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Oito apostas musicais para 2018

A música portuguesa vai bem e recomenda-se. E todos os anos novos músicos mostram o que valem. Apresentamos oito nomes para ouvir em 2018.

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Fique atento a estas promessas da música nacional. Estamos certos que vão dar que falar – e que ouvir – em 2018.  

Oito apostas musicais para 2018

Tiago Nacarato

O país apaixonou-se por ele no programa The Voice. Apesar de viver no Porto, Tiago Nacarato, que milita no colectivo Bamba Social, tem alma e ascendência brasileira, tem o tacto e a ternura que o samba pede. Com sotaque tripeiro ou com o sotaque açucarado do Brasil, a voz dele é uma arma de sedução. Aguarda-se o álbum a solo e uma muito solicitada estreia no Brasil – o país irmão está caidinho por ele.

El Señor

Reza a lenda que, na noite da vitória nacional no Euro 2016, três rapazes de Fafe festejavam junto a uma rulote quando decidiram formar uma banda. Um ano depois, os três campeões gravaram o seu rock com cheiro a praia (fluvial), lançaram o EP de estreia e aprofundaram este ié-ié minhoto nos concertos. Há material novo no horizonte.

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Diron Animal

Já se conhecia o fogo de Diron enquanto vocalista dos Throes + The Shine. Agora a solo, explora mais a fundo as raízes angolanas. O álbum Alone, lançado no final de 2017, tem um apetite pelas pistas, arde num caldeirão cultural de ritmos afro-house e colhe inspiração do gueto de Cazenga (Luanda), onde viveu até aos 17 anos, antes de se mudar para Portugal. Este ano vai continuar a frutificar o projecto a solo, levando-o por vários palcos pela Europa – já em Janeiro no Festival Eurosonic, na Holanda.

Via

A formação académica na área da música equipou Elvira Brito e Faro com toda a sabedoria técnica, mas a doçura da simplicidade daquilo que canta vem de dentro dela. Cedo começou a compor os seus temas, mas demorou a mostrá-los. Após quatro anos de estudo em Lisboa, mudou-se para o Porto em 2014 e iniciou um projecto musical. Depois de um 2017 recheado de concertos – andou em digressão com Miguel Araújo –, 2018 vai ser ocupado com novos singles, mais concertos e, lá para o final do ano, o álbum de estreia.

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L-ALI

Havia quem dissesse que o L-ALI era o Mos Def da tuga. Heresias, diziam outros, antes de retorquirem que “a máscara do L-ALI tem um grande nariz”. Hoje já não podem dizer isso, porque L-ALI tem vindo a deixar cair a máscara (literalmente). E ainda bem. Porque, na verdade, L-ALI é o L-ALI da tuga. Um rapper com o dedo no pulso do underground e uma lírica ímpar, que dispensa comparações. Já tem uma mixtape e um EP, e vai largar um álbum em 2018.

Ninaz

Estas quatro Ninaz sabem o que fazem. E o que fazem é rock com fulgor adolescente. Integram as fileiras da Maternidade e da Xita Records, e têm os olhos e os instrumentos postos nas reinterpretações contemporâneas do garage rock americano e do pós-punk britânico. Lucía Vives, que também toca com Vaiapraia e as Rainhas do Baile e tem música gravada a solo, é o elemento com maior visibilidade do quarteto, onde militam ainda Margarida Lalanje, Joana Peres e Beatriz Peres. O primeiro disco deve sair em 2018.

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Psychtrus

Um único concerto no Carpe Diem Bar (Santo Tirso) bastou para saltarem para um estúdio e gravar o álbum de estreia. Rock despenteado, torrado de calor psicadélico, tocado com gozo e prazer, é o que se ouve das mãos de Gonçalo Teles (voz e guitarra), Gabriel Coelho (voz e guitarra), Diogo Faria (bateria) e Miguel Figueiredo (baixo). Para 2018 espera-se uma porrada de concertos deste quarteto de indie rock tirsense.

Mathilda

Quando era mais nova, a irmã dizia-lhe que tinha uma voz bonita – “aliás, mais do que bonita, diferente” – e tinha razão. O apoio fraternal conduziu Mafalda Costa (17 anos) ao Conservatório de Guimarães e à Escola do Rock, que a levou ao festival Paredes de Coura. Foi nesse palco que ela percebeu o que a fazia feliz. A primeira amostra musical, “Infinite Lapse”, mostra uma sensibilidade rara para bordar as cordas e deslizar a voz nas melodias. E isto ainda é só o começo.

Best of 2017: música

  • Música
A música portuguesa vive dias bons. Com bandas e artistas a falarem a sua língua e a produzirem canções que reflectem o país e o presente. Do indie rock português das Pega Monstro e Putas Bêbadas às batidas afromecânicas de Nídia e DJ Lycox, passando pela folk lisboeta de Éme e Luís Severo, o hip-hop de Slow J e os Orelha Negra ou o fado de Camané. Estes foram os melhores discos do ano.
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  • Música
  • Clássica e ópera
A ovina sujeição do nosso mundo hiper-mediatizado ao ritual das “efemérides” tem, no caso da música clássica, a vantagem de, por vezes, permitir chamar a atenção para compositores que não fazem parte da rotina das salas de concertos nem dos hábitos de escuta. Em 2017 assinalaram-se três efemérides que tiveram algum impacto nas edições de discos e que ajudaram a reavaliar o papel decisivo de três nomes fulcrais: Heinrich Isaac (c.1540-1517), Claudio Monteverdi (1567-1643) e Georg Philipp Telemann (1681-1767).
  • Música
  • Jazz
O público é escasso – excepto para esse pegajoso ludíbrio que é o smooth jazz – e os media só falam dele para chorar lágrimas de crocodilo pelo desaparecimento de alguma velha glória dos anos 50, mas o jazz está mais vivo do que nunca e os lançamentos de discos crescem em número e diversidade. Há muito que os EUA perderam o estatuto de super-potência indiscutível e são apenas um protagonista entre outros num mundo multipolar (em que a Escandinávia, o Canadá ou a Suíça também têm voz) e de fronteiras cada vez mais irrelevantes.
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