“1979”, dos Smashing Pumpkins
Ano: 1996
Realizador: Jonathan Dayton & Valerie Faris
Álbum: Mellon Collie and the Infinite Sadness
Nada nos dois primeiros álbuns dos Smashing Pumpkins, assentes numa fusão incandescente de riffs de Black Sabbath, vagas de distorção maciça e cintilações psicadélicas, faria prever uma canção como “1979”. É verdade que os discos anteriores da banda também tinham remansos calmos, mas estes assumiam a forma de baladas acústicas. Porém, esta evocação onírica e nostálgica da adolescência de Billy Corgan e do espírito de irrequietude e dos anseios típicos da idade, tem uma bateria invulgarmente minimal e linear para os padrões da banda, recorre a loops e efeitos electrónicos e tem mais influências do post-punk dos anos 80 (New Order, The Cure) do que do heavy metal da viragem dos anos 60-70.
Corgan delineou genericamente o enredo do videoclip e a realização foi confiada à dupla Jonathan Dayton & Valerie Faris, que já tinha realizado o clip de “Rocket” e que viria a ganhar (merecida) fama com a sua primeira longa-metragem Little Miss Sunshine (2006). A série de vinhetas mostra um grupo de adolescentes tentando combater o enfado através de divertimentos desmiolados e actos de irreverência e vandalismo, talvez não muito diferentes daqueles que Corgan viveu no início da década de 80 nos subúrbios de Chicago (em 1979 ele tinha apenas 12 anos, enquanto os miúdos do videoclip são um pouco mais velhos). Os Smashing Pumpkins intervêm no enredo animando uma descontrolada festa para adolescentes numa casa particular (para exaspero dos vizinhos), e os seus membros fazem pequenos papéis ao longo do videoclip. Esta agridoce e nostálgica celebração de um tempo que não voltará é considerada por Corgan como o melhor videoclip dos Smashing Pumpkins e venceu o prémio da MTV desse ano para “Melhor Videoclip Alternativo”.