Die Drei Pintos, de Weber
Ano: 1821-24
Estado: fragmentário
A fama operática de Carl Maria von Weber (1786-1826) assenta quase exclusivamente em Der Freischütz (1821), mas o compositor deixou outras óperas, algumas completas e outras em estado fragmentário. Uma das óperas incompletas é Die Drei Pintos, sobre um libreto do seu amigo Theodor Hell, a partir de uma obra de Carl Seidel. Weber não gostou do título Der Brautkampf (A Batalha pela Noiva) e converteu-o em Der Drei Pintos, ou seja, Os Três Pintos, já que, no enredo, há dois impostores que se fazem passar por Don Pinto de Fonseca, a personagem principal.
Weber deu início à composição, mas passado pouco tempo redirigiu a sua inspiração para outra ópera, Euryanthe – esta estreou em 1823, mas Weber não parece ter voltado a interessar-se seriamente por Die Drei Pintos e quando faleceu a ópera era apenas um esboço. Caroline, a viúva de Weber, tentou que Giacomo Meyerbeer, um dos mais populares compositores de ópera da época, a terminasse, mas este devolveu os fragmentos, 26 anos depois, sem ter escrito uma única nota. A família de Weber tentou, sem sucesso, encontrar candidatos a terminar a ópera, até que o capitão Carl von Weber (1849-1897), neto do compositor, se cruzou em Leipzig com um então ainda jovem e desconhecido Gustav Mahler, que manifestou interesse no projecto – na verdade o seu interesse era Marion, a esposa de Carl, mas, como era admirador do compositor, lá deitou mão aos fragmentos e acrescentou quantidade substancial de música de sua lavra, inspirada nas melodias de Weber. A Carl não passaram despercebidos os avanços de Mahler a Marion, mas estava tão empenhado em que a ópera fosse completada, que fez por ignorá-los. A ópera estreou no Neues Stadttheater de Leipzig em 1888.
[Dueto de amor do I acto, por Eapen Leubner (Gaston), Hannah Rosenbaum (Inez) e Bronx Opera Orchestra, com direcção de Michael Spierman e encenação de Ben Spierman]