Tanka Sapkota
Francisco Romão Pereira
Francisco Romão Pereira

Tanka Sapkota, um chef feliz e agradecido

Em Maio, fez correr tinta quando viu a sua pizzaria sobressair no 50 Top Pizza europeu, com um honroso 12.º lugar, e acabou a anunciar a descoberta de trufa preta em Portugal. Agora, o chef confirmou o estatuto do seu restaurante no concurso mundial.

Cláudia Lima Carvalho
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Chef ou cozinheiro?
Cozinheiro. A minha meditação é a cozinha.

Actividade favorita quando não está a cozinhar?
Jardinagem. As minhas casas têm sempre plantas. Domingo, para mim, é para tratar as plantas. Acho que nós viemos da terra e vamos voltar à terra e por isso quando tocamos nas plantas e na terra, chegamos a um sítio de proximidade connosco.

O melhor prato tipicamente português?
Gosto muito de peixe grelhado. Normalmente, gosto de bacalhau à lagareiro.

Livro de cozinha favorito?
O Il Cucchiaio d'Argento é a minha bíblia. É um livro sagrado para mim.

Se tiver amigos de fora em Lisboa, onde é que os leva a jantar?
A uma comida portuguesa, ao Solar dos Presuntos.

O que é que não suporta comer?
Fritos. 

Para quem é que gostaria de cozinhar?
São dois. O escritor Paulo Coelho e o Eckhart Tolle, um líder espiritual.

E o que é que prepararia?
Um tajarin [uma massa fresca fina] com trufa. 

O melhor restaurante em Lisboa para um encontro romântico?
Eu fiz esta pergunta ao Google e é o Come Prima que aparece, mas vou dizer o The Old House.

Qual foi o prato que mais dores de cabeça lhe deu?
Foi o prato que tem sido um sucesso, neste momento. É uma coisa simples, só que eu tenho forno de lenha e não sabia como trabalhar. É o creme de batata. Fiz muitos testes para chegar a este ponto. É um prato simples, mas deu muito trabalho.

Programa de culinária favorito?
Gosto de ver o Masterchef Austrália.

Palavrão favorito quando se entorna o caldo?
Não utilizo porque eu venho de uma cultura onde não se utilizam palavrões. O meu pai morreu com 97 anos e nunca o ouvi dizer palavrões. O nepalês não tinha este hábito de dizer palavrões. 

O que é que nunca pode faltar no frigorífico?
Hortaliça e legumes.

Qual foi a coisa mais estranha que já comeu e onde?
Sopa de andorinha no Estoril Mandarim.

E qual foi a coisa mais surpreendente?
O prato da minha mulher, cabrito guisado com especiarias. 

A melhor bebida enquanto cozinha?
Aguinha.

Condimento favorito?
Vinho e gengibre.

Qual foi o primeiro prato que serviu?
Isto é um bocadinho religioso, mas os nepaleses mais velhos têm um período em que não cozinham, e o que acontecia? Quando a minha mãe estava nesse período, se não estivesse o meu pai, eu é que tinha de cozinhar. E há uns tempos, depois de 30 e tal anos, encontrei uma vizinha que disse que nunca esqueceu o prato que eu cozinhei quando tinha 8 anos. Fiz arroz e legumes e ela diz que cada vez que corta batatas ainda se lembra de como eu cortava e de como ficou saboroso. Fico mesmo contente.

Onde janta quando está de folga?
No restaurante da minha mulher [risos]. Em casa.

Um sítio para comer bom e barato?
Grande Palácio Hong Kong e o outro é aqui em baixo na esquina, chama-se A Zona. 

O que come ao pequeno-almoço?
Depende, nem sempre é igual. Às vezes é só fruta, outras vezes é pão integral com abacate ou ovo. 

Qual é que seria a sua última refeição?
O cabrito da minha mulher. Ela é melhor cozinheira que eu.

O que leva para um jantar para o qual foi convidado?
Lembranças do Nepal.

Melhor região de vinhos em Portugal?
Douro e Dão.

Questionário ao chef

Deu nas vistas no VDB Bistronomie, de onde decidiu sair para se aventurar noutro caminho, que começará a dar frutos em breve. Alana Mostachio, a trabalhar por estes dias nos bastidores da padaria francesa Lully 1661, sabe bem o que quer e o que não quer.

É o restaurante de quem gosta de comer bem e não é por acaso. Hoje, não há quem não fale da sazonalidade, dos produtores e da sustentabilidade, mas há seis anos já era isso que movia o chef no Prado. À carta, juntou agora um menu de degustação.

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