Logo na recepção percebe que não estavam a brincar quando lhe disseram que ia dormir num WC. Quem o recebe está de roupão e toalha na cabeça, como que acabado de sair do banho para tratar da papelada do check-in. Isto ao mesmo tempo que nos apercebemos de que o balcão da recepção é composto por duas metades de banheira e os candeeiros são afinal chuveiros. Um breve passeio pelos seis pisos do edifício é suficiente para perceber que a uniformidade de cor e estilo está lá. Os interiores são da responsabilidade da designer e decoradora Nini Andrade Silva, que fez do azul-água o pantone rei ao longo de todo o hotel. Forrados inteiramente a espelho e azulejo – como quase todo o hotel –, os quartos são verdadeiros quartos de banho. Ou seja, não há barreiras entre quarto, banheira e lavatório –o resto está separado, não se preocupe – a ponto de nos sentimos numa imensa casa de banho com uma cama lá dentro. A casa de banho a sério está, em todos os quartos, dividida em três módulos, uma vez que, “uma casa de banho de luxo tem de estar separada em três compartimentos: o de duche, o da retrete e o de barbearia e cosmética, onde está o lavatório”, explica o director do hotel, Mário Stromp Morais. Os quartos – 41 no total – estão equipados com máquina de café, TV (que em alguns quartos está escondida atrás do espelho do lavatório) e uma cama gigante com almofadas XL, com o conforto a superar as expectativas de quem se prepara para dormir na casa de banho. O conceito atinge os píncaros caso se instale no prime bathtub, lá em cima no 6.º piso: ao fundo da cama há uma banheira.
“Então onde é que dormiu esta noite? Numa casa de banho. Aliás, numa grande casa de banho. E paguei por isso. E gostei.” A resposta pode parecer bizarra, mas aqui passa por coisa perfeitamente normal. No número 35 da Avenida Almirante Reis abriu o WC Beautique Hotel. Um hotel de charme cujo conceito é oferecer todas as comodidades em ambiente WC. E nós fomos experimentar.