Concerto n.º1 BWV 1052, de J.S. Bach
Ano: c.1738-39
Em 1723, Johann Sebastian Bach assumiu o posto de Kantor de Leipzig e consagrou-se à. composição de música sacra a um ritmo frenético, mas os atritos crescentes com as autoridades municipais levaram-no a canalizar parte da energia e criatividade para a direcção do Collegium Musicum, um agrupamento vocacionado para concertos públicos e formado sobretudo por alunos universitários. O Collegium tornara-se na “banda da casa” do Café Zimmermann, actuando nas noites de sexta-feira, no Inverno, ou nas tardes de quarta-feira, no Verão (ao ar livre). Bach dirigiu o Collegium em 1729 e 1737 – com um interregno em 1739-41, em que a direcção esteve confiada a um aluno seu.
Supõe-se que terá sido para as sessões do Café Zimmermann que Bach transcreveu para cravo vários concertos para violino, oboé e violino e oboé que compusera em Cöthen – desses concertos transcritos chegaram aos nossos dias sete para um cravo, três para dois cravos e dois para três cravos (mais um para quatro cravos a partir do Concerto para quatro violinos RV 580 de Vivaldi) e terão tido como solistas Bach e os seus talentosos filhos Wilhelm Friedemann (1710-1784) e Carl Philipp Emanuel (1714-1788). As partituras dos concertos originais perderam-se quase todas e só sobreviveram na versão transcrita para cravo – embora, modernamente, os musicólogos tenham feito o processo inverso e apresentado propostas de reconstrução das obras originais.
[I andamento (Allegro) por Jean Rondeau et al., em instrumentos de época, do CD Dynastie (Warner Classics)]