realista irlandesa de Martin McDonagh, e Tár, de Todd Field, a história da queda em desgraça de uma toda-poderosa maestrina pela “cancel culture”.

Melhor Realizador

Uma categoria que se deverá resolver entre Todd Field e Dan Kwan/Daniel Scheinert – mas Steven Spielberg está a espreitar com a sua saga familiar autobiográfica, Os Fabelmans.

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Melhor Actor

Austin Butler surge aqui como principal favorito pelo seu Elvis Presley do Elvis de Baz Luhrmann, que de resto não tem mais nada que se lhe recomende. Mas Hollywood gosta de comebacks e, nesse caso, o Óscar poderia ir parar às mãos do regressado Brendan Fraser, que interpreta um professor a morrer de obesidade mórbida e em busca de redenção junto da filha adolescente, que abandonou, em A Baleia, de Darren Aronofsky. Mas se Colin Farrell ganhar por Os Espíritos de Inisherin, o prémio ficará também muito bem entregue.

Melhor Actriz

Este ano, esta deve ser de certeza a categoria mais difícil de prever. A competição vai ser renhida entre Cate Blanchett (Tár), Michelle Yeoh (Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo), Michelle Williams (Os Fabelmans), Andrea Riseborough (no melodrama white trash Para Leslie) e Ana de Armas, soberba Marilyn Monroe no execrável Blonde. Arriscaria que tudo se resolverá entre Blanchett e Yeoh.

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Actor Secundário

Os Espíritos de Inisherin parte com vantagem nesta categoria porque tem dois actores nomeados, Brandan Gleeson e Barry Keoghan – que até podiam ganhar ex aequo. O principal desafio vem de Ke Huy Kwan, em Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo.

Actriz Secundária

Sucede aqui a Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo o mesmo que a Os Espíritos de Inisherin na categoria anterior, com Jamie Lee Curtis e Stephanie Hsu indicadas. O favoritismo aponta, no entanto, para Kerry Condon, que faz a inteligente e paciente irmã de Colin Farrell em Os Espíritos de Inisherin.

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Argumento Original

Seguindo a lógica do favoritismo de categorias anteriores, este Óscar deverá ir para Tár, Os Espíritos de Inisherin ou Os Fabelmans.

Argumento Adaptado

Teria mesmo muita piada se Top Gun: Maverick ganhasse nesta categoria. Mas o mais certo é que vá para A Oeste Nada de Novo, a nova (e pouco fiel) adaptação ao cinema do clássico de Erich Maria Remarque. Mesmo assim, Glass Onion: Um Mistério Knives Out, de Rian Johnson, ou A Voz das Mulheres, de Sarah Polley, também podem aspirar à estatueta.

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Fotografia

Mais uma categoria difícil de prever, dada a altíssima qualidade dos cinco nomeados. Mas arriscamos que o prémio vá para o alemão Florian Hoffmeister, pelo seu trabalho de um polimento visual intocável em Tár. E se não for ele a ganhar, que seja o inglês Ben Davis, graças às atmosferas agrestes e à poesia telúrica de Os Espíritos de Inisherin.

Filme Internacional

Tudo – desde a publicidade com que vem rodeado e os prémios que tem vindo a recolher, até à mensagem pacifista, na altura em que a Europa está envolvida numa guerra – aponta aqui para uma vitória de A Oeste Nada de Novo, de Edward Berger. A não ser ele, EO, o conto onírico-realista e amigo dos animais do polaco Jerzy Skolimowski, sobre um burrinho à solta entre a Polónia e a Itália, ou o irlandês The Quiet Girl, de Colm Bairéad, a história de uma menina que vai viver com uma família de acolhimento na Irlanda dos anos 80, têm hipótese de ganhar. 

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Longa-Metragem de Animação 

O Pinóquio de Guillermo del Toro e Mark Gustafson, que faz gato sapato do livro de Carlo Collodi, além de politizar a história original, parte à frente nesta categoria. Mas há que contar ainda, e pelo menos, com Turning Red – Estranhamente Vermelho, de Domee Shi (e produzido pela Disney/Pixar, vencedores crónicos nesta categoria), e com o deliciosamente excêntrico Marcel The Shell With Shoes On, de Dean Fleischer Camp

Documentário de Longa-Metragem 

Se a Academia quiser passar uma mensagem de actualidade nesta categoria, então os vencedores poderão ser ou Navalny, de Daniel Roher, sobre Alexei Navalny, o carismático oposicionista a Vladimir Putin que sobreviveu a uma tentativa de envenenamento alegadamente ordenada pelo Kremlin; ou Uma Casa Feita de Farpas, de Simon Lereng Wilmont, centrado num refúgio para crianças que foram afastadas dos pais, viciados em droga, e está situado num local da Ucrânia devastado pela guerra. Se o Óscar for para ficar “em casa”, sem perder a carga político-ideológica, então o favorito é Toda a Beleza e a Carnificina, da já oscarizada Laura Poitras, sobre a artista e activista Nan Goldin, que ganhou o Festival de Veneza no ano passado. 

História dos Óscares

  • Filmes
Os filmes que ganharam mais Óscares
Os filmes que ganharam mais Óscares

Recordamos alguns dos filmes com o maior número de estatuetas no currículo. O clássico Ben-Hur, realizado em 1959 por William Wyler, Titanic (1997), de James Cameron, e a terceira parte da trilogia O Senhor dos Anéis, rodada por Peter Jackson e estreada em 2003, lideram a lista dos recordistas de Óscares na história do cinema, com 11 prémios. A versão de 1961 de West Side Story – Amor sem Barreiras, realizada por Robert Wise e Jerome Robbins, e distinguida com dez estatuetas, é outro dos filmes em destaque. 

  • Filmes

Convenhamos: a maior parte das vezes, os discursos de aceitação de prémios não têm interesse nenhum. Mas, de vez em quando, os vencedores dos Óscares (e não só) usam a oportunidade para declarações e tomadas de posições capazes de chocar, comover ou entusiasmar a audiência. É algo que acontece há décadas, e nos últimos anos se tem tornado cada vez mais frequente, como se percebe nestes exemplos.

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  • Filmes

O Óscar para Melhor Banda Sonora Original só surgiu na sétima cerimónia, em 1935, e nem sequer se chamava assim. Não importa, porque o que importa é a música que tornou alguns filmes melhores. Alguns compositores, como John Williams, alinham Óscares uns atrás dos outros pelo seu trabalho. Outros, como Nino Rota ou Henri Mancini, são mais discretos. E Ryuchi Sakamoto, então, cria ambientes como poucos, ou talvez só como Max Steiner outrora o fez. Oito exemplos excepcionais e bastante distintos seguem já a seguir. São bandas sonoras inesquecíveis – e premiadas pela Academia de Hollywood com o Óscar.

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