Ultimo Tango em Paris
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Os melhores filmes italianos sobre amor e traição

Não é possível falar do cinema italiano sem falar de histórias de amor e traição. O difícil é a escolha. Aqui vão sete

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Filmes italianos sem mulheres dominantes e homens machistas envolvidos em relações difíceis são uma raridade. O difícil é a escolha. Há o amour fou francês, mas uma boa paixão à italiana, enfim, é de caixão à cova. Mergulhámos no cinema italiano para escolher os melhores filmes italianos sobre amor e traição. Chegámos a sete obras. Embora todas altamente dramáticas e algumas francamente trágicas, nestas paixões e romances, que as há de todos os tipos, não falta o sentido de humor, por vezes perverso, mas sempre nascido de apurado sentido de observação. Eis o melhor do cinema italiano (no que diz respeito a homens e mulheres, paixão e traição).

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Os melhores filmes italianos sobre amor e traição

8½ (1963), de Federico Fellini


Guido, que é Marcello Mastroianni, que é o alter ego do realizador, Federico Fellini, está em crise. Criativa e existencial, ou vice-versa. Certo é o homem não encontrar paz de espírito para criar, ou mesmo ter uma ideia. Vai daí recorda a vida, melhor, recorda as mulheres da sua vida. E assim vamos conhecendo a esposa intelectual (Anouk Aimee), a amante (Sandra Milo) e mais umas quantas. Até chegar a vez de uma musa, com o corpo de Claudia Cardinale, lhe oferecer a possibilidade de tudo ser esquecido e perdoado. Por um preço, claro.

Romeu & Julieta (1968), de Franco Zeffirelli


O romance dos romances, a mais trágica de todas as histórias de amor, a mais conhecida obra de William Shakespeare, nas mãos de Franco Zeffirelli, ao contrário de outras adaptações, é um filme vibrante e emocional e excitante. Muito porque o realizador filma com o nervo à flor da pele, não poupando em violência ou suor, nem desdenhando a poética trágica do enredo que paira como uma sombra sobre o filme. Principalmente em duas cenas magistrais: a da varanda, quando os futuros amantes declaram o seu amor, e o duplo suicídio, quando Zeffirelli transforma os inexperientes Leonard Whiting e Olivia Hussey em verdadeiros actores.

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Decameron (1971), de Pier Paolo Pasolini


Uma adúltera com jeito para o negócio, um trafulha moribundo tentando o golpe do baú, um agricultor querendo por artes mágicas transformar a mulher numa égua, jovens amantes apanhados no acto, e, não esquecer, freiras libidinosas realizando milagres sexuais. Com estes ingredientes – apenas uma pequena parte das mais de 100 histórias que Boccaccio escreveu no século XIV – Pier Paolo Pasolini ergueu um filme em quadros sobre as pulsões humanas. Ora, sendo Pasolini ele próprio, a sua versão de Decameron provocou o devido escândalo e grande agitação no Vaticano. O que, aliás, só ajudou à popularidade desta visão explicitamente crua e metafórica do Renascimento e da sociedade italiana.

Último Tango em Paris (1972), de Bernardo Bertolucci

O bruá foi tal que relatos há de portugueses e espanhóis, então a viverem em ditadura, organizando excursões a França para ver o escandaloso filme de Bernardo Bertolucci. Quando estreou em Portugal, logo após o 25 de Abril, as filas – diz-se – eram longas e demoradas, para ver Marlon Brando e a jovem e desconhecida Maria Schneider soltarem toda a sua energia sexual num apartamento praticamente vazio com o singelo contributo de um pacote de manteiga. E é de sexo sem maneiras nem protocolos, mais do que de amor ou paixão, que o realizador fez a sua obra e a fama dela – ao mesmo tempo criando um epitáfio ao idealismo libertário da década de 60.

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Amor e Anarquia (1973), de Lina Wertmüller


Paixão, seja qual for a sua forma ou feitio, não se dá bem com política. Parece que é o que Lina Wermuller quer transmitir nesta película vertiginosa, que também pode ser vista como trabalho de campo para estudo antropológico. Aqui, o simplório camponês interpretado por Giancarlo Giannini toma por missão assassinar Mussolini. Tudo por conta de um equívoco, isto é, porque, embora sem quererem, a duas meninas (Mariangela Melato, Lina Polito) do mais sumptuoso bordel de Roma, deu-lhes para manipularem os sentimentos anarquistas do rapaz e fazê-lo embarcar na aventura suicidária.

Identificação de uma Mulher (1982), de Michelangelo Antonioni


O cineasta interpretado por Tomas Milian não faz a coisa por menos. Ao mesmo tempo que procura a mulher que há-de protagonizar o seu próximo filme, procura também uma para substituir a esposa de quem se divorciou. Embora seja difícil simpatizar com o carácter da personagem, na sua busca pela perfeição feminina, ou pelo menos por quem se adeque a estes dois papéis, chega a ser comovente acompanhar esta demanda existencial e machista. Filmada, principalmente as cenas de sexo, com um toque de psicadelismo que, embora já anacrónico, fazia muito bem o gosto burguês da época.

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Bianca (1984), de Nanni Moretti


Não comecem já a rir, mas Michele (Nanni Moretti, mais uma vez não resistindo a protagonizar os seus filmes) é professor de Matemática na… Escola Moderna Marilyn Monroe. Evidentemente estabelecimento pioneiro nos seus métodos de ensino e na demagogia da sua publicidade. Vai tudo andando até que o prestável, embora metediço Michele se apaixona por Bianca (Laura Morante), chega a seduzi-la, mas a sua personalidade torna a relação instável, conflituosa. Estamos nisto quando tudo se complica, pois depois de uma série de assassinatos o professor surge como o principal suspeito da polícia.

O amor e o cinema

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A oferta cinematográfica na Netflix é muito limitada ou pelo menos relativamente volátil – hoje um determinado filme está lá, amanhã (ou no mês que vem) não sabemos. Mesmo assim, começando por Os Bons Amantes (1986), de Spike Lee, e acabando em Marriage Story (2019), de Noah Baumbach, encontrámos mais de duas mãos cheias de filmes românticos na Netflix que vale a pena ver (ou rever).

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