Chegar tarde e tarde beber. O dito popular que nos perdoe, mas há motivos de força maior que determinam a sua subversão. É que sair de Lisboa a uma sexta-feira à hora de jantar já se sabe que não vai ser o mais rápido dos eventos. Mas lá saímos e lá chegámos. Depois de uma sequência de estradas secundárias, damos com A Serenada, unidade de enoturismo situada nas Sobreiras Altas, Serra de Grândola, onde nos recebem com uma garrafa feita nas vinhas que envolvem a casa com seis quartos. Melhor não podíamos pedir, sobretudo quando nos dizem: “Estão à vontade, se quiserem continuar a meter lenha, façam favor”. E aí quase pensamos que isto é tudo nosso.
Mas não é. É de Jacinta Sobral da Silva, enóloga que concretizou o sonho do pai, que em 1961 plantou a primeira vinha, que viria a dar origem a esta região vinícola chamada Serras de Grândola, inscrita na Península de Setúbal. E embora não sejamos peritos em vinhos, a verdade é que o Serras de Grândola (marca associada à produção feita n’A Serenada) tem prémios internacionais e na semana em que aqui passámos tinham acabado de ser premiados com a medalha de ouro na entrega de prémios da CVRSP (Comissão Vitivinícola Regional da Península de Setúbal) para o vinho Cepas Cinquentenárias Branco de 2016. Portanto, não somos só nós a dizer que este vinho é de qualidade, há gente entendida que o faz.