60 anos de Festival da Canção. É com este número que arranca mais uma edição do maior concurso da música em Portugal, que teve a sua primeira edição em 1964. Não contamos este ano 60 edições, porque o festival teve interrupções pelo caminho, mas a organização promete algumas surpresas para as semifinais, marcadas para 24 de Fevereiro e 2 de Março, e para a grande final, que acontece a 9 de Março, sempre na RTP1.
Este ano voltam a ser 20 os temas em competição e pela primeira vez todos os autores, 14 convidados e seis seleccionados através da Livre Submissão de Canções (que recebeu 807 temas), optaram por ser eles próprios os intérpretes.
Com a excepção de João Couto – que esteve no festival como intérprete em 2019 – todos os outros se estreiam no palco do Festival da Canção. E são várias as gerações e estilos musicais que marcam presença nesta edição. Curiosamente, a mais conhecida do grande público é uma artista que dedicou a sua carreira a um género menos mainstream: Maria João, cantora de jazz portuguesa que já passou pelo Festival da Canção, mas como membro do júri, e que este ano foi desafiada a concorrer como autora. A canção que escreveu para o festival chama-se Dia. “Fala da passagem da noite para o dia. E é cantada em quatro línguas: português, inglês, changana – uma das línguas que se fala em Moçambique, que é a terra da minha mãe – e uma língua que eu criei, que ainda não tem nome, não sei como a hei-de chamar”, explica à Time Out a cantora.
Aos 57 anos, Maria João, a mais experiente de todos os concorrentes desta edição, não encara esta participação com espírito competitivo. “Dizer que uma coisa é melhor que a outra é estranho para mim, no que diz respeito à arte. A minha ideia é mesmo ir lá mostrar que a música que não é mainstream pode ser música incrível que deveria passar em todo o lado. E que gera felicidade, que gera dance e que gera boas coisas como a música mainstream”, defende. O importante, diz, é “fazer a música que eu amo, que me representa, sem compromissos, e empacotá-la em três minutos que é dificílimo!”.
E depois há a participação de Rita Rocha, a mais nova de todo o conjunto de músicos escolhidos para esta edição. Com 17 anos, passou pelo programa The Voice Kids e tem um EP no currículo (A Miúda do 319). É autora de um dos temas candidatos através da Livre Submissão de Canções, chamado Pontos Finais. “Foi a primeira música que me veio à cabeça, já tinha há muito tempo guardada numa gaveta que só podia abrir para uma ocasião especial”, conta à Time Out. Uma canção autobiográfica que descreve como “muito intensa”. E a performance ao vivo já está planeada: “As pessoas podem conseguir sentir a intensidade da canção através da minha performance e do que tinha pensado fazer. Quero dar ênfase ao desespero e intensidade que esta canção tem”, diz, sem revelar muito, a não ser que não se importa se as pessoas “chorarem um bocadinho”.
Seja para rir, chorar, dançar ou só apreciar, conheça as 20 canções seleccionadas para o Festival da Canção de 2024, divididas pelas duas semifinais.