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©ToddDiemer/Unsplash
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Música para ouvir quando a noite não corre bem

Tudo o resto pode falhar. Teremos sempre uma banda sonora perfeita para nos fazer esquecer no caminho para casa.

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Não há páginas em branco. Não há perguntas por fazer, frases inacabadas. Tudo o que resta, no regresso a casa depois da tempestade, é a banda sonora e um caminho a percorrer que não precisa de grandes acrescentos. A lista que se segue é a cura necessária ao vazio, uma tradução silenciosa para ouvir de fones ou no carro, em 14 pedaços que explicam muito mais do que tristeza. Como Elton John o disse, "Sad songs say so much", e a realidade é que, se de alguma forma nos servirmos delas para tornar as coisas mais fáceis, não há nada de errado. São estas as músicas para ouvir quando a noite não corre bem.

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Música para ouvir quando a noite não corre bem

1. "Last Goodbye", Jeff Buckley

Não é necessariamente uma música triste, mas é irrepreensível para ser usada literalmente. "Last Goodbye" foi o segundo single do disco Grace e é um pedaço bem arrancado do que uma despedida deve ser. Ou de tudo o que lhe cabe. Dúvidas e nostalgia incluídas.

2. "505", Arctic Monkeys

É, até hoje, uma das mais bem escritas cartas de amor dos rapazes de Sheffield. Há poucas canções que consigam transmitir uma emoção tão universalmente. E no entanto, o regresso a uma porta 505 dá-nos um senso de pertença assustador, como se, de alguma forma, já ali tivéssemos estado.

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3. "Ooo Baby Baby", Smokey Robinson and The Miracles

Lenta e sobre arrependimento, "Ooo Baby Baby" tem a voz de Smokey Robinson a dar corpo a uma faixa de arrependimento pós-traição. A sensação altamente emocional da música é apoiada pelas estreitas harmonias vocais de fundo do Miracles, organizadas pelo membro e co-autor, Pete Moore, e um exuberante arranjo de cordas orquestrais que acentua a faixa.

4. "Promise", Black Rebel Motorcycle Club

Retirada de Howl, disco de 2005, "Promise" é um bom resumo da importância da amizade em situações limite. Ou, se preferirmos, um recado de devoção. De qualquer das formas serve perfeitamente uma banda sonora para quando tudo parece ter falhado.

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5. "Tonight", Richard Hawley

Se a saudade pudesse ser condensada em música, se a vontade de sair de casa e circular sem rumo fosse uma música, "Tonight" era uma resposta mais do que evidente. A letra é directa e demasiado bem construída, acompanhada de um arranjo simples e funcional. 

6. "Going To California", Led Zeppelin

Há qualquer coisa em "Going To California" de reconfortante. Talvez porque a música nos ensina que, por muito disfuncional que o passado tenha sido, há sempre hipótese de recomeçar melhor algures.  

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7. "Blues Run The Game", Jackson C. Frank

Niilismo é a palavra de ordem em "Blues Run The Game", antítese perfeita de "Going To California". A faixa cantada por Jackson C. Frank e produzida por Paul Simon ensina-nos que, independentemente do sítio para onde queiramos fugir, não há muito a fazer.

8. "One For My Baby", Frank Sinatra

É assombrosa a forma como Sinatra conta uma história tão simples, em frente de um auditório tão apinhado, sem nos darmos conta de que não somos os únicos a ouvi-lo. A faixa data de 1943 mas foi com a voz de Frank Sinatra e o piano de Bill Miller que se tornou um hino às noites em insónia.

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9. "Drive All Over Town", Elliott Smith

Há quem desconstrua "Drive All Over Town" como sendo um regresso à infância, e à relação de Smith com a mãe. Há também quem a encaixe no livro das relações amorosas, do tumulto, dos fins. No final, é uma faixa para pegar no carro e guiar numa busca que não tem fim.

10. "The Greatest", Cat Power

Integrada no sétimo disco, homónimo da faixa, "The Greatest", com a sua letra evocativa de nostalgia e arrependimento, é como "Colors And The Kids" e "Good Woman" foram antes dela, uma ode à desolação pura.

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11. "She Used To Love Me a Lot", Johnny Cash

Saudade e nostalgia na dose certa, cantadas por uma voz que sempre soube chegar onde devia. Johnny Cash não é só "Hurt", ainda que a tenha tomado justamente, mas "She Used To Love Me a Lot" não deixa de traduzir o aperto no peito que um adeus longínquo pode trazer de tempo a tempo.

12. "Carta ao Tom 74", Vinicius de Moraes e Toquinho

Esta "Carta ao Tom 74", com mão de Toquinho, voz de Vincius e acompanhamento do Quarteto em CY, é uma poderosissíma carta de devoção a um amigo: Tom Jobim. Porque nem sempre é o amor a doer e a amizade também nos deixa o peito apertado.

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13. "If You See Her Say Hello", Bob Dylan

O cenário é simples: uma caminhada longa, introspectiva. "If You See Her Say Hello" é mais do que um recado para uma ex-cara metade, é uma lição de como lidar com o presente, sabendo à partida que o passado nunca vai desaparecer.

14. "Hiding Tonight", Alex Turner

Sobre inércia, sobre ser melhor, sobre a mudança num amanhã que pode não chegar. "Hiding Tonight" foi um dos melhores momentos de Alex Turner na escrita e encaixa como uma luva no filme ao qual serviu de banda sonora, Submarine. O que quer dizer, consequentemente, e se a arte imita a vida, que nos serve também a banda sonora da realidade.

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Caixa de sons

  • Música

A nostalgia dos anos 90 está aí em força. Mas nesta lista não há lugar para a "Falésia do Amor" dos Santamaria nem a "Macarena" dos Del Rio. Estas são as melhores músicas dos anos 90 e não é preciso desempoeirar o Discman ou o MiniDisc, nem reinstalar o Napster, para as ouvir.

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  • Música

"Ponha o microfone à frente, muito disfarçadamente." A letra é de "Playback", a célebre música de Carlos Paião, que figura nesta lista de sugestões para brilhar numa sala de gente pronta a cantar, ou tentar cantar, no karaoke. Polvilhados por cantores a sério aqui e ali, os karaokes são essencialmente palcos para amadores ou pessoas totalmente desinteressadas em seguir uma carreira na música. E é essa a magia do karaoke.

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