Não por acaso, a nova coqueluche da hotelaria na ilha – e em Portugal continental, de resto – tem uma história anterior à data da inauguração, por estes dias. Foi aqui que durante muito tempo esteve o Savoy Classic, construído em 1912 e procurado durante décadas pela aristocracia internacional. Desses tempos, restaram alguns objectos e mobiliário que Nini Andrade Silva, responsável pelo design de interiores do hotel, fez questão de manter. Mas não há coincidência na escolha da designer: com tanto trabalho que tem, Nini vive no mundo, mas é da Madeira que é. “Lembro-me tão bem do antigo Savoy, fecho os olhos e consigo imaginar”, diz.
A ideia para este edifício majestoso, do atelier RH+ Arquitectos, de 17 andares com 309 quartos e 43 suítes, das quais 14 pool suites, e duas suítes presidenciais com piscina, foi manter a memória do passado, sem deixar de olhar para o futuro. O Savoy Palace quer ser, na verdade, a escolha daqueles que procuram um hotel moderno e contemporâneo, mais descontraído do que formal. E isso nota-se à entrada, onde somos tratados com toda a atenção, mas sem exageros. A surpresa maior, porém, está nos quartos virados para o mar. Um azul sem fim e uma faixa de hotéis que o Savoy vai obrigar a modernizarem-se é a vista da varanda. Mas há mais: nem toda a beleza do mar nos consegue tirar os olhos da enorme piscina exterior em tons dourados, atravessada por uma ponte. Lá em baixo, há dezenas de espreguiçadeiras, algumas dentro de água. E do lado de lá da ponte, tanto há um carrinho que lhe pode servir um gin fresquinho, como um restaurante para refeições rápidas em fato de banho e ainda uma gelataria com gelados feitos no hotel.