‘A Noite dos Mortos-Vivos’ (1968)
No cinema, os zombies eram, até aqui, mortos devolvidos à vida que caminhavam lentamente, num transe, sob o efeito de feitiçaria, geralmente em filmes passados nas Caraíbas. Neste filme, George Romero reinventou estas criaturas e criou o moderno filme de zombies, transformando-os em canibais e dando-lhes os traços de pessoas comuns, que podiam viver na casa ao lado da nossa, no nosso bairro. “Eu quis criar um novo tipo de monstros. Eles eram os nossos vizinhos, e apareciam sem que se soubesse como e porquê”, explicou depois o realizador. A princípio, Romero chamou-lhes ghouls (“espíritos macabros”, em português), mas o nome zombie depressa pegou. A Noite dos Mortos-Vivos revolucionou o cinema de terror e instaurou a matriz do filme de zombies. Estes, para desagrado do cineasta, passariam de criaturas lentas a velozes, “por culpa dos jogos de vídeo”, como ele explicava. E frisava sempre nas entrevistas: “Os mortos-vivos não correm!Não se esqueçam disso”.