Deu nas vistas no VDB Bistronomie, de onde decidiu sair para se aventurar noutro caminho, que começará a dar frutos em breve. Alana Mostachio, a trabalhar por estes dias nos bastidores da padaria francesa Lully 1661, sabe bem o que quer e o que não quer.
Chef ou cozinheiro?
Cozinheiro. A minha meditação é a cozinha.
Actividade favorita quando não está a cozinhar?
Jardinagem. As minhas casas têm sempre plantas. Domingo, para mim, é para tratar as plantas. Acho que nós viemos da terra e vamos voltar à terra e por isso quando tocamos nas plantas e na terra, chegamos a um sítio de proximidade connosco.
O melhor prato tipicamente português?
Gosto muito de peixe grelhado. Normalmente, gosto de bacalhau à lagareiro.
Livro de cozinha favorito?
O Il Cucchiaio d'Argento é a minha bíblia. É um livro sagrado para mim.
Se tiver amigos de fora em Lisboa, onde é que os leva a jantar?
A uma comida portuguesa, ao Solar dos Presuntos.
O que é que não suporta comer?
Fritos.
Para quem é que gostaria de cozinhar?
São dois. O escritor Paulo Coelho e o Eckhart Tolle, um líder espiritual.
E o que é que prepararia?
Um tajarin [uma massa fresca fina] com trufa.
O melhor restaurante em Lisboa para um encontro romântico?
Eu fiz esta pergunta ao Google e é o Come Prima que aparece, mas vou dizer o The Old House.
Qual foi o prato que mais dores de cabeça lhe deu?
Foi o prato que tem sido um sucesso, neste momento. É uma coisa simples, só que eu tenho forno de lenha e não sabia como trabalhar. É o creme de batata. Fiz muitos testes para chegar a este ponto. É um prato simples, mas deu muito trabalho.
Programa de culinária favorito?
Gosto de ver o Masterchef Austrália.
Palavrão favorito quando se entorna o caldo?
Não utilizo porque eu venho de uma cultura onde não se utilizam palavrões. O meu pai morreu com 97 anos e nunca o ouvi dizer palavrões. O nepalês não tinha este hábito de dizer palavrões.
O que é que nunca pode faltar no frigorífico?
Hortaliça e legumes.
Qual foi a coisa mais estranha que já comeu e onde?
Sopa de andorinha no Estoril Mandarim.
E qual foi a coisa mais surpreendente?
O prato da minha mulher, cabrito guisado com especiarias.
A melhor bebida enquanto cozinha?
Aguinha.
Condimento favorito?
Vinho e gengibre.
Qual foi o primeiro prato que serviu?
Isto é um bocadinho religioso, mas os nepaleses mais velhos têm um período em que não cozinham, e o que acontecia? Quando a minha mãe estava nesse período, se não estivesse o meu pai, eu é que tinha de cozinhar. E há uns tempos, depois de 30 e tal anos, encontrei uma vizinha que disse que nunca esqueceu o prato que eu cozinhei quando tinha 8 anos. Fiz arroz e legumes e ela diz que cada vez que corta batatas ainda se lembra de como eu cortava e de como ficou saboroso. Fico mesmo contente.
Onde janta quando está de folga?
No restaurante da minha mulher [risos]. Em casa.
Um sítio para comer bom e barato?
Grande Palácio Hong Kong e o outro é aqui em baixo na esquina, chama-se A Zona.
O que come ao pequeno-almoço?
Depende, nem sempre é igual. Às vezes é só fruta, outras vezes é pão integral com abacate ou ovo.
Qual é que seria a sua última refeição?
O cabrito da minha mulher. Ela é melhor cozinheira que eu.
O que leva para um jantar para o qual foi convidado?
Lembranças do Nepal.
Melhor região de vinhos em Portugal?
Douro e Dão.