Blade Runner
D.R.
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Sete grandes filmes futuristas

Sobre o futuro, enfim, sobre o futuro nunca se sabe. Umas previsões acertam, a maioria… Na ficção, contudo, o futuro é muito mais certo. Sete exemplos de filmes futuristas chegam.

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No cinema o lugar do futuro é geralmente na ficção científica. Uma espécie de albergue capaz de acolher tudo, e que nos melhores casos nasce da observação do presente para depois fantasiar e projectar uma ideia e apresentar uma visão – quase sempre má sobre como vai ser a vidinha, é certo, mas com o futuro nunca se sabe. Estes sete filmes futuristas tentaram isso mesmo, e são sete que vale mesmo a pena ver. 

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Sete grandes filmes futuristas

1984 (1956)

Lá por 1984 ter passado há muito e toda a gente então ficar descansada, a previsão futurista-totalitária de 1984, isto é, uma sociedade vigiada por câmaras e controlada por um Big Brother, um ser com autoridade suprema, está em grande parte concretizada, embora por diferentes razões, nas metrópoles vigiadas em que vivemos. Seja como for, Michael Anderson e o seu argumentista, William P. Templeton, tomaram talvez demasiadas liberdades na adaptação, amaciando o romance de George Orwell (mas não impedindo que ele se torne uma referência incontornável do cinema de ficção científica sem esquecer evidentemente Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley) e criando duas diferentes frases finais – uma para a versão europeia, outra para a americana –, nenhuma delas correspondendo ao original. Ainda assim o filme é mais sólido que a versão de Michael Radford, realizada em (ora quando) 1984, e a história continua a ser a mesma narrativa exemplar em que um homem, cujo trabalho é reescrever a História, se rebela e desafia a autoridade quando se apaixona.

THX 1138 (1971)

A primeira longa-metragem de George Lucas, seis anos antes de Guerra das Estrelas, coloca Robert Duvall e Donald Pleasence a viverem numa sociedade controlada pelo Estado, onde padronização e conformismo são regra, e a obediência assegurada por uma droga de toma obrigatória pelos cidadãos distribuída pelo regime. Droga que tem a vantagem, para o poder, claro, de suprimir o desejo, assim banindo de uma assentada sexo e mero convívio social. Tudo, quer dizer, a ordem assegurada por uma força de robôs-polícia rápida, eficaz e brutal. O busílis começa quando um súbdito leal, THX 1138, começa a ser tomado por desconhecidos e estranhos sentimentos.

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À Beira do Fim (1973)

Daqui a uns cinco anos, segundo o filme de Richard Fleischer, a Terra está em regime de sobrelotação populacional, os recursos naturais são coisas que só existem na memória dos velhos e a principal, para muitos única, fonte de alimentação é uma substância fabricada pela Soylent Industries. “Soylent green”, como chamam à coisa, é supostamente criado a partir de plâncton, mas a verdade é muito diferente. Antes de lá chegar, o detective Thorn, um brutamontes com sentido de justiça interpretado por Charlton Heston, vai conhecer o outro lado, o lado aonde se come carne e peixe e fruta e gelados e se vive como gente finamente privilegiada, graças a um homicídio. A morte do membro da administração da Soylent Industries, William R. Simonson, coloca Thorn numa espécie de cruzada contra a corrupção e a revelação do chocante segredo por detrás da confecção de “soylent green”.

Fuga no Século XXIII (1976)

Em 2274 a vida é uma maravilha. Vive-se, a bem dizer, e com as adaptações necessárias, o fim da História imaginado por Hegel. O progresso tecnológico deixou os humanos com pouco ou nada para fazer, pelo que, sem trabalho obrigatório ou necessário, dedicam-se, basicamente e como se costuma dizer, a perseguir os prazeres da vida. Há uma chatice, no entanto. A vida está limitada a 30 anos. E, se serve de consolo, o fim tem direito a uma cerimónia a dar para o religioso espectacular. Como não há bela sem senão, os que tentam escapar à extinção são perseguidos. Até Logan (Michael York), um dos membros do corpo de perseguidores do Estado, conhecer Jessica-6 (Jenny Agutter) e, com ela, partir à descoberta do outro mundo que se diz não existir – no processo permitindo a Michael Anderson criar um filme de culto.

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Blade Runner: Perigo Iminente (1982)

A pergunta no título do romance Philip K. Dick é saber se os andróides sonham com ovelhas electrónicas. Mas o miolo da história é muito mais complexo, pois o autor coloca-nos perante o significado, não, perante descortinar entre o que é vida e o que não é num mundo onde a inteligência artificial se tornou a tecnologia dominante e os andróides servem para tudo. Ridley Scott compreendeu muito bem a substância do original e criou uma película que ultrapassa as limitações do género tornando-se interrogação existencial no interior de um filme de aventuras. Interpretações exemplares de Harrison Ford, Rutger Hauer e Sean Young ajudam, mas o clima cinzento e depressivo, a dúvida persistente e a ambiguidade geral fazem de Blade Runner uma obra rara e, de certo modo, premonitória de uma discussão que estaremos a ter não tarda muito.

12 Macacos (1995)

Depois dos Monthy Python, Terry Gilliam sempre sonhou alto. O que umas vezes torna os seus filmes inviáveis (a versão de D. Quixote, por exemplo, foi mais uma vez suspensa, sabe-se lá até quando); outras fantasias cinematograficamente falhadas pela ambição; e ainda, embora mais ocasionalmente, obras-primas, como este 12 Macacos. Lado a lado, Bruce Willis e Brad Pitt, com Madeleine Stowe a fazer de única personagem realmente racional, fazem desta película uma espécie de pesadelo delirante, viajando entre diferentes espaços e tempos depois de um vírus exterminar 99 por cento da população, numa labuta que envolve a sanidade e a loucura, mais a ameaça climática, os direitos dos animais e um Armagedão tecnológico em perspectiva.

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Relatório Minoritário (2002)

Pronto, chegados a 2054, e mais uma vez por conta da imaginação de Philip K. Dick, podemos contar com uma divisão de pré-crime, por assim, dizer. Ou seja: um trio de humanos geneticamente modificados para prevenirem crimes. O que fazem em conjunto enquanto flutuam num líquido viscoso, alertando e pondo em acção uma força especial que localiza e anula a ameaça antes dela acontecer. Pode imaginar-se a quantidade de problemas éticos que se colocam em cena, o menor dos quais nem é prender alguém antes do crime existir. Como de costume há um herói improvável que vai pôr tudo na ordem. Steven Spielberg escolheu Tom Cruise, melhor, o polícia que ele interpreta é tramado e começa a pôr tudo em causa.

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