“Boplicity”, por Miles Davis
Ano: 1949
Em Janeiro e Abril de 1949 e Março de 1950, um noneto de luxo, liderado por um trompetista de vinte e poucos anos que ainda não gravara nada como líder, realizou três sessões em Nova Iorque que a Capitol editou em quatro singles de 78 rpm (o LP de 33 rpm estava então por inventar) e que, em 1957, foram compilados no LP The Birth of the Cool.
O título, que pretende fazer história, ajudou a dar a estas sessões um cunho lendário, que, se por um lado, é merecido, por outro não pode deixar-nos alheios ao facto de este som ter antecedentes (muito remotos) em Bix Beiderbecke e (mais próximos) na orquestra de Claude Thornhill. Na verdade, três peças essenciais de The Birth of the Cool provinham da orquestra de Thornhill: o saxofonista alto Lee Konitz, o saxofonista barítono e arranjador Gerry Mulligan e o arranjador Gil Evans. Entre os notáveis e futuros notáveis que participaram nestas três sessões estavam Kai Winding e J.J. Johnson (trombone), Gunther Schuller (trompa), Al Haig e John Lewis (piano), Max Roach e Kenny Clarke (bateria).
O noneto de Miles Davis teve uma existência muito intermitente entre 1948 e 1951 e deu poucos concertos, mas mudou a história do jazz.
[Composição de Cleo Henry (um pseudónimo para o trabalho conjunto de Miles Davis e Gil Evans) incluída em The Birth of the Cool]