A Casa Assombrada (The Uninvited) prometia causar um aperto no coração dos espectadores (“the heart-clucthing dread of a nameless horror!”), mas, 73 anos depois da estreia, dificilmente será capaz de fazer alguém engasgar-se com as pipocas. O enredo parecerá ingénuo aos olhos do espectador de hoje, “endurecido” por The Shining, Paranormal Activity, The Haunting, Insidious, The Amityville Horror, The Others, El Orfanato e seus derivados e sequelas: dois irmãos londrinos, Roderick (Ray Milland) e Pamela Fitzgerald (Ruth Hussey), adquirem Windward House, uma imponente mansão junto ao mar, na Cornualha, por um preço invulgarmente baixo, mas não tardam a perceber a razão da pechincha: correntes de ar glaciais, soluços entrecortados, perfumes sem explicação plausível, aparições fantasmagóricas. Para complicar tudo, a jovem Stella (Gail Russell), filha do antigo proprietário, sente-se irresistivelmente atraída pela mansão assombrada, a cuja maldição está ligada, sem o saber.
[Trailer de A Casa Assombrada (1944), realizado por Lewis Allen]
“Stella by Starlight” surge, em versão instrumental, como uma peça que Roderick toca ao piano para Stella e que ele define como “uma serenata”. A composição de Victor Young ganharia, dois anos depois, pela mão de Ned Washington, uma letra que não inclui referências a fenómenos sobrenaturais e fala de “Uma canção que um pisco canta/ Ao longo de anos de infindas primaveras/ O murmúrio de regatos ao cair do dia/ Que ecoa num retiro onde dois amantes se escondem”.
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