L’Italiana in Algeri
Ano e local de estreia: 1813, Teatro San Benedetto, Veneza
Libretista: Angelo Anelli
Quando Rossini compôs L’Italiana in Algeri tinha 21 anos, mas já tinha 11 (onze!) óperas no curriculum. Essa experiência terá sido decisiva para gerir o prazo “impossível! que lhe foi dado para a composição: a encomenda do Teatro San Benedetto, resultante do cancelamento de uma ópera de Carlo Coccia programada para Maio, surgiu em meados de Abril. Rossini tomou um libreto de Anelli já tinha sido musicado por Luigi Mosca e musicou-o em 18 dias, “milagre” que só foi possível porque, além de ser capaz de um ritmo de trabalho vertiginoso, Rossini sub-contratou a composição dos recitativos (e uma ária) a um “negro”.
O enredo de Anelli envolve Mustafá, um bey turco que está enfadado das submissas mulheres do seu harém e alimenta a ideia de lhes juntar uma rapariga italiana. Esta materializa-se sob a forma de Isabella, uma italiana que viera em busca do seu amado, que fora aprisionado pelos turcos, e que naufraga na costa argelina. Após uma série de paixões cruzadas, equívocos, disfarces e subterfúgios, Isabella acaba por conseguir escapar a Mustafá, que garante que não mais quererá saber de raparigas italianas. O enredo tem afinidades com O Rapto do Serralho, de Mozart, mas, na verdade, insere-se num modelo de ópera “turca” em voga na viragem dos séculos XVIII/XIX.
[Excerto, com Marylin Horne (Isabella), Allan Monk (Taddeo), Douglas Ahlstedt (Lindoro), Coro & Orquestra da Metropolitan Opera e direcção de James Levine, Metropolitan Opera, Nova Iorque, 1986]