Tem escola de fine dining, já cozinhou em resorts do outro lado do mundo e foi feliz a fazer kebabs em poucos metros quadrados. Em 2020 juntou-se ao projecto A Praça, no Hub Criativo do Beato, e à Cultural Trend Lisbon, a empresa proprietária do Musicbox e da Casa Capitão. Passou a fazer mais fichas técnicas de pratos, mas continua criativo e irreverente na cozinha.
Só entrou aos 37 anos no mundo da cozinha, mas anda de volta dos tachos desde os 9 – quando a mãe ia trabalhar, ficava ela. É enóloga de formação, uma área “ainda antiquada” que a fez mudar-se para o design de moda e criar uma marca própria de acessórios, a Cat in Paris. Mas o brilhozinho nos olhos só aparecia quando passava um dia inteiro a cozinhar para os amigos. Estreou-se numa cozinha profissional na Cavalariça, na Comporta, passou por um restaurante tradicional no Cartaxo e pela Taberna Ó Balcão. Em 2018, chegou ao Isco – Padaria e Bistro, e é lá que tem mostrado que é uma cozinheira de mão cheia.
Chef ou cozinheira?
Cozinheira.
Colher de pau ou de borracha?
Pau. Se alguém disser de borracha, leva com a colher de pau.
Qual foi o primeiro prato que serviu?
Foi aqui no Isco. Acho que foi uma pissaladière, uma tarte folhada do Sul de França. Normalmente leva anchovas e eu fiz com uma sardinha curada.
O que não suporta comer?
Coisas sem sal.
Sobremesa predilecta?
Éclair.
O que nunca falta no frigorífico?
Legumes.
Um sítio para comer bem e barato?
O Velho Eurico.
Qual seria a sua última refeição?
Tártaro.
Petisco favorito?
Caracóis.
O que faz se só tiver dois ovos?
Não posso inventar muito. Omelete.
Melhor região de vinhos de Portugal?
Bairrada.
Programa de culinária favorito?
Agora é o Pastelaria para Todos, do Carlos Fernandes, no canal Casa e Cozinha.
Melhor prato tipicamente português?
Cabidela.
Condimento favorito?
Pode ser uma erva? Coentros.
Qual é a pergunta que lhe fazem mais vezes sobre comida?
Perguntam-me muitas vezes o que fazer com determinados ingredientes que têm em casa.
Qual foi o prato que mais dores de cabeça lhe deu?
Foi num dos menus quinzenais temáticos que ando a fazer. Fiz boudin, um enchido. Há o preto, feito com sangue e gordura de porco, e o branco, com carne de frango. Incluí no menu de Nova Orleães uma versão com temperos cajun e, como nunca comi, não sabia ao que devia saber. Recebi críticas construtivas.
Livro de cozinha favorito?
Tenho muitos, há um ao qual volto sempre. O Dicionário dos Sabores, de Niki Segnit.
Se tiver amigos de fora em Lisboa, onde os leva a jantar?
Cavalariça.
Melhor restaurante em Lisboa para um encontro romântico?
BouBou’s.
Melhor bebida enquanto se cozinha?
Água. Ou vá, uma imperial, para não ser fraquinha.
Qual foi a coisa mais estranha que já comeu?
Eu gosto de tudo. Mas talvez a comida que a minha mãe cozinha no dia a seguir à matança do porco. O porco fica a escorrer o sangue e fazemos uma refeição com coração, pulmões e pedaços de sangue que deixamos coagular e guisamos com batata.
E a mais surpreendente?
Foi numa tasca em Madrid, trouxeram-me uma alcachofra deep fried. Nunca tinha comido assim. Normalmente como com vinagrete, como os franceses comem. É panada e fica molinha por dentro.
Palavrão favorito quando se entorna o caldo?
Foda-se.
Melhor coisa para levar a um jantar para o qual foi convidada?
Vinho. Para não dar trabalhinho nenhum.
Se só pudesse fazer uma refeição por dia, qual seria?
Jantar.
Onde janta quando está de folga?
Em sítios onde os meus amigos estão a cozinhar. O último foi o Prado.
Actividade favorita quando não está a cozinhar?
Pintar.
O que é que come ao pequeno-almoço?
Normalmente quando chego ao Isco como uma fatia de pão com manteiga e café.
Para quem gostaria de cozinhar?
Gordon Ramsay.
E o que prepararia?
Um pequeno-almoço realmente português, e não aqueles ovos com porco preto que fez para o programa Uncharted. Dava-lhe uma torrada do nosso pão de trigo com a nossa manteiga caseira e fiambre.