Chegou a época do consumismo desenfreado e das estrelas pop desesperadas. E haverá melhor maneira de festejar do que com uma quinzena de canções pura e simplesmente horríveis?
É verdade que há grandes canções de Natal – e até nos demos ao trabalho de reunir os melhores discos sobre o tema – mas estes terrores musicais são um reflexo muito mais honesto dos dias que se aproximam, passados em filas de centros comerciais, jantares de empresa, infindáveis amigos secretos e encontros de família. Divirta-se com a pior playlist de Natal de todos os tempos.
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O senhor pode ter ajudado o muro de Berlim a cair e sido responsável por alguma miudagem querer passar as férias de Verão a salvar pessoas do mar. Mas, tirando isso, é difícil levar a carreira musical de David Hasselhoff a sério. A prova está, mais uma vez, nesta versão da inevitável "Jingle Bells", com ideias, figurinos e movimentos de câmara igualmente maus.
Vamos viajar no tempo até ao Natal de 2011. Um Justin Bieber de 17 aninhos topa uma Mariah Carey de 41 num centro comercial. Ele está com os brincos da mãe e um casaco de cabedal vermelho. Ela está vestida de mãe Natal para maiores de 18. Quando damos por ela, estão os dois bem juntinhos num trenó.
Pegar numa das mais populares músicas de Natal de sempre e juntar-lhe Justin Bieber já era má ideia. Mas juntar-lhe um teledisco assustador torna tudo pior. Muito pior.
Foram os 'N Sync que cantaram esta canção em 1998, mas podia ter sido qualquer boy band. Foi cozinhada para servir de música de fundo numa loja apinhada de gente ou para ir direitinha para a banda sonora de um filme natalício. Então porque entrou para esta lista? Por causa do cabelo de Justin Timberlake.
Que heresia dizer mal de uma música da Queen Bey, dirão alguns. A moça ainda não tinha noção de que estava melhor só que mal acompanhada, dirão outros. A verdade é que esta música que estica o Natal para oito dias também prolonga o sofrimento dos nosso ouvidos.
Sabia, emérito leitor, que em 2009 os Aqua ainda existiam? Mais conhecidos pela canção "Barbie Girl", de 1997, o trio escandinavo voltou a fazer sucesso no mundo inteiro com a música natalícia "Spin Me a Christmas". Brincadeirinha: só chegaram ao número 43 do top dinamarquês.
Nem o prémio Nobel da Literatura mais polémico de todos os tempos escapa a este worst of. Mais estranho do que ter gravado um álbum de Natal foi ter aceitado entrar neste vídeo que tem tanto de absurdo como desnecessário. A letra até consegue falar de Bush e Reagan, quando a quadra exige paz e amor.
O terror da rena no primeiro minuto do teledisco diz-nos tudo o que precisamos de saber sobre esta canção. E imaginamos que, se o pobre do bicho pudesse, depois da rodagem ia ligar à associação Animal e fazer queixa de maus tratos. Mas, verdade seja dita, a canção até fica no ouvido.
Pobre Justin, outra vez na lista – mas isso é só porque o seu segundo álbum Under the Mistletoe, está cheio de músicas de Natal... horríveis. "Drummer Boy" junta partes de uma canção natalina tradicional a tiradas de rap como "Surpreende-me que não tenhas ouvido isto na Bíblia". Podemos tentar perdoar Bieber (tinha apenas 17 anos na altura), mas Busta devia ter mais juízo.
Tudo nesta versão podia ser tão, tão perfeito. A abertura dá uma falsa sensação de segurança. Estamos prestes a ouvir a rainha do pop no auge da sua glória dos anos 80 a cantar um clássico de Natal – o que pode correr mal? Simples: o sotaque estranho de Betty Boop que Madonna resolve adoptar.
A única pessoa que acha que o Natal precisava de mais conga é aquele colega de trabalho estranho que sabe a coreografia da música "Agadoo" dos Black Lace de cor e salteado. E nem ele ficou convencido com esta canção natalícia de Cyndi Lauper.
Acorda, Cliff. Não é preciso continuar a discorrer sobre o verdadeiro significado do Natal. Principalmente se nem fizeste um esforço por aí além para espalhar a mensagem – quer dizer, nem sequer escreveste a letra. Estás apenas a recitar Lord's Prayer uma vez, e outra e outra (excepto durante um intervalo de dois minutos e quarenta segundos em que bates palmas apaixonadamente).
Oh, meu deus! É 2008 outra vez e Lady Gaga canta coisas como "acorda-me, põe-me no topo, vamos fa-la-la-la-la" e "o único lugar onde quero estar é debaixo da tua árvore de Natal." Será que ela não tem medo dos picos?
Entre os anos de 1996 e 1998, as Spice Girls lançaram três canções de Natal que chegaram ao número um: "2 Become 1", "Too Much" e "Goodbye". Podíamos pensar que esta versão de "Christmas Wrapping" da banda norte-americana The Waitresses seria um sucesso. Só que não.
Se é para celebrar o aniversário de uma música de caridade – uma que não foi assim tão brilhante quando foi interpretada por óptimos cantores em 1984 – então é melhor não contar com bandas que ninguém conhece de lado nenhum como Busted ou Lemar & Jamelia...
"Proper Crimbo" é aquele tipo que, na véspera de Natal, convenceu os colegas do rugby a vestirem-se de fadas e emborcou um jarro de vinho quente. "PROPER CRIMBOOO", grita para cima de ti, com bafo de álcool. "HAVIN’ A LAFF COZ ITS FOOKING CHRISTMASSS." É do piorio.
Feliz Natal, ou lá o que é.
Sim, a música natalícia que costuma assaltar-nos os ouvidos tende a ser adocicada, simplória e monótona, o que é tanto mais incompreensível por não faltarem excelentes alternativas. Seguem-se dez sugestões bem clássicas (no sentido mais erudito do termo), colhidas ao longo de sete séculos.
O Coro de Santo Amaro de Oeiras e o Michael Bublé não têm lugar nesta lista. Ainda assim, há clássicos como “Silent Night” ou “Joy to the World”, pelas vozes e mãos de gente séria. Dos Beach Boys a Sufjan Stevens, passando por Phil Spector e John Fahey, entre outros, há música festiva para todos os gostos e situações. Estes são alguns dos melhores discos de Natal. Mais concretamente, os 12 melhores. Como os dias da canção.
Há canções que não se conseguem mesmo evitar no Natal. Outras que, quando surgiram, foram uma surpresa. Algumas são porventura uma paródia, uma provocação, vá lá, que é Natal. E as que são capazes de abalar um coração? Dessas, também há umas quantas. A esperança, porém, está presente em quase todas, assim como uma certa e determinada dose de hipocrisia. Afinal é Natal. Eis 25 canções para ouvir ao longo da quadra.
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