Ajitama Ramen Bistro
Fotografia: Inês Félix
Fotografia: Inês Félix

Para o Verão, o Ajitama prova que ramen também se come frio

Há novidades bem frescas no Ajitama: uma carta de Verão sem um único prato quente (ramen incluído).

Cláudia Lima Carvalho
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É servido a ferver, ainda fumegante, e nos dias frios é aconchego que dura. Talvez por isso no Verão o caldo japonês não conquiste habitualmente muitos adeptos. Que o diga António Carvalhão, que abriu o Ajitama com João Azevedo Ferreira, depois do sucesso instantâneo do supperclub. “Chega o calor e notamos logo no restaurante”, diz António à Time Out. Para combater isso, a dupla viajou novamente ao Japão e de lá trouxe uma nova carta, bem mais fresca. 

Os ramens que deram nome ao Ajitama e que continuam a conquistar fiéis mantêm-se, mas até ao final do Verão é possível pedir caldos e noodles frios, feitos com a mesma exigência das sopas e dos pratos quentes. “No Japão, não se deixa de comer ramen porque está calor”, afirma António, contando que ter uma carta diferente para esta época surgiu da necessidade de mostrar que ramen também pode ser uma escolha óbvia (e fresca) nesta altura. 

Entre entradas, pratos e sobremesas, há várias novidades, no menu de seu nome Natsu Matsuri, o termo usado para os festivais que acontecem ao longo do Verão no Japão. E nem as bebidas foram deixadas de fora. Há uma Ramune Japanese Soda (2,50€), um Saké Onecup da Ozeki (4€) e o cocktail Shenlong Gin (8€), feito com gin, maracujá, bitter e clara de ovo. Não saia sem provar o gelado artesanal japonês de wasabi (4,50€). 

Os pratos que vai querer provar

Tataki Kyuri (3,50€)

Há duas novas entradas, mas a que apontamos aqui é perfeita para se iniciar à mesa, ao mesmo tempo que prepara o palato para o que se seguirá. Numa tradução literal, tataki kyuri significa pepino esmagado e não está muito longe da verdade. É uma pequena salada de pepino em pedaços. 

Cold Shoyu Ramen (13,20€)

Na mais recente ida ao Japão, António e João trouxeram este ramen frio, que combina o caldo chin tan de galinha com caldo dashi, servido com peito de frango marinado e fatiado, negi (cebolo), menma (bambu) e uma rodela de limão. Para sorver sem ser preciso soprar. Quando dizemos que é frio é realmente fresco. 

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Spicy Hiyashi Chuka (14,30€)

Um aviso: esta é a opção picante dos noodles frios, mas também existe a versão mais leve (13,90€). Neste prato, os noodles são servidos envolvidos em toppings frescos como camarão salteado, frango marinado, kinshi tamago (omelete de ovo cortada finamente), pepino, tomate e, claro, o ovo ajitama. Na versão picante que aqui apontamos, acrescentam-se pimentos vermelhos e um molho feito à base de sementes de sésamo e Ra-Yu, picante caseiro japonês.

O Japão aqui tão perto

  • Japonês

A cozinha japonesa apareceu em Lisboa nos anos 1980 mas só nos anos 2000 atingiu o seu boom. Nos últimos anos a oferta de restaurantes tem crescido por toda a cidade, em parte por culpa dos buffets de sushi que democratizaram a relação dos portugueses com estas pecinhas de arroz e peixe cru. Nem tudo o que abriu, porém, tem a qualidade de matéria-prima desejada ou mãos que a saibam tratar como merece. E desengane-se se pensa que comida japonesa é só sushi.

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A vida retoma a (quase) normalidade e as novidades gastronómicas sucedem-se em Lisboa. Nos últimos meses, apareceram na cidade e arredores novos restaurantes japoneses que prometem dar que falar – na verdade, alguns já têm dado e a prova disso é a dificuldade em arranjar mesa. Há propostas arrojadas onde reina a fusão e casas onde manda a tradição, sem grandes espalhafatos. Há preços em conta, mas também contas que podem pesar mais porque os restaurantes não são todos iguais – e ainda bem que assim é.

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